Saudações Leitores!
Assim que li a sinopse de Colin Fischer* fiquei muito curiosa, pois parecia ser um mistério incrível, portanto assim que o livro chegou fui correndo ler até porque eu o achei tão lindo e com uma diagramação tão perfeita que não resisti, mas somente agora estou postando a resenha, pois como vocês já devem ter me visto comentar no twitter estou cheia de resenhas acumuladas, enfim, agora vocês podem conferir qual opinião formei sobre este livro - não deixem de comentar a resenha [façam-me uma blogueira feliz].
Colin
Fischer, Ashley Edward Miller e Zack Stentz, Ribeirão Preto,
SP: Novo Conceito, 2014, 176 pág.
Traduzido por Henrique Amat Rêgo
Monteiro
Colin Fischer (2012) escrito por Ashley Edward Miller e Zack Stentz que se conheceram pela internet e provaram com este livro terem uma
química muito boa em ligar ideias e criar uma narrativa misteriosa e cheia de
referências a outros livros, filmes, séries e cientistas.
Colin Fischer é um
adolescente, 14 anos, que tem Síndrome de Aspenger que é uma “condição
neurológica relacionada ao autismo”, portanto, o personagem principal tem
muitas peculiaridades proveniente da síndrome e apesar de ser muito inteligente
com um QI acima de 150, Colin é recluso e afastado de todos além de não
conseguir ler expressões faciais a não ser que consulte seu caderno com as
muitas expressões e informações já registradas por Colin. Além disso Colin não
gosta de ser tocado, não fala sobre seus sentimentos, não gosta de azul e é minuciosamente observador.
"Meu nome é Colin Fischer. Tenho 14 anos e peso 55 quilos. Hoje é meu primeiro dia no colegial. Tenho 1.365 dias até o fim." (p.07)
Colin, por suas peculiaridades
sofre bullying e é excluído do contexto social de sua escola, em que todos
estão cientes das condições de Colin, mas a indiferença rola solta e ninguém
faz nada para evitar o preconceito e a não aceitação do diferente. Confesso que
esse ponto me deixou irritada, porque todos eram indiferentes embora soubessem que
Colin tinha Síndrome de Aspenger, isto é, professores, diretores e alunos
seguiam sua vida e agiam de forma preconceituosa e excludente.
Continuando: na comemoração
de aniversário de Melissa, na cantina do colégio, um tiro e uma arma deixam
todos em polvorosa e Colin é a testemunha ocular, mas todos estão colocando como
suspeito Wayne Cornelly e apesar de Colin o considerar uma pessoa ruim e ele
mesmo já ter sofrido bastante nas mãos de Wayne, Colin, sabe que não é ele o
dono da arma e nem quem atirou, há muitas evidencias que ninguém mais viu,
apenas Colin, desse modo, Colin se compromete a solucionar o mistério da arma.
"Meus pais dizem que é difícil saber em que estou pensando, porque a maior parte do tempo mantenho um expressão muito impassível. Isso não é algo que eu tente fazer, é apenas a maneira como sou. Meu pai brinca dizendo que eu "jogo com as minhas cartas muito bem escondidas" - mas isso não é verdade. Trata-se apenas do meu rosto, mesmo que estivesse ou não jogando baralho, ou qualquer outro jogo competitivo.Como se vê, porém, a expressão facial mais difícil para outro ser humano interpretar é um rosto perfeitamente impassível."(p.35)
O enredo em si é de muita
genialidade e muito fofo também, o fato de Colin ter Síndrome de Aspenger
apenas nos coloca diante de uma doença real e do quanto não estamos agindo de
forma consciente diante do problema do outro, achei até mesmo a família de
Colin uma família bem superficial e que ao mesmo tempo em que incentiva a
autonomia de Colin e compreende seu problema, as vezes negligencia o sofrimento
e os preconceitos pelos quais o filho passa. Tem Danny, o irmão de Colin que
também não ajuda em nada na situação.
Em Colin Fischer temos
uma história interessante e cujo final deixa uma porta aberta para uma continuação
[ainda não confirmada], mas que – em minha opinião – não deveria existir, o
livro já é genial e apesar do final vago ele condiz com a vida de Colin e a sua
descoberta. Acredito que uma continuação iria dar respostas que nem agradariam
a todos e que até chegaria a quebrar a genialidade do livro. Não vou dizer que
o livro é fabuloso, porque não é, trata de uma história bem juvenil e
interessante.
Ashley Edward Miller e Zack Stentz escreveram um livro
fofo cujo personagem não é nada cativante exatamente porque ele não demonstra
emoção e isso foi uma sacada bacana por parte dos autores, entretanto, achei
absurdamente irritante as muitas e extensas notas de rodapés, e uma grande
maioria delas [para não dizer todas] eram extremamente desnecessárias.
Indico esta leitura para ser realizada de maneira despretensiosa e como um bom
passatempo.
Camila Márcia
*Este livro é cortesia da Editora Novo Conceito