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Saudações Leitores!
Esse livro me atormentou, emocionou, chocou e me deixou sem palavras. Uma profusão de sentimentos acompanhou-me durante toda a leitura de Cruzando o Caminho do Sol e este além de ter se tornando um livro favorito se tornou inesquecível, ainda estou a pensar em Ahalya e Sita com tanta emoção que é quase como se as tivesse conhecido pessoalmente. Então, queridos leitores, imaginem: durante a leitura fiquei inebriada com a história como eu conseguiria fazer uma resenha que repassasse ao menos 1/4 do que eu senti ao ler? Um dilema! Vi-me diante de uma impossibilidade, jamais serei capaz de fazer uma resenha que possa expressar tudo o que senti, fiz apenas um esboço nas linhas abaixo, mas o meu maior desejo é que todos pudessem ler esta obra e senti-la... Não há nada melhor do que sentir o que se lê.


Cruzando o Caminho do Sol, Corban Addison, Ribeirão Preto, SP: Novo Conceito, 2012, 447 pág. (tradução de Mariângela Vidal Sampaio Fernandes)

Com o título original “A Walk Across the Sun”, trata-se do primeiro romance escrito por Corban Addison, escritor graduado em Direito pela Universidade de Virgínia e em Engenharia pela California Polytechnic State University.
Este livro nos traz três personagens principais: as irmãs Ahalya e Sita Ghai e o advogado Thomas Clarke. Três histórias diferentes, mas que se cruzam. Logo de inicio somos apresentados para as irmãs Ghai que após um tsunami na Índia perdem toda a sua família e acabam sendo sequestradas e traficadas para o comércio de humanos. Do outro lado do oceano, nos Estados Unidos, somos apresentados a Thomas Clarke, um advogado que objetiva se tornar um magistrado e, portanto, se concentra muito no trabalho e acaba deixando sua família de lado, por causa disso, sua mulher, Priya, decide ir embora para sua casa em Mumbai e o abandona.
A temática abordada no livro é bastante forte: o tráfico de humanos, em especial de garotas – em sua maioria menores de idade – para a prostituição. É exatamente isso que acontece com Ahalya e Sita, essas irmãs após serem sequestradas são vendidas para aliciadores e vão ser escravizadas sexualmente num bordel, mas a história não para por aí, as irmãs terão muitas surpresas ruins durante todo o livro e terão de lidar com a separação.
“Ahalya despertou no dia de Ano-Novo como um pássaro de asa quebrada. Ela falou, mas a alegria havia desaparecido de sua voz.” (p. 92)
Nesse meio tempo, Thomas Clarke presencia o sequestro de uma criança e fica muito chocado com o fato, e após ser forçado pela empresa que trabalha a um ano sabático ele parte para Mumbai para trabalhar numa ONG chamada Aces que visa recuperar meninas que sofrem tráfico humano para o comercio sexual e prenderem seus aliciadores, mas em Mumbai a lei não funciona tão bem quanto deveria e nem sempre os criminosos pagam o preço justo pelos seus crimes. Ademais Thomas vai para a Índia em busca de uma possível reconciliação com sua mulher.
“O mundo podia roubar sua liberdade, podia acabar com a sua inocência; podia destruir sua família e arrastá-las por caminhos para além de seu entendimento. Mas não podia privá-las de sua memória. Apenas o tempo tem esse poder, e Sita iria resistir a todo custo.” (p. 299)
É em Mumbai que a vida de Thomas e Ahalya se cruzam e uma promessa surge. Thomas corre o mundo para cumprir sua promessa, mas é mais que isso, ele começa a ver o que o sistema tinha feito com ele e percebe que não quer mais o que antes queria, pelo contrario ele quer ajudar quem precisa.
"Como podia ser que, ao perseguir a honra, ela a houvesse perdido, e, ao mesmo tempo, ao perder o amor, ele houvesse começado a encontrá-lo novamente? Como podia ser que a mesma dor profunda, que uma vez lhe parecera tão destrutiva, agora ressurgisse trazendo bonança?" (p. 344)
Cruzando o Caminho do Sol é um livro denso e ao mesmo tempo esclarecedor, nos traz um assunto não tão abordado (o tráfico humano) salientando que ele está presente em todo o mundo. Contudo há um fio de esperança, o livro nos faz refletir que há muitas pessoas envolvidas para combater tão hediondo crime. Mas nem tudo são flores, o livro é um retrato vivo de como há inúmeras pessoas que apesar de poderem fazer algo para mudar preferem cruzar os braços, ressalta também o quando os processos burocráticos retardam uma operação que pode salvar vidas, e nos choca com a constatação de que tal crime só existe por haverem pessoas desumanas o suficiente para comprarem meninas e as estuprarem. O livro é um tapa na cara de nossa sociedade hipócrita e de governos burocráticos que pouco se importam com tais problemas.
"Você não está aqui porque eu sinto prazer no comércio sexual. Você está aqui porque existem homens que gostam de pagar por sexo. Eu sou apenas o intermediário. Alguns homens de negócios vendem objetos. Outros vendem conhecimento. Eu vendo fantasias. É tudo a mesma coisa." (p.394)
Acerca do livro, também é pertinente salientar que Corban fez uma boa divisão de capítulos, pois em cada capítulo acompanhamos a história intercalada de cada um desses personagens até eles cruzarem o caminho um do outro. Um ponto bem legal é que no início de cada capítulo temos citações de alguns grandes pensadores, que já nos preparam ao que vai ser narrado no capítulo.
Vale ressaltar também o trabalho da Editora na diagramação e acabamento do livro, está excelente. Ademais a o tamanho da letra utilizada no livro é ótima e ter mantido a capa original - apenas com sutis alterações - tornou o livro muito sedutor.
Sem dúvida é uma leitura mais que recomendada: tem romance, ação e mistério na medida certa. A história é tão bem estruturada que envolve e emociona o leitor do incio ao fim. É quase certo que após a leitura de Cruzando o Caminho do Sol este livro se torne além de inesquecível um de seus livros favoritos! Com certeza todos deveriam ler.

Camila Márcia

Resenha: Cruzando o Caminho do Sol - Corban Addison

quarta-feira, 23 de maio de 2012

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