SOCIAL MEDIA

Feios (Filme)

segunda-feira, 23 de dezembro de 2024


Saudações, Leitores!

Hoje trago minhas impressões sobre o filme Feios, lançado pela Netflix e dirigido por McG, uma adaptação do livro homônimo de Scott Westerfeld (Resenha  do livro AQUI). Confesso que fui assistir ao filme com  baixas expectativas, especialmente porque já ouvi muita crítica negativa e também porque não fui completamente cativada pelo universo distópico criado no livro, portanto não vou dizer que me surpreendi pelo fato adaptação não ter conseguido me capturar: eu já esperava, mas os (d)efeitos especiais e algumas modificações me surpreenderam de tão ruins que foram. Vamos ao meu veredito.

Feios
Título Original: Uglies
Ano: 2024
Direção: McG
Duração: 100 min
Classificação: +14 anos
Gênero: Distopia, Ficção Científica.
País de Origem: Estados Unidos
Minha Avaliação: ⭐⭐
Sinopse: Tally está prestes a completar 16 anos, e ela mal pode esperar. Não por sua carteira de motorista – mas para se tornar bonita. No mundo de Tally, seu aniversário de 16 anos traz uma operação que torna você de uma horripilante pessoa feia para uma maravilhosa pessoa linda e te leva para um paraíso de alta tecnologia onde seu único trabalho é se divertir muito. Em apenas algumas semanas Tally estará lá. Mas a nova amiga de Tally, Shay, não tem certeza se ela quer ser bonita. Ela prefere arriscar sua vida do lado de fora. Quando ela foge, Tally aprende sobre um lado totalmente novo do mundo dos bonitos – que não é tão bonito assim. As autoridades oferecem a Tally sua pior escolha: encontrar sua amiga e a entregar, ou nunca se transformar em uma pessoa bonita. A escolha de Tally faz sua vida mudar pra sempre.

FILME vs LIVRO
Scott Westerfeld criou um mundo distópico até interessante em Feios, mesmo que não muito coerente, o fato é que em sua essência se propunha abordar temas como padrões de beleza, controle social e liberdade individual. No entanto, o próprio enredo e o desenvolvimento da linha narrativa não ajuda à história que poderia ser melhor, desse modo, a adaptação tendo como base uma obra já cheia de falhas e inconsistência, a adaptação segue a mesma linha pobre e falha também em transmitir a profundida que essa história poderia trazer, sobretudo as questões éticas, sociais e políticas que poderiam ser mais condizentes com algo real ou serem convincentes para que enquanto leitores/telespectadores não questionássemos o decurso narrativo.

Para completar vários detalhes importantes do enredo foram cortados, modificados ou diluídos, para atrair a geração tik tok que filmes que tem pressa para não atingirem 2 horas, o que resulta em uma narrativa que parece ainda mais apressada e desconexa. A sensação é de que o filme tenta agradar a um público mais jovem com cenas de ação e efeitos visuais chamativos, mas muito malfeitos, deixando de lado os aspectos mais reflexivos e críticos da história.

AMBIENTAÇÃO E DIREÇÃO
A direção de McG, conhecida por seu estilo visual vibrante, infelizmente não consegue captar o tom sombrio e crítico da distopia criada por Westerfeld. As locações e cenários, que deveriam destacar o contraste entre a sociedade "perfeita" e as áreas externas, carecem de autenticidade e imersão, parece tudo criado artificialmente o que deixa um gosto ruim em quem está assistindo. Pelo menos em mim.

Os efeitos visuais são horríveis e, em alguns momentos, chegam a parecer datados, especialmente em cenas que deveriam destacar a transformação estética e tecnológica, até filmes mais antigos que não tinha acesso a tantas tecnologias tem efeitos especiais mais fascinantes do que este. Ok. Entendo a questão dos recursos financeiros disponíveis, mas... vai fazer? Faz bem feito ou pelo menos de forma mediana. 

Além disso, a trilha sonora, embora dinâmica, não contribui para criar a tensão ou a profundidade emocional que a narrativa exige.

ATORES E ATUAÇÕES
O elenco, liderado por Joey King como Tally Youngblood, entrega atuações que oscilam entre o aceitável e o fraco. Joey King tenta dar vida à protagonista, mas sua interpretação carece da complexidade necessária para transmitir os dilemas morais e emocionais de Tally. Achei fraca, apressada ou arrastada demais.

Keith Powers, como David, não consegue estabelecer a química esperada com Tally, e seu personagem é apresentado de forma rasa, sem o carisma e a força que possui no livro. 

Os personagens secundários, como Shay e os "Perfeitos", são pouco explorados e acabam se tornando figuras genéricas dentro da trama, o que achei lamentável... Até porque tem personagens que aparecem apenas para cumprir ordens sem questionar mais nada. Cadê o livre arbítrio? Achei difícil engolir.

VEREDITO: UMA ADAPTAÇÃO FRACA, FEIA E VERGONHOSA
Embora Feios tivesse o potencial de ser uma adaptação marcante, o filme acaba sendo mais uma tentativa frustrada de traduzir uma distopia literária para as telas. A narrativa simplificada, a direção genérica e a falta de profundidade (que também encontramos no livro) prejudicam a experiência de assistir ao longa.

Para os fãs do livro, o filme pode ser uma grande decepção, pois deixa de explorar os temas mais relevantes e transforma uma história rica em um espetáculo visual raso. Para quem não conhece a obra original, Feios pode até entreter como um filme de ação juvenil, mas dificilmente deixará uma impressão duradoura, pois qualquer um pode perceber o quão malfeito está esse filme, com efeitos de vídeo game e cenários criados por IA que ainda estão aprendendo. Hahaha.

Em resumo, a adaptação desperdiça a oportunidade de explorar questões importantes e de dar vida ao universo distópico de Scott Westerfeld. Uma pena, pois a história do livro poderia ter sido melhor desenvolvida nos pontos falhos do próprio livro, ou seja, o filme tinha a oportunidade de superar a literatura, mas desperdiçou-a miseravelmente.

Agora, segue a pergunta que não ter calar: será que vai ter a continuação? Já procurei na web e não encontrei informações a respeito... 

Espero que tenham gostado da crítica e até o próximo post! 

Postar um comentário

Muito obrigada pelo Comentário!!!!

Instagram