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Yo no Soy tu Perfecta Hija Mexicana - Erika L. Sánchez (resenha)

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

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Yo No Soy Tu Perfecta Hija Mexicana é um livro extremamente visceral, mas depressivo, então vale ressaltar que existem vários gatilhos

Saudações Leitores!

YO NO SOY TU PERFECTA HIJA MEXICANA (I am not your perfect Mexican Daughter, 2017), da poetisa e escritora Erika L. Sánchez, traz temas bem interessantes sobre imigração, uma experiência da própria Erika, pois ela é filha de pais mexicanos que imigraram para os Estados Unidos e, portanto, é bilíngue, mas também traz outros temas importantes e gatilhos fortes.

Embora YO NO SOY TU PERFECTA HIJA MEXICANA tenha sido publicado originalmente nos Estados Unidos, ou seja, em inglês, optei por comprar a edição em espanhol para treinar mais esse idioma e que livro incrível!

"Espero demasiado de la vida. Quiero tenerla entre las manos y apretarla, exprimirla para sacarle todo lo que pueda. Y nunca es suficiente."

Para situá-los, vou explicar um pouco sobre o enredo de YO NO SOY TU PERFECTA HIJA MEXICANA e em seguida conto como foi minha experiência de leitura, certo? 

Aqui temos uma narrativa em primeira pessoa, vamos acompanhar Julia falando sobre o cotidiano de sua família que imigrou ilegalmente do México para os Estados Unidos, indo morar em um dos piores bairros de Chicago, porém o às do início desse volume é que todo o enredo parte de um evento extremamente trágico: a morte acidental de Olga, que foi atropelada.

"Olga nunca se comportó como alguien normal de veintidós años. Eso a veces me enfurecia. Era una mujer adulta y lo único que hacia era trabajar, estar en casa con nuestros padres y tomar una clase al semestre en la universidad comunitaria. De cuento en cuento iba de compras con amá o al cine con su mejor amiga, Angie, para ver comedias románticas malíssimas sobre rubias bobas pero adorables que se enamoran de arquitectos en las calles de Nueva York. ¿Qué clase de vida es esa? ¿No queria otra cosa? ¿Nunca quiso tomar al mundo por los huevos? 

Julia vai nos mostrar o quanto todos pensam que Olga era a filha perfeita que sempre apoiava e que nunca contrariava os pais, que era trabalhadora, estudava, queria ficar em casa e não tinha uma vida leviana, porém, com a morte de Olga e sua família destroçada, Julia percebe que mesmo sofrendo muito pela perda, ocorre-lhe que não conhecia de verdade sua irmã.

Esse fato fica ainda mais evidente quando Julia, após o enterro da irmã morta, entra em seu quarto e ao mexer em suas coisas encontra indícios de que Olga podia não ser quem todos pensavam e que ao invés de ser uma doce mulher de família e dona de casa ela tinha segredos muito grandes completamente desconhecidos.

"Observando la habitación, me pregunto quién era me hermana. Vivi con ella toda mi vida y ahora siento que no la conocía para nada. Olga era la hija perfecta: cocinaba, limpiaba y nunca llegaba tarde. Algunas veces me pregunté se ella vovoría con mis padres para siempe..."

É então que nossa protagonista fica completamente obcecada para descobrir os segredos da irmã morta e começa sua investigação, mas na medida que tenta lidar com essa "investigação" - que não é muito consistente, pois estamos falando de uma jovem de 16 anos buscando informações que ninguém está disposto a dar -, ela precisa lidar com o caos de sua própria vida.

Após a morte de Olga, a mãe de Julia ficou abalada, e com seu protetoríssimo e percebendo que Julia não era tão dócil e perfeita quanto Olga, começa a sufocá-la: proíbe saídas, proíbe namorados, não aceita que Julia queira ser escritora e tampouco que sonhe em fazer faculdade em Nova York, porque ela quer a filha todo o tempo debaixo de suas asas.

"Intento limpiarme las lágrimas, pero no dejan de salir. Siento un sollozo que me recorre todo el cuerpo y lo detengo antes de que cruce mi garganta. Me siento tan frustrada que no sé qué hacer. A veces, cuando me siento así, quiero romper cosas. Quiero escuchar cosas haciéndose pedazos. Me corazón late tan rápido u con tanta fuerza que apenas puedo respirar, y me pregunto si algo mejorará algún día. ¿En serio así será mi vida?"

A verdade é que a relação de Julia com seus pais não é nada boa e, após ler todo o livro só posso dizer que nem os pais conheciam suas filhas (Julia e a garota morta) e nem Julia conseguia compreender os pais, principalmente porque nossa protagonista sofre do mal de todos os adolescente: acham que o mundo gira em torno de seu umbigo, é completamente egocêntricos e acredita estar coberta de razão sempre.

A questão é que YO NO SOY TU PERFECTA HIJA MEXICANA que comecei a ler pensando se tratar de uma "investigação" jovem, surpreendeu-me porque tomou rumos inesperados daqueles que eu supus e principalmente porque eu não estava preparada para eles.

"_Ya no sé qué significa estar bien. No sé qué es ser normal._ No le digo que casi todas las mañanas me cuesta la vida levantarme de la cama, que sobrellevar el día me parece una tarea terriblemente pesada."

Foi com essas descoberta, durante o crescimento da narrativa que eu fui sofrendo e me deparando com vários gatilhos para mim o que não foi muito bom, porque a leitura me doeu, fez voltar pensamentos dolorosos e atualmente me sinto mal - até para escrever esta resenha.

O livro é ruim? NÃO, esse livro é muito perfeito, só que eu não estava preparada para ele e nem para os temas abordados, tem muito gatilho e, honestamente, sou a favor de que as editoras deixassem os temas abordados mais claros para preparar o leitor. A sinopse desse livro, por exemplo, me fez imaginar outra coisa, sabe?

"No sé si es peor pasar todo el día en mi cuarto, o arrastrarme a lo largo de las clases y verme oligada a hablar con otros seres humanos. A veces no puedo pasar el día sin perder el control, así que tengo que tomar descansos para llorar en el baño, lo cual me hace sentir extrapatética."

Mas como já disse, YO NO SOY TU PERFECTA HIJA MEXICANA já tem um título em sugestivo e no decorrer dos acontecimentos: com a morte da irmã, a família que pouco dialoga, extremista religiosa e cheia de tabus, faz com que a gente vá - aos poucos - percebendo que Julia está entrando em depressão e que seu estado (mesmo ela afirmando que está bem), vai desencadeando uma série de outras coisas (coisas que eu já passei, então foi tortuoso passar por essas páginas.

YO NO SOY TU PERFECTA HIJA MEXICANA traz temas não só de depressão, ansiedade, ou seja, saúde mental, mas luto, família, sonhos frustrados, transtornos alimentares, abuso de drogas, suicídio, estupro, aborto, homofobia, entre muitos outros. Óbvio que tem assuntos em interessantes que chegam a ser educativos como o fato da imigração ilegal, o que os mexicanos podem passar ao cruzar a fronteira, o sonho americano que não se realiza para todos, etc, esses foram temas que me emocionaram, mas foi tranquilo ler.

"Pero ¿como se vive con estos secretos? ¿Cómo nos amarramos los zapatos, nos cepillamos el cabello, tomamos café, lavamos los trastes y nos vamos a dormir fingiendo que todo está bien? ¿Cómo nos reímos y sentimos alegris pese a las cosas enterradas que crecen en nuestro interior? ¿Cómo podemos hacer eso dia tras día?"

FICHA TÉCNICA
Yo no Soy tu Perfecta Hija Mexicana
Autor: Erika L. Sánchez
Tradução: Graciela Romero Saldaña
Nueva York: Vintage Espanhol
2018 | 288 págs.

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