Divinos Rivais é superestimado? Talvez um pouco, mas eu preciso desenvolver isso nessa resenha...
Saudações Leitores!
Tenho quase certeza que vocês já devem ter ouvido falar de Divinos Rivais, escrito pela norte-americana Rebecca Ross, que faz parte de uma duologia de romantasia que ganhou um grande hype no final do ano passado (2023) devido ao boom no tiktok e embora eu tenha relutado ler (por medo), amigas muito próximas leram e me recomendaram tanto que resolvi "arriscar" e não é que eu gostei! Mas... mesmo gostando acho que o livro é um pouco superestimado. Vou tentar explicar o que achei nesse veredito.
Divinos Rivais vai contar a história de um universo fantástico onde dois deuses, Enva e Dacre estão em guerra, por motivos ainda obscuros no início da narrativa e, basicamente, essa obscuridade vai permanecer por uma boa quantidade de páginas desse volume, porque o foco não é a fantasia, nem o universo, mas o romance entre os protagonistas Iris e Roman, dois jornalistas que são rivais no jornal Gazeta, pois buscam o mesmo cargo.
A questão é que Roman é de uma família influente, cujo pai está tentando manter relações e alianças com pessoas que - aparentemente - estão a favor do deus Dacre e o jornal Gazeta da cidade de Oath é tendencioso para esse deus.
Já Iris começa a questionar diversos posicionamentos nas matérias publicadas pela Gazeta, afinal ela sabe que a guerra está acontecendo - embora a Gazeta evite noticiar com ênfase - e o fato de seu irmão Forest ter escutado o canto de Enva e ter ido para a guerra pela deusa, gera um grande divisor de águas na vida de Iris e ela não entende como um jornal pode não dar destaque ao que está acontecendo e manter a população sem informações, afinal ela queria saber mais informações e, sobretudo, entender onde está seu irmão e o motivo dele ter ido há seis meses para a guerra e nunca mais ter dado sinal de vida.
Até bem mais da metade de Divinos Rivais a guerra é algo bem abstrato e ela vem ganhar mais destaque no final do volume, pois como o foco é o romance de Iris e Roman, essa relação precisava se desenvolver e ela acontece porque tanto Iris quanto Roman se comunicam através de cartas só que enquanto Roman sabe que está se comunicando com Iris, ela está no escuro. Então ambos vão se apaixonando e tudo acontece de forma até lenta, mas quando eles estão na linha de frente, agora já trabalhando para outro jornal, o Tribuna, as coisas pegam um ritmo bastante frenético e tudo acontece até rápido demais pelo meu gosto.
Divinos Rivais é um livro com essa premissa interessante: uma guerra entre deuses que envolve mortais, isto é, os deuses usando os mortais para seu próprio benefício, como marionetes, mas tudo isso é um pano de fundo, pois esse mundo fantástico, banhado por mágica - inclusive a mágica que conecta Iris e Roman - não é quase nada explicado, mas de acordo com o desenrolar da narrativa, passamos a entender/pressupor um pouco a dinâmica desse universo.
Essa parte me agrada e desagrada, pois vejo que Rebecca Ross deixa seus leitores livres para imaginar e não tem intenção nenhuma de entregar de bandeja tudo para os leitores, porque não é interessante focar nesses aspectos. Mas isso me desagrada porque deixa muito ponto solto e eu gosto de tramas mais alinhadas.
Ao passo que a narrativa e os acontecimentos vão ocorrendo em Divinos Rivais é perceptível o envolvimento dos protagonistas e o acréscimo de outros personagens que vão gerar mais camadas e proporcionar mais contornos à trama. O romance fica bem desenvolvido e chega um momento - quase no final do volume - que nos deixa extremante presos e ansiosos para saber o que vai acontecer.
Tenho um sentimento dicotômico ao finalizar Divinos Rivais porque sei que gostei muito, mas vejo pontos fracos, coisas que eu gostaria de ter encontrado e que fiquei no vácuo, por exemplo, boa parte do livro foi um ritmo único, me prendeu, mas não me deixou com aquela ansiedade de devorar, mas quase no final o ritmo vai ganhando forma e realmente me envolveu mais e eu precisava saber o que aconteceria.
Outro ponto que me incomoda é que, mesmo entendendo que o foco é o romance, ainda assim penso que não custava ter desenvolvido melhor o aspecto fantástico, explicado melhor a dinâmica do universo, a magia, os deuses, os mitos, as histórias reais por traz disso tudo... em suma ter tornado o volume um pouco mais épico.
Até o romance, mesmo tendo sido desenvolvido de forma bastante lenta, no final deu uma corrida e quando eles tomaram algumas decisões que mudaria tudo, os eventos aconteceram tão rápido que fiquei bem em choque, sei que o cenário de guerra faz com que tenha aquele sentimento de urgência, eu entendo, juro! Mas isso me incomodou porque tudo aconteceu tão lento e de repente há um monte de coisas acontecendo rápido demais, deu a impressão de um final de volume meio corrido.
Já estou me estendendo muito neste veredito, portanto, para finalizar quero focar em mais uma coisa: fluidez de narrativa. Não sei se considero o livro muito fluido, porque ele tem um ritmo normal e no final é que dá uma acelerada, mas a escrita de Rebecca Ross é gostosa de ler, não soa tendenciosa, nem poética demais, é um livro que mesmo sendo de guerra é leve, dá pra ler rápido, se envolver e se entreter além de nos impulsionar para a leitura do próximo volume (que estou ansiosa para emplacar).
E é isso, Divinos Rivais valeu super a pena ler e entendo os motivos de ter agradado muita gente, embora tenha ressalvas. Não deixem de conferir, caso tenham curiosidade. Obrigada por terem lido até aqui. Até a próxima!
FICHA TÉCNICA |
Título Original: Divine Rivals Autor: Rebecca Ross Tradutor: Sofia Soter Gênero: Fantasia. Romance. Romantasia. Editora: Alt Ano: 2023 | 464 págs. País de Origem: Estados Unidos Classificação: +13 Aviso de Conteúdo: Guerra. Morte dos pais. Morte. Luto. Violência. Sangue. Alcoolismo. Conteúdo sexual (menção) Minha avaliação:⭐⭐⭐⭐(4/5) |
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