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O Peso do Pássaro Morto, Aline Bei, São Paulo: Editora Nós, Edith, 2017, 168 págs.
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Saudações Leitores!
O Peso do Pássaro Morto (2017) é o livro de estréia da escritora paulista Aline Bei, inclusive foi o livro finalista do Prêmio São Paulo de Literatura em 2018, na categoria de livros de estreia de escritores com menos de 40 anos.

Sem dúvida nenhuma posso afirmar que O Peso do Pássaro Morto foi um dos livros mais viscerais que li na vida, que emociona, comove e nos faz refletir ao passo que vamos acompanhando uma trama cativante com uma estrutura marcante de narrativa ancorada em um estilo de prosa poética extremamente madura e bem estruturada - sobretudo por ser um livro de estreia.
Em uma primeira vista a trama pode parecer bem simples, afinal vamos acompanhar uma personagem ao longe de várias etapas de sua vida, mas especificamente, dos 8 aos 52 anos de idade, e no decorrer desse tempo vamos percebendo todo o ambiente que a personagem vive, seus relacionamentos, conflitos, emoções... Seu amadurecimento.

O Peso do Pássaro Morto é dividido em 9 capítulos e cada um deles vai remeter aos acontecimentos vividos por essa menina-mulher aos longo de alguns anos de sua vida, assim teremos os capítulos-anos de idade: 8, 17, 18, 28, 37, 48, 49, 50 e 52 anos.

O interessante em acompanhar essas fases da vida da personagem é que vamos ficar diante de uma linguagem que irá remeter a "idade" e a "maturidade" da narradora, por exemplo, no primeiro capítulo temos uma linguagem mais infantil, já que a menina tem 8 anos, e vai trazer os dilemas e dúvidas próprios da idade, já no último temos uma linguagem de uma mulher, já que a personagem tem 52 anos, e vai trazer toda uma bagagem de vida e reflexões maduras para sua idade.
Mas não é só a estrutura narrativa original e bem desenvolvida que chamaram minha atenção para O Peso do Pássaro Morto mas, sim, a trama. A história dessa personagem vem nos colocar diante de inúmeras situações vividas por mulheres e o impacto que as coisas que vivemos tem sobre todo o desenrolar de nossa vida.

O enredo é forte, é legítimo, é cruel, é visceral. Em vários momentos da leitura eu precisava parar, respirar funda e tentar segurar as lágrimas, porque é claro que todas as mulheres já passaram por situações de perda, de solidão, de assédio, de violência, de medo, de raiva, de desespero... Temos tudo isso aqui e em vários momentos não é fácil de ler. É doloroso.

É pertinente mencionar que O Peso do Pássaro Morto possui diversos gatinhos sobre violência, estupro, solidão, pensamentos maus e uma pessoa que não está psicologicamente tão bem, ou que esteja fragilizada, essa leitura pode ser ainda mais cruel e depreender outros significados.
O fato é que, todas as situações vividas por esta progonista, tiveram um grande impacto em toda a sua vida e trouxeram consequências que muitas vezes é difícil pensar, sobretudo, para quem não viveu na pele... Então, O Peso do Pássaro Morto, serve como uma ponte para nos sensibilizar para tais situações e, praticar a empatia e a sororidade.

Apesar de ser um livro "fininho", devo admitir que não consegui lê-lo de uma sentada só (como imaginei que seria quando comecei a leitura), mas a leitura foi tão emocionante que precisei de várias pausas, vários momentos para acalentar meu coração.

Vir escrever sobre esse livro está sendo uma experiência incrível, afinal precisei de várias semana para poder processar tudo o que li, no entanto, sei que o que estou escrevendo sobre O Peso do Pássaro Morto não chega nem perto da grandiosidade do que é esse livro, então, se você estiver bem para fazer essa leitura, prepare-se ainda mais e invista nessas páginas... elas são realmente importantes.


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Resenha: O Peso do Pássaro Morto - Aline Bei

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

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