Saudações Leitores!
Esse livro foi cortesia da Editora Record, a quem agradeço muito pelo envio. Assim que li a sinopse fiquei com muita vontade de lê-lo, pois o título já deixava transparecer que a narrativa seria engraçada. Acertei em cheio: narrativa engraçada, envolvente e um pouco sombria sobre um relacionamento... Bem, esse livro faz qualquer pessoa desistir de casar, mas se casar, é bom manter os olhos abertos! Confira mais...
Como
Matar seu Marido - e outras utilidades domésticas, Kathy Lette,
Rio de Janeiro: Record, 2013, 336pág.
Traduzido por Alda Lima
Traduzido por Alda Lima
How to kill your husband - and other handy household
hints (2006)
cujo título brasileiro é Como Matar seu Marido - e outras utilidades domésticas
foi escrito pela australiana Kathy Lette e recentemente publicado no Brasil
pela Editora Record, que já publicou
no ano 2000 outro livro da escritora intitulado Altar Ego (1998), a
escritora ficou reconhecida com o romance Puberty Blues (1979) que foi transformado
em filme em 1981e adaptado para uma série de TV em 2012. Lette já teve seus
livros publicados em mais de 14 idiomas. O livro Como Matar seu Marido - e outras
utilidades domésticas foi adaptado
para os palcos na Austrália.
Esse livro conta a história de três amigas: Hannah, Jazz
e Cassie e seus respectivos casamentos. Após meses sem contato com as amigas,
Cassie recebe um telefonema de Jazz que lhe diz estar presa por matar seu
marido, o reconhecido Dr. David Studlands. Nesse meio tempo, Cassie precisa
ajudar a amiga se safar dessa encrenca já que Jazz afirma, categoricamente, que
não matou o marido apesar de ter desejado isso por muito tempo. Assim sendo,
Cassie começa a escrever a história dela e das amigas a fim de entregar o
relato para a advogada de Jazz e assim ajudar na libertação da amiga.
"Amigos nos definem bem melhor que nossos parceiros ou família. Amantes e marido vêm e vão, filhos deixam o ninho, amigas, com todas as suas alfinetadas, armações e tagarelices, são a espinha dorsal da sua vida." (p.322)
Na retrospectiva de Cassie, ficamos por dentro do que
acontece com o casamento das três amigas que se conheceram na universidade e
nunca mais tinham se afastado. Desse modo vemos quando Jazz começa a suspeitar
das traições do marido – pois eles não têm mais relações sexuais – e aproveita
uma oportunidade para segui-lo com a ajuda de Cassie e, tragicamente, descobre
que ao invés de uma amante David têm várias. Jazz fica devastada e
terrivelmente sem chão, mas decide seguir em frente e pagar na mesma moeda, já
que seu marido tinha uma desculpa esfarrapada para traí-la, ela simplesmente
tenta aproveitar a vida e a exemplo do marido, começa a ter vários amantes.
"Ele acha que obviamente esses casos preenchem alguma necessidade que não está sendo satisfeita com o casamento, e que enquanto continuar assim, o parceiro insatisfeito continua sendo infiel. Melhor que destruir o casamento, justificou, era procurar em outro lugar o que está faltando. De acordo com ele, a infidelidade é uma estratégia para manter nosso casamento. É um ato de preservação, não de destruição. É assim que justifica ser um traidor compulsivo." (p.103)
Nesse ínterim, o casamento de Cassie também começa a ir
de água abaixo, pois o marido: Rory, simplesmente não lhe proporciona um
orgasmo há mais de um ano, seguindo os conselhos de Hannah – a única que tem um
relacionamento perfeito com o marido, Pascal – acaba indo fazer terapia, mas as
coisas não saem como planejado.
"Maridos são tão parecidos que é melhor ela ficar mesmo com o canalha com cujos hábitos alimentares e peidos já está acostumada." (p.113)
Como Matar seu Marido é um livro divertidíssimo e após grandes risadas e
métodos supostamente eficientes de como matar seu marido ficamos, durante toda
a leitura, com a dúvida se Jazz matou ou não seu marido ou na expectativa do
desfecho do livro. Garanto uma coisa: o desfecho é incrivelmente surpreendente.
Kathy Lette escreveu um romance
em que os personagens são reais e que não é difícil encontrarmos histórias
parecidas com a narrada no livro, ademais é difícil – realmente muito difícil –
julgar as ações dos personagens, na verdade devemos nos livrar dos preconceitos
e dos estereótipos, pois se formos analisar a complexidade de cada personagem,
não conseguiremos nem concordar e nem discordar deles, suas histórias carregam
cicatrizes demais para julgarmos suas ações, mas elas servem de exemplo para o
leitor afinal, após
anos de casamento, não tem como um relacionamento ser como nos primeiros dia a
rotina acaba desgastando demais uma relação, principalmente quando não há
diálogo e companheirismo.
"As mulheres amam o dia inteiro, a noite inteira; aquilo significa toda a pizza da vida. Para os homens, é apenas uma fatia. Trabalho, amigos e esportes abrangem as outras fatias." (p142)
Não foi poucos os momentos de
leitura em que me vi em conflito com meus sentimentos: raiva, pena e
frustração, pois é praticamente impossível não julgar ou condenar tais
atitudes, mas cada ser humanos tem uma maneira de ver e como já dizem por aí:
todo mundo sabe a cruz que carrega. Portanto tentei me divertir com o romance e
o achei incrivelmente engraçado apesar de um pouco sombrio me rendeu muitas
risadas. O final, para mim, foi surpreendente o que tornou essa leitura cada
vez melhor, embora faça qualquer pessoa sensata desistir de casamento, pois ele
é retratado de forma muito macabra neste livro.
Se indico Como Matar seu
Marido? Com certeza, é uma leitura divertidíssima, mas é contra indicado se
você estiver de casamento marcado, pode ser que este livro te faça desistir.
Camila Márcia