Hoje trago minhas impressões sobre o filme Lição de Amor (Scusa Ma Ti Chiamo Amore), uma produção italiana de 2008, dirigida por Federico Moccia, que também é autor do livro Desculpa se te chamo de amor (resenha AQUI) que inspirou o longa. Confesso que, como alguém que já havia lido o livro, fui assistir ao filme com altas expectativas imaginando como ele traria à vida uma história tão repleta de emoções e reviravoltas, mesmo com as ressalvas em relação a leitura e que sabia que encontraria na película. Então, vamos ao meu veredito!
Título Original: Scusa Ma Ti Chiamo Amore
Ano: 2008
Direção: Federico Moccia
Duração: 110 min
Classificação: +14 anos
Gênero: Romance. Drama.
País de Origem: Itália
Minha Avaliação: ⭐⭐⭐
Sinopse: Niki (Michela Quattrociocche) tem quase dezoito anos, está no último ano do ensino médio e gasta o seu tempo de lazer com grupo de amigos confiáveis entre os clubes, festas e eventos diversos. Alex (Raoul Bova) tem cerca de trinta e sete anos e é um publicitário de carreira. Há pouco foi deixado pelo seu "eterno amor" e agora sua vida social se restringe aos seus velhos amigos. Em uma movimentada manhã romana Niki bate com sua moto no carro de Alessandro e este incidente marca o início de uma grande virada na vida dos dois.
FILME vs LIVRO
Como fã do livro de Federico Moccia, fiquei curiosa para ver como sua narrativa romântica, que mistura delicadeza e polêmica, seria traduzida para as telas. E devo dizer que o filme cumpre bem o papel de capturar a essência do livro, mesmo que algumas nuances se percam no processo.
O romance entre Alex e Niki é o coração da história, e o filme não foge disso, retratando os momentos doces e divertidos entre os dois com fidelidade. No entanto, o livro, por ser mais detalhado, nos permite mergulhar mais profundamente nos pensamentos e conflitos internos de Alex e Niki, algo que o filme apenas arranha na superfície. Certos diálogos marcantes do livro foram suavizados ou omitidos, o que pode frustrar leitores que esperavam uma transposição mais literal, afinal o livro é digno de gastar uma cartela inteira de post-its.
Por outro lado, a adaptação acerta ao preservar o clima romântico e encantador que permeia a narrativa, mesmo que o filme, em alguns momentos, adote um ritmo mais apressado para caber na duração limitada.
AMBIENTAÇÃO E DIREÇÃO
A ambientação é um dos grandes pontos fortes de Lição de Amor. A Itália é apresentada de forma deslumbrante, com cenários que capturam o charme de Roma e a beleza de suas paisagens litorâneas. Cada locação complementa o tom romântico da história e ajuda a criar a atmosfera envolvente que o filme pede.
Federico Moccia, como diretor e autor do livro, mostra familiaridade com a história, mas sua direção, embora competente, não traz grandes inovações. Ele se mantém fiel ao tom da obra original, mas poderia ter explorado melhor os contrastes entre os mundos de Alex e Niki, algo que o livro trabalha com mais intensidade, mas compreendo o quão desafiador é adaptar uma obra literária, mesmo um que foi autor!
Os protagonistas desempenham bem seus papéis, trazendo autenticidade aos personagens que os leitores já conhecem. Raoul Bova, como Alex, exala charme e vulnerabilidade, capturando a dualidade de seu personagem: um homem dividido entre o conforto de sua vida adulta e a renovação que Niki traz. Sua performance consegue nos fazer simpatizar com Alex, mesmo nas decisões mais questionáveis. Eu não achei que fosse gostar tanto do personagem, mas a caracterização do ator ao dar vida a ele fez com que eu até esquecesse que estamos acompanhando um relacionamento de um homem de quase 40 com uma jovem que ainda não completou 18 anos.
Michela Quattrociocche, como Niki, é o destaque do filme. Ela traz energia e frescor ao papel, traduzindo a juventude e ousadia de sua personagem de maneira cativante, mas confesso que tinha vez que a personagem me irritava pela falta de maturidade e a atriz soube interpretar muito bem esses momentos de modo que ficava com abuso da Niki. A química entre Bova e Quattrociocche é palpável, tornando o romance crível e envolvente, apesar da controvérsia em torno da diferença de idade entre os personagens. Posso até exagerar sempre repetindo nesse tópico da idade, mas é que é algo que não me caiu bem durante a leitura e também não cai bem no filme, até porque não há motivos para essa diferença de idade tão exagerada, consigo ver essa história acontecer igualzinha com uma mulher de 25 anos de idade.
O elenco secundário, embora menos explorado do que no livro, também oferece momentos memoráveis, especialmente as amigas de Niki, que adicionam leveza e humor à trama.
Lição de Amor é uma adaptação que, embora não alcance a profundidade do livro, ainda consegue capturar seu charme e essência. A história de Alex e Niki, com todos os seus altos e baixos, ganha vida na tela de forma tocante e romântica.
Apesar de alguns momentos parecerem um tanto simplificados, a beleza dos cenários, a química do elenco e a direção delicada tornam o filme uma experiência agradável. Para quem já leu o livro, o filme serve como um complemento visual encantador, mas pode deixar a sensação de que algumas emoções ficaram apenas nas páginas.
Por outro lado, para quem não conhece a obra original, o filme é um romance cativante, perfeito para assistir despretensiosamente. Vale a pena conferir e se deixar levar pela magia do amor inesperado.
Espero que tenham gostado da crítica e até o próximo post! 😊
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