Desculpa se te chamo de amor é um clichê maravilhoso, porém com um relacionamento controverso
Saudações, Leitores!
Primeiramente queria frisar que já conheço a escrita do italiano Federico Moccia, pois já li (e resenhei aqui no site) dois livros dele: Três Metros Acima do Céu e a continuação Sou Louco por Você e são livros que gostei bastante, mas que reconheço alguns problemas intrínsecos das relações entre pessoas que pode ser considerados tóxicos, porém, algo que amo nos livros do autor são as inúmeras reflexões, emotividade e tom poético. Meu volume de Desculpa se te chamo de Amor ficou absolutamente cheio de post-it de tanta marcação que eu fiz, a história é fofa, muito boa, porém, é problemática em um ponto específico e que acredito que poderia ter sido diferente: a idade dos personagens!
Desculpa se te chamo de Amor apesar de gerar controvérsias é aquele tipo de livro que conquista com a leveza da leitura e, ao mesmo tempo, provoca um misto de reflexões sobre amor, idade e as infinitas possibilidades de encontrar o "felizes para sempre". Porém, é claro, como qualquer romance que se preze, tem seus altos e baixos. Vamos conferir se essa história tem o poder de encantar ou decepcionar?
Aqui iremos acompanhar Niki, uma adolescente de 17 anos que está finalizando os estudos do colegial e se descobrindo quem ela é na vida; do outro lado temos o "mocinho" que já é um homem feito, experiente e recém-separado da noiva, o publicitário Alex, de 37 anos, ou seja: vinte anos mais velho que a protagonista (pedofilia é como chama, não?). Pelo que entendi, na Itália, essas idades não configuram uma relação como crime, parece que lá crime é uma pessoa mais velha se envolver com pessoas de até 16 anos, mas me parece precoce demais e muito inaceitável uma relação com uma adolescente tão jovem, percebam, se ela tivesse seus 23-24 anos de idade e ele fosse 20 anos mais velho, Ok, porque ela já teria um pouco mais de experiência e discernimento, mas a Niki com 17 anos foi meio difícil engolir, precisei ler o volume imaginando na minha cabeça que ela tinha mais de 20 anos, no entanto, a todo momento do livro Moccia ficava me lembrando que ela era jovem demais.
Essa problemática à parte, vamos ao enredo de Desculpa se te chamo de Amor, a história é simples: de forma improvável, Niki e Alex acabam se apaixonando. A história gira em torno dessa relação que desafia os tabus da diferença de idade e os estereótipos do amor perfeito. Até aí, a premissa é até encantadora. O livro se desenrola de forma fluida, com uma narrativa que é tão leve que dá vontade de devorar as páginas. A proposta de Moccia é simples: falar sobre o amor em sua forma mais pura e intensa, e isso ele faz com bastante competência, apesar de controverso.
No entanto, não vou negar que a medida que a história avança, o que parece ser uma trama fofa e divertida começa a cair na armadilha dos clichês. As reações dos personagens e as situações nas quais se encontram muitas vezes se tornam previsíveis. Niki e Alex, apesar de charmosos, podem se tornar personagens repetitivos e até irritantes, já que as suas decisões, em alguns momentos, parecem estar mais a serviço da narrativa do que de uma construção real de relacionamento. A diferença de idade, que poderia ser explorada de maneira interessante, às vezes soa como um recurso barato para criar drama, e não algo realmente significativo para o desenvolvimento dos personagens, na verdade, acredito que a diferença de idade é algo são superficial que é desnecessário. Ela poderia muito bem ter mais idade e ainda assim ser mais nova que ele.
Desculpa se te chamo de amor tem seu valor. Como o próprio título sugere, o romance flerta com a ideia de uma paixão arrebatadora e impensada, que surge quando menos esperamos. E isso é algo que Moccia sabe capturar bem: a imprevisibilidade e a intensidade do amor jovem. As cenas românticas são bem construídas e, para quem está em busca de uma história que toque o coração de forma leve, sem grandes complexidades, esse livro cumpre seu papel.
No fim das contas, Desculpa se te chamo de amor é uma leitura rápida, com um charme inegável, cheio de frases de efeito e cenas de romance que fazem o coração bater mais forte, mas não espere por algo que vá além do superficial e clichê. Moccia trabalha com perfeição todas as partes clichês. É aquele tipo de livro para se ler quando você está procurando uma fuga da realidade, quando não quer nada que te faça pensar demais. Não é um livro transformador, mas é capaz de aquecer o coração, mesmo que por pouco tempo.
De modo geral, recomendo para quem está atrás de um romance descontraído e que, no fundo, só quer ser transportado para o universo doce e um tanto idealizado do amor. Porém, se você busca uma narrativa mais densa ou personagens com mais camadas, talvez seja melhor procurar outro título.
Obrigado por me acompanharem até aqui e até a próxima leitura!
FICHA TÉCNICA |
Título Original: Scusa ma ti chiamo amore Autor: Federico Moccia Tradutor: Gian Bruno Grosso Gênero: Ficção. Romance. Editora: Planeta do Brasil Ano: 2007/2009 | 416 págs. País de Origem: Itália Classificação: +14 Aviso de Conteúdo: Traição. Relacionamento com faixa etária problemática. Minha avaliação:⭐⭐⭐⭐❤️(4/5) |
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