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Resenha: A Voz do Silêncio, vol. 4 - Yoshitoki Oima

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

A Voz do Silêncio (vol. 4), Yoshitoki Oima, São Paulo: New Pop Editora, 2017, 200 págs.
Tradução: Sayuri Tanamate
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Saudações Leitores!
Dando continuidade a mais um volume de a série de mangás A Voz do Silêncio (Koe no Katachi - 聲の形, 2014), da mangaka Yoshitoki Oima, desta com meu veredito e bate-papo de A Voz Do Silêncio, vol. 4. Lembrando que, por se tratar de uma série sequencial, esse veredito terá spoiles, inclusive, aqui no blog já tem resenha dos volumes anteriores, Vol. 1Vol. 2Vol. 3, confira! A propósito, como gostei tanto dessa série de mangás tem um especial no canal falando sobre os volumes CONFIRA AQUI.

Não é mais novidade o quanto A Voz do Silêncio tem me impactado e a cada volume tenho amado mais e mais a série e me aproximado dos personagens, seus sentimentos, dramas e, claro, despertado minha empatia, afinal esse mangá aborda primorosamente temas pesados de uma maneira acessível, passando uma boa mensagem, levando-nos a uma série de reflexões.

A Voz Do Silêncio, vol. 4 consegue trazer um enredo incrível e aprofundar mais os relacionamentos dos personagens, introduzir novos personagens e ainda trabalhar com os sentimentos e vivências tanto de Shouko quando de Shouya, nos mostrando como eles se tornaram quem são;


Portanto, nesse volume vamos ter alguns flashbacks da vida de Shouko e assim vamos entender os motivos dela estar feliz por ter amigos, por conseguir se comunicar com eles, mas também nesse volume iremos nos aprofundar mais sobre a irmã de Shouko, Yuzuru, bem como sobre a própria dinâmica familiar.

É nesse ponto que cheguei a me emocionar bastante, tanto com as cenas no sentido cronológico, quanto com os flashbacks. Porque perceber o quão Yusuru, Shouko e sua mãe são fruto de vários sofrimentos que passaram ao longo da vida e que, de certa forma, nenhuma dessas mulheres fortes e incríveis querem mostrar suas fragilidades umas para as outras, o que faz total sentido elas serem tão fechadas, enigmáticas e mal compreendidas. Essa família passou por muita coisa unida, mas mesmo assim falta diálogo. No entanto, amei conhecer mais sobre a mãe e entender melhor seu comportamento, que até então sempre me questionava a cerca das motivações.

Ainda em A Voz Do Silêncio, vol. 4 iremos observar como Shouya está lidando com os "novos amigos" e a percepção de que é possível existirem amigos que são completamente o oposto do outro, que é possível haver brincadeiras e brigas, pois isso faz parte da amizade. É extremamente gratificante ver Shouya satisfeito com seu grupo de amigos, passando um dia divertido e percebendo que há beleza nas diferenças de cada um deles, além disso, é tão incrível ver como o personagem amadureceu e agora consegue discernir brincadeiras de bullying, além de observar que há coisas que não vai conseguir mudar.


Confesso que eu passei a leitura de A Voz Do Silêncio, vol. 4 um pouco ansiosa para saber os desdobramentos da última cena do volume anterior, mas a mangaka Yoshitoki Oima, deu uma trolada e protelou um pouco para "definir" as coisas, preferindo abordar outros pontos extremamente incríveis e necessários.

Por exemplo, o tópico mais forte nesse volume e, a forma como Yoshitoki Oima tenta ser educativa e explicativa sobre a surdez, foi expor para o leitor os motivos de Shouko ser surda, tendo em vista que a surdez pode ser adquirida ou pode ser congênita (nascer com ela) que é o caso de Shouko. A surdez congênita acontece durante a gestação e pode ser fruto de várias causas entre elas doenças contagiosas como herpes, meningite, sarampo, sífilis...

Então nesse volume tive um grande impacto em um dos fashbacks, quando descobrimos que foi o pai de Shouko que passou uma dessas doenças para a mãe dela e, por conta disso Shouko nasceu surda. Daí você me pergunta: mas por que fiquei impactada?


O impacto foi ver que os avós paternos e o pai de Shouko culpabilizaram a mãe pelo problema de Shouko e por isso exigiram o divórcio, já que não queriam um "deficiente" na família. Existia e infelizmente ainda existe muito preconceito e uma visão bastante distorcida em relação a pessoas com alguma deficiência física ou intelectual. Aqui percebemos isso e mais, fizerem da vítima: a mãe de Shouko, uma vilã, sendo que foi o pai que passou a doença. Porém, independente de quem era a culpa, o que dói é o abandono, como assim fugir da responsabilidade? Ainda mais quando a mãe de Shouko estava grávida novamente, de Yuzuru!

Adorei Yoshitoki Oima trazer em pauta essa discussão e mostrar que ainda pesa sobre a comunidade surda um verdadeiro estigma a respeito das causas da surdez, preconceitos, mitos, ignorância e falta de informação e que talvez, no Japão, possivelmente esses tópicos ainda podem ser ainda mais obscuros, principalmente em famílias tradicionalistas.

Em suma, amei todo o desenvolvimento desse volume, aprendi bastante sobre os personagens, amei a introdução dos novos personagens e estou curiosa a respeito tanto dos desdobramentos em relação a declaração de Shouko, quando ao filme de Tomohiro. Sinto que muitas águas ainda vão rolar nessa história e estou ansiosa para conferir! Quinto volume, aí vou eu!

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2 comentários :

Muito obrigada pelo Comentário!!!!

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