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Kim Ji-Young: Born 1982 (Filme)

quarta-feira, 17 de agosto de 2022


Saudações Leitores!
Ao ler o o livro Kim Jiyoung, nascida em 1982, fiquei bastante impactada com a dura realidade que todas nós mulheres passamos, mas que poucas pessoas conseguiram também imprimir em palavras, portanto, ao saber que havia uma adaptação do livro corri a trás para assistir e venho aqui fazer minhas considerações e paralelos sobre livro x filme.


Kim Ji-Young: Born 1982
Título Original:  82n Yeonsaeng Kim Jiyoung
Duração: 120 min.
Gênero: Drama
Ano: 2019
País de Origem: Coreia do Sul

Sinopse: Kim Ji-young, uma mulher normal na casa dos 30 anos, de repente mostra sinais de ser habitada por outras pessoas, como sua mãe e irmã mais velha, e as histórias das pessoas ligadas a ela.

BASTANTE ORIGINAL E FIEL A OBRA LITERÁRIA

Ao assistir Kim Ji-Young: Born 1982 já conhecia a obra literária e, portanto esperei o enredo original e um ritmo mais "monótono", porque a importância tanto do livro quanto da produção desse filme é a promoção de reflexão, por isso fiquei completamente impactada pela fidelidade do filme em relação à obra.

Antes de assistir a película até imaginei que pudesse haver muita diferença entre o livro e o filme justamente para tornar o filme mais ágil, mas a surpresa é que foi o k-movie foi o mais fiel possível.

ADAPTAÇÃO É FIEL, MAS DO QUE TRATA? 

O enredo de Kim Ji-Young: Born 1982 gira em torno da vida de Ji-Young como uma mulher numa sociedade absolutamente conservadora e sul-coreana, de modo que ela tenta seguir as convenções sociais, mas ao passo que faz isso acaba deixando de fazer o que realmente quer e ao mesmo tempo acaba sendo criticada por ter desistido de seus objetivos ou se negligenciasse a família seria julgada por isso também. A mulher sempre seria julgada nesse contexto, não é mesmo?

O fato é que ela acaba tendo sua saúde mental afetada tanto por se sentir frustrada por deixar o emprego e sobrecarregada por cuidar de uma criança pequena, do marido e da casa, desse modo, toda essa situação a leva ter lapsos de fala, como se fosse outra pessoa. 

A história é capaz de tocar diferentes mulheres em diferentes idades, pois explora as angústias de diversas fases da vida de uma mulher, mostrando as pressões sociais tão presentes no dia a dia feminino. Já os assuntos abordados na película (e no livro) são muito variados: o patriarcado, a preferência por filhos homens, a mulher como a única responsável pelos cuidados domésticos e criação dos filhos - ao passo que ao fazer isso é criticada por ter "escolhido" uma vida "fácil" ao ter filhos e não trabalhar fora -, saúde mental, liberdade de expressão, incompreensão familiar, entre muitos outros tópicos.

CONTROVÉRSIAS ENVOLVENDO LIVRO E FILME

Tanto o livro quanto o filme vieram ao público cercados por controvérsias, pois apesar de ser um dos romances feministas mais aclamados do país - explorando o real significado de ser mulher numa sociedade patriarcal - a Coreia do Sul é um país patriarcal e muito tradicionalista no que se refere aos papeis sociais de homens e mulheres.

Portanto, o livro, à época de seu lançamento, gerou uma série de debates na Coreia do Sul, gerando polêmica e até movimentos contra o feminismo. Inclusive li em uma matéria que tanto atrizes, cantoras e artistas que disseram ler o livro sofreram ataques e foram intimidadas em comentários de sites e redes sociais. Vale ressaltar que a atriz protagonista Jung Yoo Mi, quando foi anunciada no elenco do filme sofreu milhares de ataques e discursos de ódio em seu Instagram. 

Outro detalhe de suma importância é que o filme Kim Ji-Young: Born 1982, além de sofrer duras críticas foi alvo de petições para que não fosse lançado, inclusive é uma película de difícil acesso.

FILME DIGNO DE OSCAR, MAS FINAL DE DORAMA

O longa metragem foi indicado a várias categorias em premiações pela Ásia e, inclusive, a diretora ganhou o prémio de Melhor Nova Diretora no 56th Baeksan Arts Awards; a atriz protagonista também ganhou o prémio de Melhor Atriz do 56th Grand Bell Awards.

Como o livro foi lançado este ano (2022) aqui no Brasil (sendo que ele foi publicado originalmente em 2016), acabou que o filme também ganhou destaque este ano, porém a película teve estreia em outubro de 2019.

Para mim, esse filme é riquíssimo e tenho que dizer que seria uma película obrigatória para quem é machista, acha que a vida das mulheres é fácil ou quer entender e ter uma mais perspectiva sobre o universo feminino. 

O único ponto em que há uma pequena diferença entre livro e filme é o final, pois no filme houve uma parte mais aberta que dá uma margem para interpretações, já no livro dá a impressão de uma história mais fechada, o que pode não dar nenhuma esperança, portanto, acredito que o final do filme por ser mais romantizado foi meio de dorama, no entanto, isto não me incomodou.

Vocês já assistiram ou leram ao livro? Contem, para mim, o que acharam ou se estão curiosos... Até o próximo post!

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