Um Homem Chamado Ove é intenso, tem um humor tragicômico, mesmo abordando temas tão pesados e extremamente pertinentes, saí do volume com uma baita reflexão.
Saudações Leitores!
Muitos anos depois desse livro ter sido publicado no Brasil e estar com o volume na minha estante pegando mofo 😅 finalmente li UM HOMEM CHAMADO OVE. O volume, para quem não sabe é do escritor/jornalista sueco, nascido em Estocolmo Fredrik Backman, mesmo autor de Minha Avó Pede Desculpas e Gente Ansiosa. O autor é bastante popular aqui no Brasil, porém este ainda é o primeiro livro que leio dele e devo dizer: que experiência maravilhosa, com certeza irei me debruçar nas páginas de outros livros do autor. Vale ressaltar, a princípio, que o livro se tornou um best-seller e ganhou até uma adaptação sueca adorável (assisti e amei).
Sem mais delongas, vamos ao que se trata UM HOMEM CHAMADO OVE: iremos acompanhar a história desse personagem peculiar. Ove é um homem de 59 anos que detesta interações sociais, perdeu o emprego recentemente e está de luto pela morte da esposa, Sonja, ocorrida há alguns meses, para ele, sua vida perdeu totalmente o sentido, tendo em vista que o que lhe movia era o amor pela esposa e o senso de obrigação, agora que não tem mais isso ele decide que chegou a hora de morrer, porém vê seus planos frustrados constantemente em decorrência da chegada de uma nova família na vizinhança e constantes interpelações dos vizinhos nos momentos exatos em que iria por fim a sua vida.
O que mais posso dizer sobre UM HOMEM CHAMADO OVE? O fato do personagem ser ranzinza e ver a vida e as relações com as outras pessoas de forma pessimista é ao que a primeira vista pode assustar e ser deverás melancólico durante a leitura, ainda mais em decorrência de suas intenções suicidas, mas essas impressões logo cairão por terra com o decorrer da leitura, pois ficaremos a par do que levou Ove se tornar uma pessoa assim e fica claro que ele se impôs esse comportamento como uma forma de defesa, pois pessoas fechadas não deixam de ser sensíveis em vários aspectos.
Vamos acompanhar no decorrer de UM HOMEM CHAMADO OVE uma regressão para a infância de Ove, sua relação com a família, o surgimento do amor pela esposa e como conseguiu seu emprego, entre outras aspectos de sua vida pessoal, como a amizade que tinha por um outro casal vizinho, mas que ficou destruída.
O fato é que UM HOMEM CHAMADO OVE tem uma narrativa fluida, e em vários momentos assemelha-se a um tom cômico, dramático e trágico, mas apesar do muito que é explorado nas páginas, muito mais fica nas entrelinhas dos acontecimentos do enredo, como muitas reflexões a respeito das tecnologias, da passagem do tempo e muitas coisas sobre o respeito, amor, solidariedade, família, etc. É lindo ver Ove sempre pensar no que Sonja faria se estivesse em determinada situação.
Ove não é um homem com muito filtro, na verdade, ele fala muita coisa que vem na sua cabeça e isso é super engraçado na história e dá uma certa leveza ao volume, mesmo trazendo temas sensíveis. Achei o livro muito apaixonante no sentido da narrativa, das reflexões e do escopo da história, sobretudo trazendo reflexões sobre o comportamento humano e como o tempo mudou as ações e pensamentos das pessoas as tornando praticamente reféns do capitalismo, optando por sempre pagar alguém para fazer algo que poderiam fazer por si mesmas.
No entanto, reconheço que apesar da escrita gostosa e da forma como colocou sua narrativa percebemos que a história é bem simples, tem poucas cenas, poucas referências e uma narrativa que aborda um microcosmo, não se ampliando para as questões sociais e históricas do entorno dos personagens. Temos raros ou poucos detalhes a respeito da cidade, do pais e da política local.
Fiquei surpresa que ao finalizar UM HOMEM CHAMADO OVE estava com lágrimas nos olhos que escorreram, algo que há tempos não acontecia comigo enquanto lia um livro, a propósito, por diversas vezes o livro mexeu bastante com meus sentimentos e me vi emocionada com a história de Ove, bem como dos poucos personagens que acompanhamos e a transformação que vai acontecendo em todos os personagens tocados pela convivência e o compartilhamento de vivências.
Estou muito feliz pela experiência de leitura e espero que tenha convencido vocês a lerem. Até o próximo post!
FICHA TÉCNICA |
Título Original: En Man Som Heter Over Autor: Fredrik Backman Tradutor: Paulo Chagas de Souza Gênero: Romance. Drama. Editora: Alfaguara Ano: 2015 | 352 págs. País de Origem: Suécia Classificação: +16 Aviso de Conteúdo: Intenção/ideação suicida. Luto. Depressão. Morte. Minha avaliação:⭐⭐⭐⭐⭐(5/5) |
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