Saudações Leitores!
Estava com muita saudade daqui, desculpem-me pelo sumiço, mas estava viajando e não tive acesso algum a um computador e acessar do celular ainda é um problema muito grande para mim. Portanto, depois da minha viagem trago para vocês a resenha de Vango* um livro que foi uma grande surpresa para mim, pois ele tem um pouco de tudo: ação, mistério, personagens cativantes, história... enfim, confiram a resenha e saibam mais...
Vango – Entre o Céu e
a Terra, Timothée de Fombelle, São Paulo: Melhoramentos, 2015, 360 pág.
Traduzido por Maria
Alice Sampaio Dória
Vango - Entre ciel et terre foi escrito pelo francês Timothée
de Fombelle, que escrevia principalmente peças de teatro, mas lançou-se também
na literatura. Vango - Entre o Céu e a
Terra é a primeira parte do romance, dividido em dois livros, cujo volume
dois intitula-se: Vango
- Um príncipe sem reino.
"_É porque mudamos de opinião que conquistamos o céu [...]. Um pequeno conselho de homem sábio: nunca irá muito alto se não mudar de opinião." (p.78)
O livro se
passa no entre guerras mundiais e, portanto, faz algumas alusões a
personalidades histórias, concatenando com fatos fictícios e personagens
fictícios. É o retrato da sociedade, ideologias daquela época, e isso é um
grande achado cultural, porque nossa história não pode ser esquecida, e sempre
acho livros assim extremamente inteligentes.
Durante
toda a narrativa acompanhamos as peripécias de Vango, um garoto que cresceu e
viveu de forma bem misteriosa, ele foi criado por uma mulher que sempre disse
que depois de um acidente perdeu a memória.
"Quando se vive sozinho. os objetos têm uma grande importância. O olho se habitua a eles, pois ficam no lugar em que os pomos, e uma mudança, por menor que seja, é tão espantosa quanto a marca de uma pegada na Lua." (p.255)
Vango está
a ponto de tornar-se padre quando a polícia chega para prendê-lo e ele começa a
saga de sua fuga. Como na época do entre guerras tudo era incerto e cheio de
conspirações há muita aventura, perigo e ficamos angustiados quando lemos.
Vango é um cidadão cosmopolita, viajou por vários lugares do mundo em um
Zepellin e fala vários idiomas. A narrativa vai acontecendo enquanto Vango está
em fuga e passa por vários países e época, pois ela é recortada por flashbacks.
"A língua dos outros é uma canção estranha, cuja música imitamos antes de compreender as palavras." (p.39)
É através dos
flashbacks e dos acontecimentos presentes que nós, leitores, vamos
destrinchando os mistérios da vinda de Vango, vamos criando nossas teorias,
vamos torcendo pelo personagem.
Particularmente,
achei a narrativa eletrizante, envolvente e bem diferente, Timothée de Fombelle
escreve de uma forma recortada, com suspense, mistério e historicidade dentro
da ficção, isso me atrai, não obstante, achei que em alguns pontos a narrativa
fica confusa, justamente por conta de tantos detalhes, datas, anos e essas coisas.
Vango - Entre o Céu e a Terra, de
certa forma, exige uma atenção muito grande do leitor.
"Existem portas tão fechadas que nem as vemos mais, tal é o medo que temos de abri-las. Colocamos móveis na frente delas, tapamos totalmente a fechadura." (p.259)
Para
finalizar, vou deixar a indicação, sobretudo, para quem curte livros com muito
mistério e aventura; indicado também para quem gosta de livros que utilizam de
fatos históricos dentro da ficção.
*Este livro foi cortesia da Editora Melhoramentos, para saber mais sobre ele, clique AQUI.