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Saudações Leitores!
Apesar de A Lista Negra (Hate List) não ser nenhum lançamento, apenas agora conheci esta estória, escrita pela norte-americana Jennifer Brown que também escreveu o livro Amor Amargo e tem um conto no livro As Fases da Lua, publicados no Brasil pela Gutenberg.
Acompanhar esta estória não foi algo simples, pois mesmo sabendo ser ficção ela é muito pautada em fatos reais, ou seja, fatos que já aconteceram e/ou ainda podem acontecer.
Em A Lista Negra vamos alternar entre matérias de jornais, idas e vindas ao passado e situações presentes de um massacre acontecido no Colégio Garvin. Em especial acompanharemos a personagem Valerie que namorava Nick, o autor dos disparos e, obviamente, do massacre.
"Às vezes, em um mundo onde os pais se odeiam e a escola é um campo de batalha, era ruim ser eu. O Nick tinha sido minha fuga. A única pessoa que me compreendia. Era bom fazer parte de um "nós", com os mesmos pensamentos, os mesmos sentimentos, os mesmos problemas. Mas, agora a outra parte desse "nós" tinha ido embora e, deitada no meu quarto escuro, percebi que não sabia como me tornar eu mesma de novo."
Simplesmente o jovem entrou na cantina da escola e atirou em vários colegas e professores, levando vários a óbito e outros ficaram muito feridos, sem contar que toda a escola praticamente ficou doente por conta do trauma psicológico. Após o massacre Nick tira a própria vida. Valerie, sua namorada ainda salva alguns e também é alvejada na perna.
Tudo parecia um pesadelo e quando Valerie acorda no hospital, diante de todo o assedio da impressa e do julgamento social por namorar um jovem problemático, descobre que a Lista Negra, idealizada por ela e cujos nomes presentes foram os principais alvos dos disparos veio à tona e Val apontada como cúmplice.
"Como não pude perceber? Como não percebi que os e-mails contavam uma história alarmante que teria assustado qualquer um? Como não pude perceber que a conversa do Nick foi da ficção para a realidade? Como não pude ver que as minhas respostas, ainda que fictícia na minha cabeça, fariam com que todos pensassem que eu também estava obcecada pela morte?"
O livro irá alternar entre o presente e o passado e vamos perceber que Valerie está psicologicamente abatida, por vários motivos: pelo bullying que ela e o namorado sofriam e que foi o motivador de tudo isso, por não conhecer Nick completamente e nunca - jamais - ter suspeitado de que para ele a Lista Negra não era apenas uma brincadeira e uma forma de desabafar sua raiva e frustrações, por ter uma família desarranjada, com um pai que não a suporta e com uma mãe que simplesmente não consegue mais confiar nela.
"As pessoas faziam isso o tempo todo, acham que "sabem" o que está se passando na cabeça de alguém. Isso é impossível. É um erro achar isso. Um erro muito grande. Um erro que, se você não tiver cuidado, pode arruinar a sua vida."
No meio de tudo isso ela volta para a escola e tentar retomar sua vida, mas tudo mudou consideravelmente e ela parece não se arranjar e se sente culpada o tempo todo. Os momentos de maior sanidade é quando ela vai conversar com seu psiquiatra Dr. Hietler.
"Pensei naquilo. Em tudo que eu recordei do que tinha acontecido na escola, nunca me ocorreu perguntar a mim mesma o porquê. A resposta parecia óbvia. Nick odiava aquelas pessoas. E elas o odiavam. Era por isso. Ódio. Socos no peito. Apelidos. Risadas. Comentários depreciativos. Ser empurrado de encontro aos armários quando passava. Eles o odiavam e ele os odiava e de algum modo acabou daquele jeito, com todo mundo morto."
Além do mais ficamos com aquela sensação de impotência: será que ninguém percebeu? Será que perceberam e fingiram que não viram todo aquele bullying pois era mais fácil fingir não ver? Teria sido melhor que houvesse algum projeto para prevenir o bullying... teria sido melhor do que tentar, após o massacre, remediar algo que já culminou em tragédia.
O mais assustador é ver como a imprensa e a própria escola tentam apontar culpados e pouco fazem de forma concreta para ajudar, e mais ainda, tentam dizer que após o massacre e alguns meses de projetos com os alunos eles estão "curados" e a escola volta as atividades normais apenas com as lembranças e o desejo de melhorar, sendo que quando vemos na narrativa, nada está bem, apenas jovens, adultos e comunidade tentando disfarçar seus medos e problemas, fingindo que nada aconteceu. Triste. Mas isso também é uma realidade, é mais fácil fugir dos problemas reais do que enfrentá-los.
"Às vezes, mesmo as coisas que você espera que vão acontecer podem magoar."A Lista Negra é um livro assustadoramente dilacerante e capaz de nos envolver profundamente com a estória narrada, seria interessante que, ao lermos um livro tão profundo, pudêssemos mudar as atitudes de quem pratica bullying para que algo tão terrível não aconteça em nossa própria realidade.
Esse foi um dos livros que coloquei como meta de leitura do skoob.
ResponderExcluirBeijos
Ebaaaaa, espero que consiga lê-lo. É muiiiiiiiito bom!
Excluirxoxo
Mila F.