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O Homem Bicentenário - Isaac Asimov (resenha)

segunda-feira, 21 de julho de 2025

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O Homem Bicentenário não é apenas um conto sobre robôs e tecnologia, mas sobre dignidade, pertencimento e a profunda e, por vezes trágica, beleza de ser humano.

Saudações, Leitores!

O Homem Bicentenário (The Bicentennial Man, 1976) foi escrito pelo icônico Isaac Asimov, um dos maiores nomes da ficção científica do século XX, conhecido por obras como Eu, Robô, Fundação e O Fim da Eternidade. Não sei porque, mas sempre tive a ideia de que Asimov escrevia de maneira densa, complexa e até mesmo inacessível para leitores menos acostumados ao gênero de ficção científica, mas não foi isso que encontrei aqui, por isso que essa leitura me surpreendeu tanto.

Essa foi uma leitura que devorei em poucas horas. Primeiro porque o texto é curto, um conto que se transforma quase em uma novela, e segundo porque a narrativa é fluída, envolvente e surpreendentemente contemporânea. A linguagem é clara, direta, sem rebuscamento desnecessário, o que me prendeu do início ao fim.

Em O Homem Bicentenário, acompanhamos a trajetória de Andrew Martin, um robô que inicialmente é programado apenas para servir, mas que, ao longo de décadas,  ou melhor, de séculos, começa a desenvolver sentimentos, criatividade e desejos tipicamente humanos. Ele passa por um processo de autodescoberta e transformação, lutando por reconhecimento, liberdade e, principalmente, pelo direito de ser considerado um ser humano.

A história é um verdadeiro mergulho na essência do que nos torna humanos. Andrew desafia os limites da inteligência artificial, da consciência e da ética, e levanta questões filosóficas profundas sobre identidade, direitos civis, tempo, mortalidade e individualidade, além do mais,  ele passa por tantas transformações físicas que também podemos tecer reflexões a respeito dos padrões estéticos e até que ponto vale a pena mudar as feições se a essência continua a mesma. Esse livro é, em sua essência, cheio de camadas poderosas.

Lembro que assisti ao filme inspirado nesse conto há muitos anos, e ele me marcou bastante, especialmente por sua sensibilidade. Mas o conto é ainda mais poderoso, justamente por sua simplicidade e precisão. Cada avanço de Andrew, cada escolha que ele faz em sua busca por humanidade, carrega um peso emocional sutil, mas tocante. Na verdade, agora já quero reassistir ao filme para poder comparar as duas obras. 

O texto de Asimov é, aqui, quase poético em sua objetividade. Não há exageros nem descrições longas; tudo é dito de forma econômica e precisa, o que torna a leitura rápida, mas cheia de impacto. E talvez seja justamente isso o que mais me encantou: a habilidade de escrever uma ficção científica que emociona tanto quanto instiga em tão poucas páginas. Ver a evolução de Andrew, ver as pessoas que eram seus donos se tornarem amigos, ver a passagem do tempo fazer essas pessoas envelhecerem e partirem e Andrew continuar com um propósito tão persistente emociona demais.

Definitivamente, O Homem Bicentenário é uma leitura que merece ser feita em diferentes momentos da vida e analisada sob diversas perspectivas. Apesar de curta, carrega uma potência absurda em suas reflexões e provocações. Para quem, como eu, tinha receio de mergulhar na obra de Asimov achando que seria algo hermético e acadêmico demais, essa é a porta de entrada perfeita, não vejo a hora de ler outros livro do autor.

O Homem Bicentenário não é apenas um conto sobre robôs e tecnologia, mas sobre dignidade, pertencimento e a profunda e, por vezes trágica, beleza de ser humano.

FICHA TÉCNICA
Título Original: The Bicentennial Man
Autor: Isaac Asimov
Tradutor: Aline Storto Pereira
Gênero: Ficção Científica. Sci-fic.
Editora: Aleph
Ano: 1976-2023 | 160 págs.
País de Origem: Estados Unidos. Rússia.
Classificação: +12
Aviso de Conteúdo: Morte de personagens. Solidão. Discriminação. Modificação Corporal. Envelhecimento.
Minha avaliação:⭐⭐⭐(4/5)
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