Saudações Leitores!
Depois de mais de um mês - quase dois - enrolada nessa leitura trago a resenha para vocês, lembro-me que logo que os livros foram lançados aqui no Brasil eu desejei bastante lê-los, em parte porque li muitas resenhas positivas dele, mas infelizmente achei-o maçante, portanto, se você leu A Sombra do Vento e gostou, que ótimo e por favor, não me condene, todo mundo tem sentimentos diferentes acerca de determinados livros: é normal. E se você está perguntando o motivo de eu ter insistido e terminado a leitura, bem, a resposta é simples: era a leitura do Clube do Livro Floreios & Borrões - do qual faço parte - e a história é bacana, mas... enfim, se quer saber mais sobre os detalhes, leia a resenha:
A
Sombra do Vento, Carlos Ruiz Zafón, Rio de Janeiro: Suma de Letras
(Objetiva), 2007, 400 pág.
Traduzido por Marcia Ribas
La Sombra
Del Viento (2001) ou A Sombra do Vento é o primeiro livro da
trilogia O Cemitério dos Livros
Esquecidos, escrita por Carlos Ruiz Zafón, este livro antecede O Jogo do Anjo e O Prisioneiro do Céu, entretanto os três livros podem ser lido de
forma aleatória, isto é, não necessita ser lido na sequência que mencionei. Zafón
é um escritor espanhol bastante conhecido e premiado.
O que falar de A
Sombra do Vento? Após tantas resenhas superpositivas é claro que desejei
ler este livro com todas as minhas forças, não obstante, ele não foi
absolutamente nada do que eu esperava. Passei mais de um mês para ler 400
páginas e isso é um absurdo, porque sou uma leitora voraz e, de acordo com meu
vício é possível ler essa mesma quantidade de páginas em um ou dois dias, mas
isso não aconteceu com este livro.
A Sombra do
Vento traz a história de Daniel
Sempere, na Barcelona de 1945, que logo após ser levado por seu pai ao
Cemitério dos Livros Esquecidos e descobrir um exemplar de A Sombra do Vento, de Julián Carax, intriga-se com o exemplar e sua
história misteriosa, além disso, todos os livros de Carax, segundo Daniel
descobriu, foram ou eram comprados e queimados. Alguém estava determinado a
apagar o nome de Carax da história, fazer com que seu autor fosse morbidamente
esquecido.
O desenrolar da história é lento e isso pode ser
notado pelo fato de Daniel ter conhecido o livro em 1945 e só vir a descobrir
os mistérios em torno do escritor, Julián Carax, apenas em 1955. De
pré-adolescente Daniel passa para adulto na saga das investigações e colhendo
todas as informações possíveis, nesse ínterim Daniel encontra aliados para o
auxiliarem na investigação. Durante a narrativa acontecem muitas coisas – de
maneira lenta e paulatina – e muitos perigos, vingança, amor e ódio fazem parte
da história de Julián Carax e, sobretudo, de Daniel Sempere, ambos tem muito em
comum. O fato de Daniel buscar o autor Carax e o fato de Carax ter se
personificado em seu próprio livro e suas histórias mirabolantes e góticas,
fazem com que a narrativa esteja constantemente sob um manto sombrio e
misterioso, sem dúvida, A Sombra do
Vento, é um livro cheio de mistérios e dramas.
Contudo, no meu ponto de vista, apesar de não
desmerecer a história, porque lá pela página 300 ela começa a se desenrolar,
porque até a 299 era um emaranhado e uma enorme enrolação, o pior foi a
narrativa lenta, minuciosa e arrastada de Zafón; por várias vezes eu pensei em
abandonar a leitura, mas não o fiz por conta do mistério que me deixou muito
curiosa, eu precisava saber o que diabos tinha acontecido com Carax e o que
iria acontecer com Daniel, no fim, o desenrolar foi surpreendente e
convincente, pra falar a verdade, eu já até suspeitava de acordo com as ‘dicas’
que Zafón foi deixando durante a história.
Não ouso dizer que não lerei mais Zafón, porque ainda
tenho vontade, apesar da narrativa cansativa o autor escreve bem e elaborou uma
boa história, apenas eu não consegui ser cativada por ela e isso me entristece:
meu primeiro contato com o autor me deixou um pouco apavorada, vai levar um
tempo para eu ter vontade de voltar a ler Carlos Ruiz Zafón novamente, mesmo eu
já tendo em mãos os outros dois livros dessa trilogia.
Camila Márcia
Quotes
"Cada livro, cada volume que você vê, tem alma. A alma de quem o escreveu, e a alma dos que o leram, que viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro troca de mãos, cada vez que alguém passa os olhos pelas suas páginas, seu espírito cresce e a pessoa se fortalece.Na loja, nós os vendemos e compramos, mas na verdade os livros não têm dono. Cada livro que você vê aqui foi o melhor amigo de um homem." (p.9)
"[...] poucas coisas marcam tanto um leitor como o primeiro livro que realmente abre caminho ao seu coração. As primeiras imagens, o eco dessas palavras que pensamos ter deixado para trás, nos acompanham por toda a vida e esculpem um palácio em nossa memória ao qual mais cedo ou mais tarde - não importa os livros que leiamos, os mundos que descubramos, o quanto aprendamos ou nos esqueçamos - iremos retornar." (p.11)
"Nunca uma história me seduziu e me envolveu tanto como aquela que narrava o livro [...] Até então para mim as leituras eram uma obrigação, uma espécie de multa a pagar a professores e tutores sem se saber muito bem para quê. Eu não conhecia o prazer de ler, de explorar portas que se abrem na nossa alma, de abandonar-se à imaginação, à beleza e ao mistério da ficção e da linguagem. Tudo isso para mim começou com aquele livro." (p.26)