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Saudações Leitores!
Agora com vocês a resenha de um livro cujo autor é um dos escritores que admiro: Paulo Leminski. Este ano já resenhei o livro Toda Poesia. E, com o lançamento de Vida, a Companhia das Letras me proporcionou a oportunidade de o ler me enviando um exemplar, simplesmente só tenho a agradecer: muito, muito, muito obrigada! Fiquem com a resenha, comentem. Espero que gostem!


Vida: Cruz e Sousa, Bashô, Jesus e Trótski - 4 Biografias, Paulo Leminski, São Paulo: Companhia das Letras, 2013, 392 pág.

O livro Vida de Paulo Leminski traz quatro biografias contadas de uma maneira bem peculiar. Os contemplados foram Cruz e Sousa, Bashô, Jesus e Trótski, todos personalidades marcantes e que viveram intensamente e poeticamente mesmo quando a vida era prosa.
Vida mostra uma faceta de Paulo Leminski que poucos conhecem, já que boa parte dos leitores o conhece especialmente por seus haicais, Vida, prova que Paulo Leminski não é só poesia e haicai. Paulo Leminski é poesia em prosa e biografia.

"Já não bastasse a extrema escassez de meios que essa forma implica, algumas palavras, alguns buracos, o haikai demanda dias e dias de brisa e mormaço, birita e desempenho, desespero e euforia, namoros e despedidas, só os piores e os melhores pedaços da vida." (p.148)

Alguns,  acostumados com a poesia suscinta e breve de Paulo Leminski vão se assustar com Vida, outros não, porque mesmo escrevendo biografias P. Leminski supera e concentra nas palavras uma poesia peculiar, isto é, Leminski imprime sua marca.

"Como cada vida é regida pelo astro de uma figura de retórica. Certas vidas são hiperbólicas. Há vidas-pleonasmo. Elipses. Sarcasmos. Anacolutos. Paráfrases.
A figura retórica mais adequada para a vida de Cruz e Sousa é o oximoro, a figura da ironia, que diz uma coisa dizendo o contrário." (p. 21)

As biografias de Cruz e Sousa e Bashô são as que mais concentram poesias, afinal temos dois poetas, um negro e um zen que dominou toda a arte minimalista dos haicais.
Já as biografias de Jesus e Trótski trazem líderes que movimentaram todo um ideal e viveram de formas particularmente impressionantes.

"Jesus é um momento de significação ininterrupta: um signo de literatura infinita." (p.238)

Gostei muito do livro inteiro, mas ele não é para ser lido de um só fôlego, acredito que estudantes de letras e fãs do autor devem ler. É um livro que apesar de se tratar de uma biografia, não é de todo uma biografia, foca na personalidade das pessoas biografadas e não em suas vidas propriamente ditas. Até nas biografias P. Leminski deu uma grande inovada. Na minha concepção as melhores biografias foram as de Cruz e Sousa e Bashô.
Desse modo, ficam aqui minhas recomendações de leitura, Vida é uma excelente obra, mas não espere encontrar poesias Leminskianas, este livro é mais apropriado para uma leitura teórica e paulatina, sem pressa para acabar. A admiração por um escritor ou pelos escritores biografados deve ser suficiente para fazê-los ler Vida. Boa Leitura!

Camila Márcia
 Divulgação de Vida por Gregório Duvivier:

Resenha: Vida - Paulo Leminski

sábado, 14 de dezembro de 2013

Saudações Leitores!
Essa resenha foi bem difícil de escrever por dois motivos 1 Eu já era apaixonada pelo autor e 2 Acabei não conseguindo deixar de ser sentimental enquanto a escrevia e acredito que as linhas abaixo são mais que uma resenha, mas é minha forma apaixonada de falar de um livro que eu suponho ser leitura obrigatória para quem ama/admira poesia ou tem a alma de um poeta-explorador-confuso-amante-concretista.
 

Toda Poesia, Paulo Leminski, São Paulo: Companhia das Letras, 2013, 424 pág.

Leminski dispensa apresentações. É praticamente impossível algum brasileiro nunca ter se deparado com alguma produção deste escritor, poeta, crítico literário, tradutor curitibano, nascido em 1944 e falecido em 1989 aos 45 anos.
Desde muito jovem Leminski adquiriu uma forma peculiar de escrever, dedicando-se muito a poesia e aos haicais. Toda Poesia é uma coletânea com a reunião dos poemas já publicados em seus livros “Quarenta Clics em Curitiba” (1976), “Caprichos & Relaxos” (1983), “Distraídos Venceremos” (1987) – última obra poética publicada em vida –,“La Vie en Close” (1991), “O Ex-Estranho” (1996), “Winterverno” (2001) e “Poemas Esparsos” estes últimos publicados postumamente.
Como todo livro de poesia este, definitivamente, também vem embriagado de sensibilidade e profundidade, percebemos no decorrer de cada livro que o poeta amadurece e recria-se, no entanto é presença constante em seus poemas temáticas universais como: vida, morte, amor e sofrimento. Ademais, como poeta, Leminski tenta desvendar-se e ao mesmo tempo reconhece que “Raros olham para dentro,/ já que dentro não tem nada./ Apenas um peso imenso, a alma, esse conto de fadas.”, mas ele faz parte da classe "rara", portanto, descobre-se ‘ex-estranho’.
Sem dúvida, Leminski, com toda a sua sensibilidade consegue sensibilizar e emocionar seu leitor e apesar de ter uma escrita simples mostra que na simplicidade jazem os sentimentos verdadeiros. Uma obra literária, em especial se tratando de obra poética, não pode ser analisada de forma hermética ou pela quantidade de poemas já escritos pelo autor, mas uma obra poética deve ser analisada pela simplicidade e sensibilidade capaz de passar aos leitores. A poesia deve ser a expressão de um sentimento (bom, ruim, útil, inútil). Entretanto, tudo o que lemos é capaz de nos transformar.
Às vezes temos a ilusão de achar que o muito é algo demais e em algumas situações em excesso, mas quando nos referimos a Paulo Leminski e sua poesia, percebemos, concretamente e sentimentalmente, que o pouco pode ser muito, em duplo sentido: 1- Escreveu pouco para quem merecia ter escrito mais, mas escreveu muito para quem viveu apenas 45 anos; 2- A forma breve com que escrevia seus poemas, constituída de poucas palavras, frases e expressões é muito pois em poucas palavras sintetizava grandes sentimentos, sensações, emoções. Nos apêndices de Toda Poesia, encontramos as palavras de Leyla Perrone-Moisés que diz o seguinte: “O grande poema breve é concentração sem perda, o máximo no mínimo. Leminski conhecia essa arte e colhia o poema com o golpe certeiro da espada zen.” (p.402). O pouco, realmente, pode ser muito, assim como um segundo pode significar muito mais do que duas horas.
Confesso que nunca tinha tido a honra de ler um livro do Paulo Leminski até Toda Poesia, tudo o que tinha lido dele fiz através da internet e desde o primeiro momento me encantei. Já que estou me confessando preciso dizer que sou apaixonada por três poetas: minha primeira paixão foi Vinícius de Moraes que tive a honra de conhecer na minha adolescência. Depois me apaixonei por Leminski assim que adentrei no mundo virtual e, claro, alguns de meus professores na faculdade falaram dele. Por último me apaixonei por Fernando Pessoa que tive a honra de analisar, na faculdade, algumas de suas facetas (Caeiro, Reis, Campos). Continuo apaixonada pelos três e aberta a novas paixões!
Para finalizar, é impossível não frisar que Toda Poesia se tornou um de meus livros favoritos e acredito que este livro tem cem por cento de chance de encantar todo e qualquer leitor. Mais do que uma indicação, acredito que todos devem ler Paulo Leminski, o samurai malandro! Toda Poesia é daqueles livro que devem ser lidos calmamente para que possamos sentir cada verso, cada palavra. Toda Poesia é para ser relido naqueles dias em que nosso coração dolorido pede um pouco de poesia para acalentar a alma.
Camila Márcia

Também não posso deixer de falar que a diagramação e o cuidado que a Companhia das Letras teve com o livro foi maravilhoso. Tá de parabéns! Confiram também o booktrailer de Toda Poesia, em que Arnaldo Antunes faz uma maravilhosa leitura de Leminski e a junção de imagens e poesia faz qualquer pessoa vibrar:

 

Resenha: Toda Poesia - Paulo Leminski

quinta-feira, 4 de abril de 2013

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