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Resenha: É Melhor Não Saber - Chevy Stevens

terça-feira, 5 de julho de 2016

Saudações Leitores!
Depois de me encantar com a escrita de Chevy Stevens em Identidade Roubada agarrei com todas as forças a oportunidade de ler É Melhor Não Saber (para saber mais sobre o mesmo, clique AQUI), agora, compartilho com vocês as minhas considerações.


É Melhor Nem Saber, Chevy Stevens, São Paulo: Arqueiro, 2013, 320 pág.
Traduzido por Maria Clara de Biase

Never Knowing (2011), no Brasil publicado com o título É Melhor não Saber foi escrito pela canadense Chevy Stevens autora também de outro livro já resenhado aqui no blog: Identidade Roubada.

Chevy Stevens tem um estilo interessante de contar suas histórias, tal como em Identidade Roubada, em É Melhor Não Saber encontramos uma narrativa em primeira pessoa, onde a personagem - Sara - está contando a história para sua terapeuta, portanto, a partir de cada sessão de terapia ficamos a par dos acontecimentos.


Quando eu era criança, pensava que, se eu fosse boa o suficiente, meus pais biológicos voltariam. Tinha medo de que descobrissem caso eu me metesse em encrencas. Todas as boas notas na escola foram para que eles soubessem que eu era inteligente. Na vez em que meu pai me olhou como se estivesse tentando descobrir quem tinha permitido que eu entrasse na casa dele, disse a mim mesma que meus pais de verdade estavam vindo. Quando o vi carregar Melanie e Lauren nos ombros depois de me dizer que estava muito cansado, disse a mim mesma que eles estavam vindo. Quando ele levou as meninas para a piscina e me deixou cortando grama, disse a mim mesma que eles estavam vindo. Mas eles nunca vieram. (p.31)

Sara vive em crise pois desde criança sente-se rejeitada por ser adotada e negligenciada por seu pai que dá mais atenção a suas outras duas irmãs (que são filhas biológicas), ela tem sérios problemas em não se sentir realmente parte de sua família e acredita estar sempre afastada.

Já adulta, com casamento marcado com Evan e com uma filha pequena ela começa a se questionar sobre seus pais biológicos e vê a oportunidade de saber quem é sua mãe verdadeira. Após encontrar a mãe biológica que não quer vê-la de maneira nenhuma acaba se desenrolando uma pesquisa em que ela tenta descobrir quem é o pai e péssimas revelações vão vir daí.

Sara acaba por descobrir que sua mãe foi vítima de estupro e que conseguiu fugir do serial killer conhecido como Assassino do Acampamento. Tudo bem, a notícia foi um choque, foi triste e ela começa a se preocupar se herdou algum traço de crueldade desse pai, no entanto, se ninguém descobrisse tudo voltaria ao normal.


Ao longo da minha infância, nos meus aniversários, eu ficava me perguntando o que minha mãe verdadeira estaria fazendo, imaginando se ela ao menos se lembraria da data. Agora o que me pergunto é se durante todos aqueles anos em que comemorei o dia do meu nascimento Júlia estaria sendo torturada pelas memórias: lembranças de uma criança _eu_ lutando para sair de seu corpo é John lutando para entrar nele. (p.91)

Seria pedir demais, não acham? Que tudo ficasse em segredo? Alguém sempre tem que dar com a língua nos dentes e a história acaba se espalhando pela mídia até que o próprio Assassino do Acampamento descobre que tem uma filha e entra em contato. É aí que começa o inferno na vida de Sara.

Sara passa a viver em constante medo por sua vida, de sua filha e seus familiares, começa a se arrepender de ter tentado descobrir quem eram seus pais. Tem medo toda vez que o telefone chama pois pode ser seu pai biológico que tenta chantageá-la para que não volte mais a matar.

A polícia passa a grampear todas as ligações de Sara, a escoltá-la, a protegê-la e ao mesmo tempo fazer com que ela aceite se encontrar com o Assassino do Acampamento para que eles possam prendê-lo.


Nesse ínterim o relacionamento de Sara com Evan começa a ter sérios problemas: brigas, ciúmes, desconfianças. Eu juro que estava vendo a hora os dois cancelarem o casamento e eu ficava pensando "Sara se você perder esse homem, você merece morrer!", Não é normal: Evan é o homem mais encantador, paciente e compreensivo do mundo literário. Sério. Tudo o que o coitado teve que aguentar... tadinho.

Diversas vezes eu tive vontade de estapear a Sara, a mulher simplesmente não sabia o que queria e era absolutamente irritante e teimosa. Não escutava Evan, nem seus pais e tampouco suas irmãs. Sério, Sara é uma das personagens mais insuportáveis que já vi.

Ok, ok. Ela também tem pontos positivos, aliás a coitada é psicologicamente fragilizada, mas soube lidar bem com a tensão, com o medo e soube agir com precisão nos momentos em que teve necessidade. Ela sem dúvida foi bastante corajosa por aguentar o que aguentou.


Gostei bastante de É Melhor Não Saber e levantou uma questão que eu nunca tinha parado para pensar a respeito e foi minunciosamente trabalhado no enredo. No entanto, se for para escolher prefiro Identidade Roubada pois a história foi mais crua. 

É Melhor Não Saber teve um final fechadinho e a solução e explicação de todos os mistérios que foram propostos, tal como: quem divulgou para a imprensa, quem disponibilizou os contatos de Sara, quem estava mexendo os pauzinhos e manipulando Sara propositalmente, mas de maneira absolutamente sutil.

Realmente gostei do livro e se você gosta de livros policiais, com suspense, assassinatos e serial killer vale a pena dar uma chance a essa leitura.


Passei nove meses dentro de uma mulher que se sentia constantemente apavorada. A ansiedade dela passou para meu sangue, para minhas moléculas. Eu nasci com medo. (p.59)

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