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Resenha: Vermelho, Branco e Sangue Azul - Casey McQuiston

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Vermelho, Branco e Sangue Azul, Casey McQuiston, São Paulo: Editora Seguinte, 2019, 392 pág.
Tradução: Guilherme Miranda
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Saudações Leitores!
Vermelho, Branco e Sangue Azul (Red, White & Roal Blue) escrito por Casey McQuiston é um dos livros mais hypados desse ano de 2019, tratando-se de um YA (Young Adult) ou Ficção Juvenil, mas que eu, particularmente, classificaria para maiores de 16 anos (se não mais) e tem como principal foco um romance LGBT.

Apesar de ter conquistado a maioria dos leitores, essa é uma resenha negativa de Vermelho, Branco e Sangue Azul, já estou avisando porque estou com um leve desconforto em ser do lado contrário da multidão que amou esse livro, pois não consegui ver nenhum grande diferencial no volume. 



"Às vezes você só tem que se jogar e torcer para não cair de um penhasco."

Mas antes de criticarem minha opinião (não me ofendam!) eu gostaria que vocês lessem a resenha e considerassem meus motivos, afinal as experiências literárias são particulares, certo? Dito isso, vamos lá!
Em Vermelho, Branco e Sangue Azul vamos acompanhar Alex que o filho da primeira mulher presidenta dos Estados Unidos e um aspirante a político, além disso ele é um dos queridinhos da mídia, está sempre acompanhado por mulheres belíssimas e indo a várias festas, mas a sua empatia não chega em todo mundo, se tem alguém que ele detesta esse alguém é o príncipe Henry da Inglaterra.

Após um pequeno escândalo, mal interpretado pela mídia, Alex e o Henry tem que se aproximar para restaurarem a imagem diplomática dos Estados Unidos e Inglaterra após este ocorrido,e nessa "aproximação", de início forçada, acaba surgindo uma amizade e, posteriormente, surge um relacionamento entre eles. É basicamente isso o que temos Vermelho, Branco e Sangue Azul.


"As pessoas sempre pegam mais pesado comigo. Já você é, sabe, você, e nasceu no meio disso tudo, todos veem você com a porra de um Príncipe Encantado. você é basicamente um lembrete vivo de que sempre vou ser comparado com outra pessoa, não importa o que eu faça, mesmo se eu me esforçar duas vezes mais."

A premissa do livro tem um cunho bem social, parecia trazer reflexões importantes - e até traz - porém considerei o desenvolvimento meio bobo e pontos que mereciam ter sido mais trabalhado (como fatos políticos, etc) ficaram com pouca ou nenhuma menção.

Um ponto que me desagradou enormemente é que achei que demorou muito para acontecer alguma coisa entre o Alex e o Henry, mas após acontecer, CÉUS, os dois pareciam insaciáveis e eram só se pegando e transando o tempo TODO, de modo que Vermelho, Branco e Sangue Azul, tomou contornos de um romance erótico (à la Bella Andre). E eu detesto livros eróticos. Portanto, as situações eróticas do livro fizeram eu não gostar do volume.
Tudo bem que quando o casal não estava se pegando eles até chegavam a ser fofos, sobretudo na tentativa de esconder o relacionamentos de todos, mas apesar dos dois se falarem (por e-mail ou msg) com frequência, era como se não se falassem realmente, pois eles não tocavam no assunto do relacionamento e nem sobre seus sentimentos.

Pra completar, Alex ainda teve todo um drama em relação a sua sexualidade, na intenção de se definir hétero, homo ou bi e a forma como a Casey tratou isso, pareceu tão superficial, para mim passou longe de ser um drama real.


"Ele pensava que era tão inteligente sobre sua própria identidade que não restava nenhuma dúvida sobre quem era."

Em alguns momentos até pensei que Vermelho, Branco e Sangue Azul ainda pudesse me surpreender de alguma forma, sobretudo ao tocar em temas políticos para um público mais jovem, mas a verdade é que o volume só apenas ensaiou ser profundo nesse aspecto, até trouxe uma doutrinação política abordando problemas de governo e campanhas eleitorais ao não terem grupos focais direcionados para a parcela da população mais desfavorecida ou marginalizada (como as pessoas LGBT), mas foi só um ensaio vago e com alguns exemplos bem simples de fatos históricos possíveis.

Outro ponto que pesou para a minha não-empatia com esse livro foi a falta de maturidade de TODOS os personagens, não pareciam ser adultos políticos e representantes do governo, pareciam ser colegiais mimados. Sério, até mesmo a presidenta dos Estados Unidos não agia como tal e tão pouco como mãe e sim como uma colega-amiga-parceira dos filhos, e essa relação pareceu forçada, frágil.
Vou finalizar essa review e não vou chegar nem perto de ter expressado tudo o que me desanimou nesse livro, mas preciso mencionar outro ponto que se tornou uma pedra no meu sapato durante a leitura: o tratamento entre os personagens, os palavrões, a falta de respeito. Eu já fui adolescente, já fui jovem e NUNCA na minha vida toda falei tanto palavrão como tem nesse livro ou NUNCA tratei as pessoas que eu gosto/gostava da forma como Alex e Henry se tratam cheios de palavrões em cada frase. 


"... entregue-se às vezes, amor, você é tanta coisa."

Eu poderia apontar um monte de outros pontos que não gostei em Vermelho, Branco e Sangue Azul mas vou parar por aqui, porque sei que vai ser difícil contrariar o hype, afinal essa é minha opinião particular e está tudo bem se você leu o livro e amou, adoro saber que a literatura tocam as pessoas de formas diferentes e isso, pra mim, já vale muito a pena.

Além disso, vou admitir que aos 80% do livro comecei até a gostar do livro e alguns pontos chegaram realmente a ser reflexivos, mas fiquei ainda mais feliz por ter conseguido terminar o e-book.

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