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Resenha: M ou N? - Agatha Christie

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

M ou N?, Agatha Christie. Rio de Janeiro: HarperCollins Brasil, 2016, 194 págs.
Tradução: Newton Goldman
COMPRAR: Amazon | Outras Lojas

Saudações Leitores!
M ou N? (M or N?, 1941) de Agatha Christie é um de seus romances policiais que trazem personagens que são bastante conhecidos de seus leitores: Tommy e Tuppence, tendo em vista que parecem em 5 livros escritos pela Dama do Crime.

Aliás, quero deixar registrado que este é mais um livro que leio para o #PJLendoAgathaChristie2020, de modo que já tem bate-papo sobre o volume lá no canal e espero que possam ir conferir!

Primeiramente quero ressaltar que só lembro de ter lido um livro de Agatha que trouxe estes personagens  e foi O Inimigo Secreto (1922), que - detalhe - foi o primeiro livro em que apareceram! Então, já conhecia os personagens, portanto fiquei feliz por reencontrá-los aqui, só que neste volume tive algumas surpresas.

Não precisam de mim. É duro, Tuppence, quando resolvem que um homem de 46 anos só serve para ser avô! Exército, Marinha, Aeronáutica... Ministério das Relações Exteriores... todos unânimes em me considerar um velho caquético.

A maior delas é que o "jovem casal" que eu tinha conhecido em O Inimigo Secreto aqui já estão mais velhos e, inclusive, casados e com filhos adultos! Essa parte é bem interessante acompanhar, porque dá para perceber que mesmo com mais idade eles continuam aventureiros, divertidos e apaixonados.

Outro detalhe interessante de M ou N? é que o enredo se passa todo durante a Segunda Guerra Mundial - em pleno 1941 - e, portanto, tem toda a atmosfera de espionagem, bombardeios, tensões, medos e falatórios sobre a Guerra.

Aqui quero abrir um parentese: Agatha Christie escreveu vários livros durante a Segunda Guerra Mundial, porém, poucos deles trazem referências tão marcantes como M ou N? principalmente porque a Segunda Guerra não atua apenas como pano de fundo da história, mas ela faz parte de toda a trama e é o que dá motivação ao enredo.

_Geralmente são bons sujeitos. Nosso trabalho é muito estranho. Respeitamos nossos adversários, e eles nos respeitam. Acabamos nos afeiçoando aos nossos inimigos mesmo quando estamos tentando destruí-los.

Voltando para as reflexões sobre M ou N?, este cenário histórico parece perfeito para Tommy e Tuppence atuarem, todavia, acaba se tornando algo que os deixa um pouco triste por não serem mais procurados para prestarem serviços, pois o governo está dando "espaço" para os mais jovens, assim o casal acaba seguindo uma rotina monótona e a debatendo sobre a necessidade de buscarem alguma atividade para se manterem ocupados.

No entanto, quando um agente inglês é possivelmente assassinado na Escócia (pois supostamente sabia informações imprescindíveis sobre alguns quinta-colunas (pessoas infiltradas no comando inglês para obter informações ou espalhar informações falsas para os ingleses), suas últimas palavras foram "M ou N. Song Susie". Algo muito vago e indefinido.

É por conta disso que Tommy é convocado para se tornar um agente disfarçado e tentar descobrir quem é M ou N e quais informações eles têm, porém, os chefes pedem que ele não envolva Tuppence. Bem que Tommy tenta seguir as ordens superiores, mas Tuppence é esperta demais e descobre tudo e até se antecipa em vários momentos atuando como uma agente disfarçada também.

Eu odeio os alemães; quando penso neles, sinto-me envolvida por uma onda de ódio; mas, quando penso mas mães alemãs, esperando por notícias dos seus filhos ou despedindo-se deles, ou nos donos de lojas, perdendo seus negócios, sinto-me diferente. Compreendo que são também seres humanos e que somos iguais. O mal está na máscara que colocamos: a máscara da guerra.

Na verdade, para mim, Tuppence é quem verdadeiramente protagoniza M ou N? se tornando a "peça" fundamental para juntar o quebra cabeça e solucionar todo o mistério. Só que antes da resolução do caso teremos muita aventura, mistério, confabulações, desaparecimento, sequestro e muito, muito mais. O ritmo de M ou N? é frenético, o que alude muito para a urgência e atmosfera durante a Segunda Guerra Mundial.

De modo geral, me diverti muito durante a leitura de M ou N? e mesmo achando estranho vários dos personagens hospedados na pousada Song Susie (mencionada pelo agente secreto que foi possivelmente assassinado), não posso dizer que descobri quem era M ou N, porque de fato eu fiquei o volume inteiro suspeitando de TODOS.

Vocês dois não conhecem a força da propaganda nazista. Apela para a ganância por poder de cada indivíduo. Essas pessoas estavam prontas para trair o país, não por dinheiro, mas pelo orgulho paranoico de, servindo o país, ocuparem postos de importância. É o que foi feito em outros países. O nazismo é o culto de Lúcifer... o orgulho e o desejo de aparecer e brilhar!

Para mim todos os personagens eram bizarros (diziam, faziam ou falavam coisas suspeitas), por mais que parecessem inofensivos, esse aspecto é bem interessante porque me transportou para a atmosfera da Segunda Guerra onde ninguém podia confiar em ninguém ou acreditar que as pessoas eram quem diziam ser, por mais que a gente simpatizasse por alguém era impossível acreditar completamente nesses personagens.

Todavia, a resolução do caso me levou a um raciocínio lógico (como sempre é algo característico de Agatha Christie) e descobri que os personagens que eu mais suspeitava é que tinham um "rabo preso", no entanto, a resolução e justificativa de ações para outros personagens nem sempre soaram convincentes, devo admitir.

Como M ou N? é um livro relativamente curto - tem menos de 200 páginas - e tem uma fluidez eletrizante, é totalmente possível fazer a leitura dele em um único dia, além disso, quem conhece os livros de Agatha Christie sabe o quanto ela consegue nos prender a trama e nos fazer tentar montar o quebra cabeça junto com Tommy e Tuppence, que são pontos altos nessa narrativa: são personagens incríveis e que se completam tão bem!

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