Pássaro Branco é uma leitura importantíssima, triste, emocionante, necessária. Foi uma das minhas melhores experiências no ano!
Saudações Leitores!
Vocês já ouviram falar de Pássaro Branco escrito pela norte-americana R. J. Palacio? O volume foi publicado originalmente em 2019, mas aqui no Brasil apenas em 2022 e confesso que não vi muita gente falando dele, mas deveriam! Para quem não sabe a autora R. J. Palacio (Raquel Jaramillo Palacio) escreveu outros livros, 3 deles já dei veredito aqui no blog: Extraordinário, Somos Todos Extraordinários e 365 Dias Extraordinário.
Agora deixem-me dizer algo que me pegou desprevenida quando adquiri o e-book: o livro trata-se de uma História em Quadrinhos - o que dificultou um pouco a minha leitura, pois não acho o kindle funcional para HQs, na verdade sinto dificuldade de ler esse formato no dispositivo, em contrapartida, amo ler livros em prosa ou poesia no e-reader. Aliás, vamos a uma informação preciosa: as ilustrações presentes no volume são da própria Palacio 😁.
Dito isso, vamos ao que realmente interessa neste post: minha opinião pessoal sobre a experiência de leitura de Pássaro Branco. Vale atentar que esta história vai abordar temas como holocausto, perseguição nazista, assassinatos em massa, entre outros, portanto se você é sensível ao tema deve pensar duas vezes, mas se você mergulhar no volume, saiba que R. J. Palacio traz uma abordagem sensível e emocionante.
Aqui temos a presença do personagem Julien que apareceu no livro Extraordinário, e foi o praticante de bullying contra Auggie, entretanto, nessa Graphic Novel poderemos ver um lado mais "humano" de Julian, mas que não irá redimi-lo do mal que fez, porém irá fazê-lo descobrir coisas sobre sua ancestralidade e sobre si mesmo em seu processo de formação humana; vale atentar que não posso dizer que Julien é o protagonista do volume, mas que é por meio dele iremos conhecer a história de Sara. Está confuso? Vamos por partes.
Julien está em outra escola e aprendeu muito com os erros cometidos na escola anterior, e agora se vê defronte de um trabalho de história e ele, em 2019, decide que irá pedir que sua avó conte a história de sua família. Portanto, teremos duas história em um: a de Julien, em 2019, colhendo os relatos da avó; e a história de Sara que fala da desolação que viveu na pele no ano de 1941.
Sara é a avó de Julien e irá contar para o jovem, como conseguiu sobreviver a uma das maiores atrocidades da história mundial: o holocausto. É nesse relato que Julian descobre que seu nome é herdado de um garoto que viveu em 1941 e que ajudou Sara a sobreviver à perseguição aos judeus.
Nessa viagem no tempo descobrimos a Sara e Julien Beaumier como adolescentes que mal se conheciam, mas que por uma atitude humana de Julian, Sara foi salva: Numa manhã de muita neve em 1941, Sara vai para a escola como se fosse um dia qualquer, porém ela jamais imaginou que este dia seria fatídico para transformar sua vida e a de sua família.
Naquele dia, a escola foi visitada por soldados que foram buscar os estudantes judeus e levá-los aos campos de concentração, mas os professores resolveram esconder as crianças na floresta, porém Sara fica para trás e se esconde na escola. Julien, um garoto com sequelas da poliomielite, e que sofria bullying dos demais colegas da escola, ajuda a garota a se esconder em um celeiro abandonado próximo a sua casa.
Sara fica angustiada por estar escondida, com medo do que pode acontecer se os soldados descobrirem ela - bem como o que pode acontecer com a família de Julien que a tem ajudado - e também ansiosa e insegura sobre o paradeiro de seus pais. É nesse celeiro que Sara e Julien vão crescendo e observando tragédias por todos os lados, bem como gestos de bondade e amor em tempos difíceis. Passam-se anos ela reclusa/escondida e vivendo cada minuto em intenso medo de ser descoberta.
Apesar de todas as atrocidades que aconteceram durante o período das perseguições nazistas, do holocausto e o período da Segunda Guerra causou no mundo, essas situações são mencionadas, mas apenas breves recortes são de fato mostrados literalmente ao leitor e alguns pontos são só mencionados ao leitor, não havendo exploração, o que torna a leitura mais amena, embora não diminua a proporção do que ocorreu, cumpre a proposta de tornar o livro menos sangrento e "narrar uma história de esperança e superação".
Ao final da narrativa da agora "avó" Sara para seu neto Julien, há todo um sofrimento ao resgatar essas memórias e Julien acaba assimilando muito dessa história e tirando uma força grandiosa para superar seu passado e buscar ser uma pessoa melhor, amadurecendo como ser humano.
Pássaro Branco consegue cumprir um papel importantíssimo da literatura: entreter, informar e tornar viva histórias que nunca devemos esquecer, para que atos desumanos assim não voltem a acontecer, embora ainda aconteçam em grande proporção, mas a literatura também é uma forma de intervenção no mundo, certo? Temos que continuar a tentar (nadar contra a maré de violência). Além disso, nos mostra que a empatia e a bondade podem transformar vidas.
Para finalizar, o livro - a Graphic Novel - me emocionou enormemente,, tanto é que o devorei em um único dia e fiquei encantada! Mesmo lendo no kindle e não tendo acesso a versão impressa (que agora quero muito) achei as ilustrações lindas e me fizeram imergir ainda mais. No fim, o livro tornou-se cinco estrela e favoritado!
Fica aqui minha imensurável recomendação de Pássaro Branco, caso tenham oportunidade de ler, leiam... É triste, forte e emocionante, pode te fazer derramar lágrimas...
Até o próximo post!
FICHA TÉCNICA |
Título Original: White Bird: A Wonder Story Autor: R. J. Palacio Tradutor: Rachel Gavino Gênero: Ficção. Histórico. HQ. GN. Editora: Intrínseca Ano: 2019/2022 | 224 págs. País de Origem: Estados Unidos Classificação: +12 Aviso de Conteúdo: Holocausto. Assassinato. Morte de Família. Minha avaliação:⭐⭐⭐⭐⭐🧡(5/5) |
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