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Saudações Leitores!
Primeiramente quero agradecer a Editora Biruta por ter enviado o exemplar para que fosse resenhado e parabenizá-la pela diagramação e cuidado com esta edição. Gosto bastante de literatura infantojuvenil, acho que estes livros sempre passam ensinamentos e valores que estão escassos hoje em dia e é muito bom poder vê-los nas páginas de um livro que passará por milhares de leitores que, com certeza, tirarão conhecimentos dele. Também quero salientar que, pelo que me lembro, este é o primeiro livro infantojuvenil espanhol que leio, geralmente leio muito livros ingleses e norte americanos, portanto, As Lágrimas de Shiva foi um presente maravilhoso para mim, confiram a resenha:
As
Lágrimas de Shiva, César Mallorquí, São Paulo: Biruta, 2009, 200 pág.
Traduzido por Socorro Acioli
Las Lágrimas
de Shiva foi escrito por César
Mallorquí que nasceu em Barcelona. Mallorquí já recebeu vários prêmios
literários inclusive o Prêmio Edebé de Literatura Infantojuvenil 2002 pelo
livro As Lágrimas de Shiva.
A história traz como personagem principal um
adolescente de 15 anos chamado Javier que, por conta de seu pai estar doente,
acaba sendo mandado para ficar uns tempos na casa de seus tios Adela e Luís, em
Santander o que o deixa muito chateado, pois preferia ficar com seu tio Esteban
em Madri, lugar para qual seu irmão Alberto, 17 anos, estava sendo mandado.
Mesmo revoltado por estar sendo mandado para um
interior e, principalmente, para uma casa onde só tem suas primas: Rosa (18), Margarida
(16), Violeta (15) e Açucena (12) como companhia. Javier prepara sua bagagem cheia
de livros de ficção científica – todos os seus favoritos – e parte para Villa
Candelaria.
"Às vezes, sem saber muito bem como nem por que, acontecem coisas que nos modificam por dentro e nos fazem ver o mundo de outra forma. Muitas vezes são acontecimentos banais, daqueles que na hora em que vivemos não tem a menor importância, mas que com o tempo adquire uma inesperada transcendência." (p.11)
No princípio tudo é novo e ao mesmo tempo muito chato
para Javier, afinal viver numa casa cheia de mulheres é complicado e
principalmente quando todas as mulheres são lindíssimas, mas nem por isso suas
primas são todas receptivas: Violeta e Açucena são as que recepcionam mal
Javier. Violeta se acha altamente inteligente e cultural, considerando o gosto
por livros de ficção cientifica do primo como baixo. Açucena recusa-se a falar com Javier.
Mas o tempo vai passando e de repente surge um grande
mistério que envolve um fantasma, um colar muito caro que sumiu há mais de 70
anos, As Lágrimas de Shiva, e toda
uma história de brigas entre as duas famílias mais ricas da região: os Obregón
[família dos tios de Javier] e os Mendonza, tudo por causa de um casamento
arranjado não realizado e o sumiço desse colar.
No período que Javier permanece em Villa
Candelaria o fantasma começa a aparecer
e deixar pistas para desvendar o mistério que vem atormentando as duas famílias
por muitos anos. As descobertas e as amizades que vão se formando no decorrer
desse tempo vão tornar a estadia de Javier mais emocionante. Um tempo que
deixará saudades no futuro.
Sem dúvida Mallorquí, escreveu um livro maravilhoso em
que faz alusão a fatos históricos, mesclando ficção com realidade, ademais, por
ter Violeta e Javier – dois leitores ávidos – acaba por citar muitos clássicos
da literatura mundial que são dignos de leitura como: O Velho e o Mar
(Hemingway), Crônicas Marcianas (Bradbury), Metamorfose (Kafka), O Apanhador no
Campo de Centeio (Salinger), Um Mundo Feliz (Huxley), O Frankstein (Mary
Shelley) além de citar autores como Jane Austen, as irmãs Brontë entre outros.
Tais alusões a livros e escritores nos motivam a conhecer as obras.
"De certo modo aquele livro era dois romances de uma vez: um que era possível ler e outro que se intuía, além das letra impressa. E isso creio eu, era o que concedia tanta autenticidade ao relato, pois a vida, como eu descobri com o passar dos anos, sempre esconde algo diferente do que se percebe à primeira vista." (p.59-60)
Em As Lágrimas
de Shiva também há alusões a músicas clássicas e cantores e bandas que
fizeram e que ainda fazem muito sucesso. Sem dúvida, um livro destinado ao
público infantojuvenil, mas que qualquer leitor mais proficiente poderá amar.
Cheio de ensinamentos e mistérios que atiçam nossa curiosidade.
"Descobri muitas coisas naquele verão e não somente um colar perdido. Descobri que o Paraíso está no toque de uma pele macia, que as carícias são mais fortes que o golpes e que os beijos tem o poder de fazer voar. Descobri que havia sentimentos insuspeitados no meu interior, que é possível rir e chorar ao mesmo tempo, que é tão bom querer como ser querido. Descobri, enfim, algo tão simples e tão complexo, tão vulgar e extraordinário, tão doce e amargo como o amor." (p.197)
Não posso deixar de indicar As Lágrimas de Shiva, consciente de que o autor mereceu ganhar
todos os prêmios que já ganhou, além de escrever muito bem ele sabe prender a
atenção do leitor.
Camila Márcia
Resenha: As Lágrimas de Shiva - César Mallorquí
quarta-feira, 24 de abril de 2013
Saudações Leitores!
Vim divulgar um concurso que a Editora Biruta, parceira aqui do De Livro em Livro, juntamente com Ciência Hoje das Crianças estão realizando e o ganhador vai ganhar presente especial da Editora Biruta.
Em que consiste este concurso? O autor Cesar Cardoso foi convidado pela editora para dar largada/início a história que se chama Do Tamanho do Maracanã em que os participantes devem continuá-la, vejam as regrinhas abaixo:
- A continuação da história deve ter entre 2000 e 2500 caracteres, com espaço;
- Envie seu texto para blog@blogbirutagaivota.com.br;
- Especifique no assunto o nome da seção (Autor da Vez) e o nome do autor que você vai continuar a história (Cesar Cardoso);
- É permitido o envio de um texto por pessoa;
- O prazo para envio é de um mês a partir da data do post – aceitaremos as continuações até o dia 21 de Abril
- O(a) autor(a) da história escolhida levará para casa o livro Você não vai abrir?, escrito pelo Cesar Cardoso; além de uma assinatura digital da revista Ciência Hoje das Crianças.
DO TAMANHO DO MARACANÃ
Nem era meu aniversário, mas o pai trouxe uns panos todos coloridos e
disse pra mãe fazer uma camisa, um calção e uma bandeira pra mim. Tinha
verde, amarelo, azul e branco, e eu perguntei se não podia ser tudo
azul. O pai berrou pra eu largar de ser besta, azul era a cor da
Argentina, que era o inimigo. Eu não sabia e até perguntei pro pai por
que a Argentina era o inimigo, mas o pai não ouviu. Ele não gosta muito
de ouvir, prefere é falar. E falou: te prepara porque você vai na final,
na final. Lá no Maracanã.
No Maracanã!
A mãe foi logo pra máquina de costura e depois me chamou pra
experimentar a roupa nova com aquelas cores todas. Eu perguntei pra ela
como é que a gente se prepara para ir na final, mas a mãe só disse que o
Maracanã era enorme e que eu não podia largar a mão do pai de jeito
nenhum.
E passou o tempo todo repetindo: de jeito nenhum, de jeito nenhum.
A mana veio me espiar e ficou falando que aquilo era roupa de palhaço
e que eu era palhaço. Eu expliquei que não era nada disso e eu até quis
a roupa toda azul mas é que azul é a cor do inimigo, que é a Argentina.
Ela disse que a Argentina não era inimigo coisa nenhuma e que eu só
pensava isso porque era palhaço. E repetiu: “palhaço, palhaço!”. Eu
comecei a brigar com ela, mas aí o pai chegou, perguntou logo se a gente
queria dormir quente e mandou nós dois pra cama.
Foi uma dificuldade pra eu dormir. Só ficava tentando adivinhar qual
seria o tamanho do Maracanã, onde o pai ia me levar. O pai já me levou
no cinema, na lanchonete e na praia, mas nunca nesse Maracanã, que era
enorme. Antes de ir pra cama, eu me escondi atrás da porta do quarto do
pai e ouvi a mãe perguntando pra ele se não era perigoso porque era
final. E repetia “final, final”. Eu ainda pensei – será que o Maracanã
ia acabar? O pai falou que não tinha perigo nenhum, mas a mãe achou que
eu podia me perder.
E se eu me perdesse, será que o dono do Maracanã me trazia de volta?
Cesar Cardoso
Então, já estão com a cabecinha de vocês fervilhando de ideias? Participem, queridos, concursos assimalé de divertidos, são bem legais e ainda vão ganhar prêmios!!!! Caso vocês tenham alguma dúvida, acessem o blog da editora e vejam os detalhes: AQUI.
Seja o Autor da Vez
sábado, 23 de março de 2013
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Eu sou assim: Levo meus livros comigo, para os lugares que vou. Às vezes até sei que não terei tempo de os ler, mas os levo mesmo assim, é porque ter a história por perto me acalma. [Michelle Trevisani]