Saudações Leitores!
Venham suspirar comigo vendo esses lançamentos maravilhosos e bafônicos da Companhia das Letras e Seguinte... Meu coração tá até acelerado...
EDITORA SEGUINTE
No último volume da série, Caroline Carlson
traz um desfecho fantástico, repleto de ação e absurdamente divertido, como
toda aventura em alto-mar deve ser.
Depois de descobrir que o líder da Quase Honrosa Liga de Piratas, o
capitão Dentenegro, estava envolvido com um grupo de criminosos que quer
dominar o reino, Hilary Westfield decide pegar seu sabre, seguir até a Praça da
Pólvora e desafiar o capitão e seus comparsas perversos a uma batalha em
alto-mar. Se vencer, Hilary se tornará a nova presidente da Liga. Se perder,
ela vai perecer no mar para sempre, ou, na melhor das hipóteses, será exilada
no Abrigo Pestilento para Piratas Mal-Humorados.
O problema é que a batalha nem vai começar se Hilary não conseguir
reunir duzentos seguidores para lutar ao seu lado. Assim, a jovem pirata parte
numa missão de recrutamento que pode ou não envolver piratas temíveis, damas
delicadas mais
temíveis ainda… e galinhas.
Lua de Vinil, de Oscar Pilagallo
Em seu romance de estreia, Oscar Pilagallo
faz um retrato vívido da São Paulo dos anos 1970, mas este é apenas o pano de
fundo para uma história sobre o que significa amadurecer.
Em 1973, a ditadura militar comandava o Brasil. Pink Floyd lançava o aguardado disco The Dark Side of the Moon. E Giba
passava os dias jogando futebol de botão com os amigos do prédio, suspirando
por Leila, sua vizinha irreverente e descolada. Ele tentava ignorar o estado
grave de seu pai, internado no hospital, e não sabia que a violência do governo
estava muito mais perto da sua casa na Vila Mariana do que ele imaginava.
Até que, num dia tranquilo de março, ele acaba causando um acidente e
se vê obrigado a lidar com um dilema moral que o fará abandonar a inocência dos
dezesseis anos para sempre.
Thomas e sua inesperada vida após a morte, de Emma
Trevayne
Thomas tem apenas doze anos, mas
vai viver aventuras de outro mundo!
Roubar túmulos é um negócio arriscado. É, na verdade, um péssimo
negócio.
Para Thomas Marsden, a partir de uma noite de primavera em Londres
(véspera do seu aniversário de doze anos), esse passa a ser um negócio também
assustador. Isso porque, deitado em uma cova recente, ele encontra um corpo
idêntico ao seu.
Esse é apenas o primeiro sinal de que alguma coisa esquisita está
acontecendo. Desesperado para conhecer a sua verdadeira história e descobrir de
onde vem, Thomas será apresentado à
magia e ao ritual, às fadas e aos espiritualistas, e vai se dar conta
de que, para ele, a morte está muito mais próxima da vida — e é bem menos
assustadora — do que imaginava.
QUADRINHOS NA CIA.
Quadrinhos dos anos 10, de André Dahmer
Difícil definir os anos 1910. Na esteira das revoluções tecnológicas
da virada do século, o ruído ampliou-se e a dispersão tomou conta. Todavia, a
torrente de informações e opiniões não assusta André Dahmer. Na verdade, é
desse caldo que ele tira algumas de suas melhores histórias. Quadrinhos dos
anos 10 tem uma receita simples: três ou quatro quadros em sequência, contendo
a mais dolorosa e mordaz crítica à vida moderna.
O humor dessas páginas nasce da mesma angústia que sentimos diante das
complicações contemporâneas que o autor tenta destrinchar. Mas as tiras não são
pesadas e duras: pelo contrário, são tão engraçadas quanto os absurdos do dia a
dia. Um riso meio doído, mas um riso mesmo assim.
COMPANHIA DAS LETRAS
Pureza, de Jonathan Franzen
A jovem Pip Tyler não sabe quem é. Ela sabe que seu nome verdadeiro é
Purity, que está atolada em dívidas, que está dividindo um apartamento com
anarquistas e que a sua relação com a mãe vai de mal a pior. Coisas que ela não
sabe: quem é seu pai, por que a mãe a força a uma vida reclusa, por que tem um
nome inventado e como ela vai fazer para levar uma vida normal. Um breve
encontro com um ativista alemão leva Pip à América do Sul para um estágio numa
organização que contrabandeia segredos do mundo inteiro - inclusive sobre sua
misteriosa origem. Pureza é uma
história sobre idealismo juvenil, lealdade e assassinato. O mais ousado e
profundo trabalho de um dos grandes romancistas de nosso tempo.
O dono do morro, de Misha Glenny
A história do líder do tráfico de drogas da Rocinha
contada a partir de um intenso trabalho jornalístico.
O dono do morro é a história
impressionante de um homem comum forçado a tomar uma decisão que transformaria
sua vida. Como Antonio Francisco Bonfim Lopes, um jovem pai trabalhador, se
transformou em Nem, o líder do tráfico de drogas na Rocinha?
A partir de
uma série de entrevistas na prisão de segurança máxima onde o criminoso cumpre
sentença,
Misha Glenny narra a ascensão e a queda do traficante, assim como a tragédia de
uma cidade.
Da inundação
do Rio de Janeiro pela cocaína nos anos 1980 à situação atual que embaralha
voto, armas,
política, polícia e bandidagem, a apuração impecável de Misha Glenny revela
cada peça de um complicado quebra-cabeça.
Minhas duas meninas, de Teté
Ribeiro
Uma história comovente sobre os desafios e o
desejo de ser mãe. Um belo retrato sobre ser mulher no mundo contemporâneo
Após quase uma década lutando contra a infertilidade, a jornalista Teté
Ribeiro tomou uma decisão ousada: ter filhos por meio de uma barriga de aluguel
na Índia. Minhas duas meninas é o
relato de seu périplo até essa decisão — e dos detalhes que marcaram a sua
experiência.
A relação com a mãe indiana, o dia a dia logo após o nascimento das
gêmeas, as particularidades da clínica e os dilemas de ser mãe sem passar pela
experiência de dar à luz são alguns dos pontos presentes neste relato
comovente.
Em parte livro de memórias, em parte retrato de geração, mas também
reportagem exemplar, Minhas duas meninas
é uma radiografia dos dilemas da mulher contemporânea.
Uma temporada no escuro (Minha
luta, vol. 4), de Karl Ove Knausgård
No quarto volume da série de ficção autobiográfica
Minha Luta, Karl Ove Knausgård narra o
inverno que passou perto do Círculo Polar Ártico,
investindo na escrita e na perda da virgindade.
Karl Ove Knausgård está com dezoito anos quando parte para uma vila no
norte da Noruega a fim de dar aulas a adolescentes. Sua intenção é juntar algum
dinheiro para viajar e investir na incipiente atividade de escritor. No começo
tudo corre bem, mas quando o escuro toma conta dos dias de inverno, a vida começa
a se complicar. A escrita de Karl Ove para de fluir, e suas empreitadas para
perder a virgindade fracassam.
Com o alto consumo de álcool ele se aproxima da sombra do pai alcóolatra
e resgata a temática do primeiro livro da série Minha Luta, A morte do pai. Como a narrativa não
segue ordem cronológica, este volume — um dos mais arrebatadores — pode ser lido
de forma independente.
Volume 2 – Um outro amor:
A guerra não tem rosto de mulher, de Svetlana
Aleksiévitch
Uma história ainda pouco conhecida, contada
pelas próprias personagens: as incríveis aventuras das soldadas soviéticas que lutaram
durante a Segunda Guerra Mundial.
A história das guerras costuma ser contada sob o ponto de vista
masculino: soldados e generais, algozes e libertadores. Trata-se, porém, de um
equívoco e de uma injustiça. Se em muitos conflitos as mulheres ficaram na
retaguarda, em outros estiveram na linha de frente.
É esse capítulo de bravura feminina que Svetlana Aleksiévitch
reconstrói neste livro absolutamente apaixonante e forte. Quase um milhão de
mulheres lutaram no Exército Vermelho durante a Segunda Guerra Mundial, mas a
sua história nunca foi contada. Svetlana Alexiévitch deixa que as vozes dessas
mulheres ressoem de forma angustiante e arrebatadora, em memórias que evocam
frio, fome, violência sexual e a sombra onipresente da morte.