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Rupi Kaur, em Meu Corpo Minha Casa, escreveu mais um livro que impressiona pelos temas contemporâneos e chega a emocionar e deixar o leitor inquieto.
Saudações Leitores!
Meu Corpo Minha Casa (Home Body, 2020) escrito por Rupi Kaur (que nasceu na Índia mas aos 4 anos emigrou para o Canadá), é o mais novo lançamento da escritora publicado no Brasil, por aqui já temos: Outros Jeitos de Usar a Boca (2015) e O que o Sol faz com as Flores (2017).
Desde que me deparei com as poesias curtas e espaçadas de Kaur foi "match" total, fiquei arrepiada, me emocionei, chorei e saí que nem louca indicando seus livros e presenteando várias amigas. Tal como aconteceu com as duas obras anteriores, o mesmo aconteceu com Meu Corpo Minha Casa.
Os temas que Rupi abordam são muito fortes e não são maquiados com palavras bonitas: são crus, ou seja, são verdadeiros tapas na cara e, em Meu Corpo Minha Casa, vamos acompanhar a autora falando sobre depressão/ansiedade/saúde mental, violência, abuso infantil, feminismo, capitalismo e relações e sentimento humanos que são temas totalmente passíveis de identificação.
Para fazer ainda mais sentido, durante a leitura, Meu Corpo Minha Casa é dividido em quatro partes: mente, coração, repouso, despertar. Todas essas partes podem ser lidas de uma forma a deixar a interpretação mais real e mais subjetiva, no entanto trazem como tema comum o Corpo e a Casa.
O volume realmente ressalta que nosso corpo é nossa casa e é preciso que vençamos cada uma das lutas, perigos ou tristezas que nos oprime para que sejamos felizes e capazes de lidar com nós mesmos. Além disso, até mesmo a capa de Meu Corpo Minha Casa foi pensada para trazer esse significado, pois ela tem uma cor amadeirada, representando a madeira que construímos nossa casa ou mesmo o piso que andamos.
Mas a grande mensagem aqui é que o nosso corpo deve ser nossa grande fortaleza, pois é com ele que conseguimos enfrentar o mundo, mas só conseguimos amar o corpo que temos se cuidarmos de nosso interior (alicerce): nossa saúde mental, curar nossas feridas e evoluirmos como seres humanos.
Obviamente, não posso dizer que amei todas as poesias que encontrei aqui, pois teve umas que me identifiquei bem mais que outras e também teve algumas que me deixaram em choque e triste por saber que aquilo que eu estava lendo, mesmo não fazendo parte da minha realidade, faz parte da realidade de muitas garotas e mulheres.
Confesso que as poesias que mais gostei foram as que abordavam sobre depressão/ansiedade/saúde mental, pois muito recentemente tive uma crise de ansiedade que me deixou muito para baixo e sei que a ansiedade está em mim e vou ter que lutar contra ela todos os dias, então ler as palavras de Rupi Kaur me fez sentir que está tudo bem pedir ajuda e que devemos, sim, cuidar de nosso corpo e mente e lembrar diariamente que somos seres humanos incríveis mesmo quando falhamos, porque não existe ninguém perfeito, não é mesmo?
Sei que tem muita gente que não lê poesia e, já expus minha opinião sobre esse gênero que tanto amo, portanto, fica aqui uma dica de leitura que acho que pode ser bastante interessante para quem quer começar a ler esse gênero: leia poetas contemporâneos, como Rupi Kaur e seu fabuloso Meu Corpo Minha Casa, para só depois embarcar na leitura dos cânones da poesia.