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Saudações Leitores!
A capa de Na Estrada Jellicoe é a coisa mais linda e pela sinopse o enredo é bastante curioso, então, mesmo sem conhecer a escritora resolvi aceitar o desafio e mergulhar nessa leitura. Foi uma surpresa exótica e vou tentar explicar na resenha.
>>> Para saber mais sobre o livro clique AQUI.


Na Estrada Jellicoe, Melina Marchetta, São Paulo: Seguinte, 2016, 296 pág.
Traduzido por Guilherme Miranda

On the Jellicoe Road (2006) no Brasil: Na Estrada Jellicoe foi escrito pela australiana Melina Marchetta que já escreveu alguns livros e também tem no "currículo literário" alguns prêmios.
Quando leio um livro sempre procuro me posicionar entre: amar ou odiar, mas tem vezes que você fica naquele meio termo: entre amor e ódio: uma espécie entre gostar e não gostar. É confuso, sobretudo escrever sobre esses livros.
"Lembro do amor. É do que preciso ficar me lembrando. É engraçado como esquecemos tudo, menos de sermos amados. Talvez seja por isso que os humanos achem tão difícil superar relacionamentos amorosos. Não é a tristeza que eles precisam superar, é o amor." (p.183)


Quando comecei a leitura de Na Estrada Jellicoe não sabia o que esperar desse livro (fui completamente sem noção para essa leitura) e me surpreendi com uma infinidade de informações e histórias que não faziam nenhum sentido para mim. Tentava compreender o que estava lendo e me via perdida dentro desse livro, mas a narrativa era gostosa então isso fez com que eu não desistisse da leitura.
Na medida que ia lendo, mais perdida eu ficava, no entanto fiquei pensando que tudo o que estava lendo tinha que fazer sentido em algum momento, então, lá depois da metade do livro (muito depois da metade do livro, quase no final) as peças começaram a se encaixar e foi quase como uma epifania. Quando comecei a entender a coisa toda, a história passou a ter um brilho mágico, fofo, incrível (ao menos valeu a pena!).


De maneira geral, Na Estrada Jellicoe, se passa em Jellicoe e vamos acompanhar a história de guerras territoriais entre três grupos: Citadinos, Cadetes e Estudantes da Escola Jellicoe (tipo um internato), temos Taylor como líder dos Estudantes, Chaz é líder dos citadinos e Jonnah é o líder dos cadetes.
"Desde que consigo me lembrar, as guerras territoriais são parte da vida na Escola Jellicoe. Não sei quem começou. Os citadinos dizem que foram os cadetes da cidade grande, que vêm para cá há uns vinte anos. Montam acampamento à margem da Escola Jellicoe todo mês de setembro como parte do seu programa de educação ao ar livre e ficam lá durante seis semanas. Dizemos que foram os citadinos que começaram as guerras porque os cadetes acham que Jellicoe é deles. Os cadetes nos culpam por não sabermos dividir o território. Tudo o que sei é que as guerras começaram dezesseis anos atrás, porque é isso o que diz o Pequeno Livro Roxo. Nele, os fundadores anotaram as regras, os mapas e as fronteiras." (p.30)
Apesar de todos os personagens já serem maduros (na faixa de 16-17-18 anos) eles se comportam de forma tão infantil em alguns momentos que isso se torna ainda mais confuso, mas dentro do enredo é perfeitamente natural. 
A história toda do presente vai ter uma ligação enorme com o passado e terá muitas revelações, mas até isso acontecer - de forma esplendida, pra ser honesta - vai ter muita coisa "bobinha", mas fofa e reflexiva no meio.


Esse livro é considerado um YA, mas é bem diferente e tem uma mensagem bonita por trás da narrativa, tem um casal fofo, crises e dramas juvenis, mas para apreciar todo o conjunto tem que conseguir passar da metade do livro e isso não é uma tarefa muito fácil, pois é absolutamente frustrante ler um livro confuso, mas envolvente e curioso ao mesmo tempo... Viram o motivo da minha relação de Amor X Ódio com Na Estrada Jellicoe? Não consigo me posicionar. Não sei o que realmente achei do livro. 

Resenha: Na Estrada Jellicoe - Melina Marchetta

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Saudações Leitores!
Achei o título de Flores delicado e ao mesmo tempo curioso: por que um título assim? Li a sinopse e fiquei ainda mais cheia de curiosidade, então na primeira oportunidade que tive, mergulhei nesse livro e o resultado falo pra vocês abaixo...
>>> Quer saber mais sobre o livro? Acesse AQUI.


Flores, Afonso Cruz, São Paulo: Companhia das Letras, 2016, 272 pág.

Flores foi escrito pelo português Afonso Cruz que, além de escritor, é ilustrador, cineasta e músico. Afonso Cruz já escreveu alguns livros e ganhou alguns prêmios, isto é, sua escrita está sendo reconhecida.
Este é meu primeiro contato com o autor, mas já tive outros contatos com escritores portugueses - sobretudo meu José Saramago - e sempre gostei bastante, algo que me encanta: usamos o mesmo idioma, mas é tão diferente. Um ponto interessante foi a Editora ter mantido o idioma original, ou seja, não temos tradução, no entanto isso não atrapalha em nada: nem narrativa e nem a compreensão.


O livro tem capítulos pequenos que proporciona uma leitura rápida, não obstante, a leitura flui rica em detalhes e reflexões, é uma maneira extremamente interessante de olhar a vida pelos olhos do personagem-narrador da história.
O narrador-personagem é um jornalista que acabou de perder o pai e está passando por uma crise em seu casamento. O personagem é extremamente egocêntrico e individualista, mas preocupado em si do que com qualquer outra pessoa - incluindo sua filha - e no decorrer de sua narração percebemos que ele não passa de um ser humano infeliz e solitário, mas é orgulhoso demais para admitir isso.

"O que interessa agora é: as verdades não se ouvem, já ninguém quer saber disso... Quando se vive privado de tudo, a verdade importa, mas, quando a temos em todo o lado, parece uma ficção." (p.89)


Em contrapartida, a história e a visão de ver o mundo do personagem muda absolutamente quando ele conhece o Sr. Ulme que perdeu a memória devido a uma cirurgia para tratar de um aneurisma e passa a tentar ajudá-lo a resgatar suas memórias investigando sobre a vida do mesmo.
Em contato com o idoso o personagem passa a divagar sobre a vida, os valores, medos e realmente tem a possibilidade de agir diferente, mas os passos do mesmo são curtos e não conseguiu salvar seu casamento e a relação com a filha criança está abalada e estremecida.

"Porque viver não tem nada a ver com isso que as pessoas fazem todos os dias, viver é precisamente o oposto, é aquilo que não fazemos todos os dias." (p.70)


Aparentemente a única coisa que passa ater sentido em sua vida é resgatar a identidade do Sr. Ulme, contudo, nem todas as descobertas são boas, e há muitos mistérios envolvendo o passado de Sr. Ulme, que era uma pessoa completamente diferente daquela que é atualmente.
De fato, não esperei o desenrolar que aconteceu, mas fica uma reflexão linda a respeito dos seres humanos, suas escolhas, seu passado, suas memórias e o amor. Se somos resultado daquilo que plantamos, então devemos saber se daremos flores ou se não vamos conseguir florescer. Acerca do personagem principal, gosto de pensar que mesmo egoísta e individualista ele pode ter mudado um pouco, aprendido uma lição... quem sabe o amor espalhe sementes no seu coração.


Minha experiência lendo Flores foi a mais gratificante que eu poderia ter (comentei diversas vezes sobre isso nas redes sociais vinculadas ao blog) e é assombroso o quanto é bonito pegar um livro de um escritor que nunca lemos e nos vermos absorvidos pela leitura, concentrados, reflexivos.
Fico encantada quando me deparo com bons escritos, quando o livro modifica a sua visão. Amo quando tenho nas mãos livros que posso saborear a história, a riqueza da narrativa e a profundidade de cada personagem criado e é exatamente isso que aconteceu enquanto lia Flores
Esse é o tipo de livro pra quem quer fugir do clichê, do juvenil, do fugaz e quer algo mais adulto, elaborado, bem escrito... que se torne parte da gente.


"A solidão deve ser a única emoção que não conseguimos partilhar, se o fizermos ela desaparece." (p.184)

Resenha: Flores - Afonso Cruz

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Saudações Leitores!
Em um lindo dia desse mês de Junho a Claudia Gomes entrou em contato comigo - através da Fanpage do blog - perguntando se eu tinha interesse de ler e resenhar seu livro de Hecatombe Hipotética e, qual foi minha surpresa quando livro chegou: ela me enviou também um livro de quadrinhos (de sua autoria) chamado Mariazinha em Verso & Prosa, meus olhos brilharam de emoção: Sou louca por quadrinhos! (*.*)

Mariazinha em Verso & Prosa, Claudia Gomes e Fábio Turbay (ilustrador), Vitória: Independente, 2008, 65 pág.

O livro foi escrito pela Claudia Gomes e ilustrado por Fábio Turbay, ambos de Espirito Santo.
Mariazinha em Verso & Prosa trata-se de um quadrinho bastante envolvente e de leitura rápida, fácil e divertida. Nos quadrinhos conhecemos a Mariazinha que é absolutamente apaixonada por poesia e livros! Alguém se identificou aqui? Além disso, ela é muito engraçada, sagaz e espirituosa. 


Um ponto interessante é que foi, sutilmente, trabalhado nos quadrinhos o fato de Mariazinha sofrer determinado 'bullying' dos seus amigos por gostar tanto de poesia e livros, os amigos nem sempre respeitam e entendem a paixão dela. (isso, infelizmente, acontece muito, inclusive, apelidamos a pessoa de Nerd, apelido que se tornou "legal" e sinônimo de inteligente hoje em dia, mas que nem sempre foi assim). 


Mariazinha em Verso & Prosa é bastante inteligente e acho uma leitura indicada não só para crianças - que acredito ser o público alvo - mas, também para jovens e adultos. Tem várias sacadas legais, principalmente para quem gosta de poesia e livros em prosa. Diverti-me bastante com essa leitura e vou guardar o quadrinho com muito carinho. 

Para finalizar, quando fechamos o livro há uma mensagem ilustrativa na última página, interpreto como: embora tenha terminado a leitura do quadrinho uma janela e, talvez, uma porta esteja se abrindo para outros livros... nossa mente está em constante expansão.


Resenha: Mariazinha em Verso & Prosa - Claudia Gomes e Fábio Turbay

domingo, 26 de junho de 2016

Saudações Leitores!
Ano passado assisti ao filme A Lista de Schindler e fiquei absurdamente emocionada, então, minha surpresa ao ver que a Geração tinha publicado um livro sobre A Lista de Schindler não pensei duas vezes em solicitá-lo para ler. E que leitura!!!!
>>> Para saber mais sobre o livro clique AQUI;


A Lista de Schindler: A Verdadeira História, Mietek Pemper (Mieczyslaw), São Paulo: Geração Editorial, 2010, 277 pág.
Traduzido por Marly Netto Peres

Der Rettende Weg. Schindlers Liste – Die Wahre foi escrito pelo judeu Mieczyslaw Pemper (Mietek Pemper) que viveu em um campo de trabalhos forçados e, posteriormente, campo de concentração (de extermínio) de Plaslow, em Cracóvia, na Polônia. Mietek teve contato direto com o comandante do campo de concentração Amon Göth, a quem serviu como estenógrafo pessoal.


A história que Mietek conta é bem objetiva e ao mesmo tempo mostra a sensibilidade de quem viveu o terror sobre os domínios de Hitler, e como sobreviveu ao holocausto mesmo estando em constante ameaça de morte, pois Göth sendo nazista e comandante do campo poderia a qualquer instante dar cabo da vida de Pemper, até porque este tinha acesso a muitas informações secretas.


Pemper conta o quanto Göth podia ser cruel sem motivo algum, simplesmente pegando sua arma e atirando aleatoriamente nos judeus ou mandando seus cães atacarem as pessoas e as estraçalharem. Foi terrivelmente duro ler tudo isso e assustador pensar em como milhares de pessoas passaram por esse horror dia após dia, além das pessoas traumatizadas que sobreviveram, milhares foram brutalmente assassinadas (exterminadas).


Contudo, em A Lista de Schindler pude ter um pouco de alegria ao comprovar que existiam pessoas boas e com senso de justiça para arriscarem suas vidas em prol de ajudar os outros. Até mesmo alguns nazistas não conseguiam aceitar o tipo de tratamento para com os judeus. Pemper foi um dos judeus que ajudou seu povo, pois em posse de informações secretas, poderia prever alguns acontecimentos e amenizá-los, ou evitá-los. É nesse ínterim que conhecemos Oskar Schindler que através de seu trabalho incansável conseguiu salvar mil judeus do extermínio.


Sei que não existiu apenas Oskar Schindler e Mietek Pemper, houve outras ações louváveis para salvar judeus, mas essa história é fascinante e envolvente e se tornou mais popularmente conhecida após o filme de Steven Spilberg intitulado "A Lista de Schindler", no entanto, Pemper, salienta que o filme teve algumas partes romantizadas e através de seus relatos vemos isso.


Realmente fiquei emocionada e completamente envolvida com A Lista de Schindler e indubitavelmente, este livro é uma boa fonte de pesquisa histórica, além de alguns fatos que aconteceram antes da criação dos guetos e campos de concentrações, ficamos a par de como se desenrolou alguns dos julgamentos dos líderes nazistas.

É assustador todo o ocorrido, injustificável, mas infelizmente faz parte da história mundial e deveríamos - TODOS - conhecer para que esse tipo de coisa não volte a acontecer, embora seja utópico acreditar que viveremos algum dia em total igualdade e harmonia, mas ações - por mais pequenas que sejam - são importantes para colher resultados, mesmo quando são de uma minoria. Fica, aqui, a dica de uma excelente leitura. 

Resenha: A Lista de Schindler: A Verdadeira História - Mietek Pemper

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Saudações Leitores!
Vamos lá para mais uma resenha? Trago a Graphic Novel Habibi que me foi concedido pela Editora Companhia das Letras e vocês podem conhecer mais sobre ele AQUI.


Habibi, Craig Thompson, São Paulo: Companhia das Letras (Quadrinhos na Cia), 2012, 672 pág.
Traduzido por Érico Assis

Habibi foi uma Graphic Novel que desejei ler assim que terminei a leitura de Retalhos, também do mesmo quadrinista: Craig Thompson. O interessante em Habibi é que ele tem sofrido diversas críticas, tanto positivas quanto negativas o que o torna aquele livro que você precisa ler para tirar suas próprias conclusões.


As críticas dizem mais respeito a questão como a cultura Oriental é abordada no livro, alguns acham que há uma sátira a religião, outros dizem que o autor está tentando humanizar os árabes para os norte-americanos, mas o próprio quadrinista refutou tudo e disse que Habibi deveria ser visto como um conto de fadas, pois foi com esta intenção que ele o escreveu.


Não quero entrar nesses detalhes profundos e acadêmicos, mas acho válida toda e qualquer crítica: positiva ou negativa. O que pretendo com esta resenha é falar sobre o enredo e o que senti ao ler, o que achei dessa Graphic Novel.


Bem, desde que comecei a ler quadrinhos percebi que eu estava completamente enganada na minha ideia de que esse tipo de literatura era rasa e vazia e, pois a cada GN ou HQ que leio me deparo com uma profundidade enorme que muitas vezes não encontro em romances. Sim, já achei que quadrinhos era coisa para criança. Ledo engano.


Habibi é mais uma Graphic Novel que tem profundidade e emociona o leitor. Trata-se da história de Dodola e Zam, dois escravos, que por destino se encontraram e cresceram juntos, se apaixonaram, mas que também por força do destino foram separados e viveram vidas completamente distintas.


Enquanto Dodola tornou-se prostituta, Zam tornou-se eunuco. Tinham que viver constantemente à margem da sociedade e tendo seus próprios sofrimentos, no entanto, mesmo com o passar de vários anos o sonho de cada um era voltar a se encontrar. Ficarem juntos.


De fato, em Habibi temos uma história de amor incrivelmente forte. Vejam bem, eu disse forte e não bonita. É uma historia imensamente triste, cheia de dor, sofrimento e perdas. É difícil e doloroso acompanhar certas partes da Graphic Novel, há cenas chocantes e tristes. Por vezes me deparava com sentimentos que não sabia descrever, que me envolviam e que me faziam parar a leitura e tomar fôlego.


É incrível o quanto Dodola e Zam tiveram que passar quando estiveram separados, o quanto mesmo se conhecendo e se amando eles tiveram que se começar o processo do zero, pois ambos estavam absolutamente mudados. O quanto eles tiveram que aprender a se amarem, para amarem mais completamente um ao outro.


Particularmente amei Habibi e recomendo a leitura, também quero dizer que o trabalho gráfico da Companhia das Letras está fabuloso, cada detalhe: na mudança de capítulos, nas páginas trazendo todo o sentimento que as ilustrações abordavam, capa, tradução, tudo está absolutamente enriquecendo mais e mais a obra. Dá gosto.


Habibi é uma das Graphic Novels que podem ser vistas como um conto de fadas, mas é mais que isso: é uma GN que transforma nossa visão de ver os sentimentos e os seres humanos. É bom pegar um livro que tem a capacidade de nos mudar.


Resenha: Habibi - Craig Thompson

quarta-feira, 22 de junho de 2016

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