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Resenha: Heartstopper, vol. 3 - Alice Oseman

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Heartstopper (vol. 3), Alice Oseman. Hodder Children's Books. 2020. 384 págs.
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Saudações Leitores!
Após a leitura de Heartstopper, vol. 1 e Heartstopper, vol. 2 e amar essa HQ da escritora britânica Alice Oseman, não havia algo mais natural do que embarcar em Heartstopper (vol. 3) e OMG, essa HQ só consegue ficar melhor a cada volume! E quando falo isso quero dizer que continua SUPER FOFA e que traz ainda mais temas e reflexões arrebatadoras de uma forma delicada para não tornar a história de Charlie e Nick pesada.

ALERTA SPOILER, como estamos falando de HQs seriadas, não tem como não mencionar coisas que aconteceram nos volumes anteriores, então já fica aqui essa observação, ok?

Após o primeiro beijo, o primeiro encontro e saírem juntos ao longo de vários meses, Charlie e Nick (que agora sabe que é bissexual) embarcaram em um relacionamento, portanto o primeiro passo que tomam para tornar esse status oficial é falar para suas famílias.

No entanto, ninguém vive em uma bolha, não é mesmo? Então, mesmo com o apoio da família, percebemos que Nick tem um problema com as atitudes do irmão que não parecem ser isentas de preconceito.

Em contrapartida, Charlie se vê apreensivo em contar para os amigos que está namorando Nick porque ele tem um grande trauma de quando sofreu bullying ao "sair do armário" e está apavorado com a possibilidade de Nick ter que passar pelo que ele passou. Inclusive é essa uma das partes mais profundas desse volume, porque vemos várias consequências que ser vítima de bullying trouxe para a vida de Charlie: a alto estima um pouco baixa, o medo, e até mesmo a automutilação (se cortar) porque era uma forma de ter algum controle sobre si mesmo, sobre o que estava acontecendo com ele.

É de partir o coração ler essa conversa de Charlie com Nick, porque Charlie tem medo de que o que ele está contando faça com que Nick o veja com alguém quebrado, alguém doente.


Eis que é em Heartstopper (vol. 3) que tanto NIck quando Charlie perceberão algo bonito e ao mesmo tempo doloroso de um relacionamento: quando qualquer pessoa entra em nossa vida, ela vem com bagagem, ou seja tudo de ruim, de bom, de problemas e de felicidades que já passaram acarretaram no que essa pessoa é, se tornou ou tornará no futuro. Temos apenas que estar perto, apoiar e ajudar a pessoa que amamos. E é tão lindo ver que é isso o que Charlie e Nick querem fazer um pelo outro.

Heartstopper (vol. 3) também vai trazer outras experiências sobre "sair do armário", pois Charlie e Nick vão conversar com outros amigos a respeito disso, para quem sabe assim tomarem coragem de falar que estão namorando para todos os amigos, é nesse ínterim que ficamos a par de quão difícil é se definir diante de uma sociedade tão presa em padrões e não apenas quando alguém quer se assumir gay ou lésbica, mas também como pessoas trans se sentem.

Fico imaginando o quão aterrorizante é para jovens da comunidade LGBTQIA+ passarem por isso (ou até mesmo adultos, como vemos na própria HQ) ficarem tentando se definir e tendo que se rotular apenas porque há uma pressão social para isso, quando não há essa mesma pressão para héteros, não é mesmo? Então, porque tem que ser diferente para pessoas com opções sexuais diferentes? Além disso, a definição não interfere em nada no comportamento das pessoas que se assumem ou que observam, pelo contrário, pode gerar ainda mais bullying, preconceito e exclusão.

Ai tem gente que diz: "Fulando ou cicrano não sabe o que é", mas será que se dissessem quem são as pessoas aceitariam e trataria normalmente a pessoa como um ser humano? Não vejo motivo para essa pressão social se não vai haver aceitação depois.

Devo confessar que mesmo sentindo que Heartstopper (vol. 3) traz a mesma atmosfera leve e fofa dos dois volumes anteriores, esse terceiro volume traz uma abordagem bem mais pesada sobre várias temáticas, não só voltadas para o gênero ou a definição da identidade dos jovens, mas também comportamentos homofóbicos, a falta ou a presença de apoio dos amigos e da família, fala também sobre transtornos psicológicos e alimentares, bullying, e até mesmo a presença e ausência de algum membro da família que não está lá para apoiar.

Sem dúvida alguma Heartstopper (vol. 3) foi um volume muito intenso e arrebatador, sem contar que amei algumas situações, como a viagem escolar para Paris e as expectativas e anseios em relação a trip, foi tudo muito, muito incrível e estou ainda mais encantada por essa HQ, inclusive já estou acompanhando o volume 4 no tapas e depois venho conversar com vocês a respeito (mas deve demorar um pouco, pois agora tenho que acompanhar na medida que Alice Oseman vai postando os quadros.

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