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Última Parada: Auschwitz - Eddy de Wind (resenha)

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Última Parada: Auschwitz: Meu diário de sobrevivência. Eddy de Wind. São Paulo: Planeta do Brasil. 2019. 240 págs. Tradução: Mariângela Guimarães.
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Uma viagem histórica sobre os horrores do holocausto.

Saudações Leitores!

Última Parada: Auschwitz (Eindstation Auschwitz, 2019), trata-se de um livro de memórias, ou melhor, um diário escrito por Eddy de Wind, durante o tempo em que esteve dentro do campo de concentração de Auschwitz, portanto, não se trata de uma leitura fácil, por conta de encontrarmos muitas situações de degradação e violência humana, entretanto, ainda assim é uma leitura muito impactante, sobretudo, para quem quer conhecer mais sobre esse período histórico.

Vira e mexe estou sempre indicando livros históricos aqui, seja ficção ou não-ficção, em especial os que tratam sobre a Segunda Guerra Mundial, pois foi um dos períodos mais obscuros da humanidade e tenho muito receio de que a mente humana (que é muito falha) esqueça o que aconteceu e esse esquecimento possibilite que algo assim volte a ocorrer, então quanto mais informações e pesquisas a respeito do holocausto é um bom lembrete de algo que não devemos permitir que volte a acontecer, certo?


Obviamente, quando soube de Última Parada: Auschwitz, minha curiosidade foi despertada, principalmente por se tratar de um livro autobiográfico, onde o próprio Eddy de Wind escreveu o que lemos dentro do próprio campo de concentração de Auschwitz.

Eddy de Wind conta em Última Parada: Auschwitz que, como médico, se voluntariou para trabalhar em Westerbork, um campo de transição para a deportação de judeus, ao se voluntariar, Eddy tinha em mente proteger sua mãe, muito embora sem saber ela já tinha sofrido as consequência por ser judia.

Em Westerbork ele conhece sua esposa Friedel que, como enfermeira, trabalhava com ele, é ali que se casam e vivem por um curto período de tempo, pois em 1943 ambos são transportados, em um trem de carga, para Auschwitz, no entanto, ao invés de serem sacrificados logo nos primeiros dias, como aconteceu com vários judeus, ambos são separados.

Enquanto Eddy, foi para a equipe médica no Bloco 9, Friedel vai para o Bloco 10, onde experimentos de esterilização eram conduzidos. Além da separação, Eddy enfrenta muitas situações ruins e traumatizantes, tornando o dia-a-dia uma luta para permanecer vivo em meio a tanto sofrimento e, nesse ínterim, ser astucioso e corajoso o suficiente para proteger sua esposa no Bloco 10. 

Os principais acontecimentos do dia-a-dia de Eddy são relatados em seu diário escrito no campo de concentração, porém, um detalhe bem importante e inteligente, é que em seus relatos Eddy criou o personagem médico Hans para representá-lo e contar seu dia-a-dia em Auschwitz, portanto, acompanhamos, no livro, o Hans, que nada mais é do que o próprio Eddy.

Todos os dias em Auschwitz é assustador e uma sentença de morte, afinal qualquer "falha" poderia acarretar na morte dele ou da esposa, então, para sobreviver Eddy/Hans teve que fazer e se submeter a muitas coisas que iam contra sua moral, ética e princípios.

Honestamente, ler  Última Parada: Auschwitz não foi fácil, mesmo que o livro seja relativamente curto - contém pouco mais de 200 páginas -, pois os relatos são cruéis, tristes e te fazem ficar mal com todas as desgraças e situações que aconteceram dentro do campo de concentração e o pior, saber que toda essa crueldade foi praticada por homens contra homens. É horrível ver o quão cruel, desumano e destrutivo o ser humano pode ser, não é mesmo?

Acredito que  Última Parada: Auschwitz serve muito bem como uma forma de lembrança, mostra como o ser humano com poder pode subjugar outras pessoas, fazê-las perder a identidade, maltratar, matar e depois de toda essa cena de horror vivida em Auschwitz, como superar todos os traumas? As perdas? A desilusão?

É obvio que as pessoas como Hans/Eddy que sobreviveram ao campo de concentração saíram de lá outras pessoas, perderam família, amigos, identidade, posses e tiveram que recomeçar do zero com uma bagagem de angústia, medo, trauma, etc.

Mesmo que  Última Parada: Auschwitz seja um livro de partir o coração, ainda assim o recomendo para quem quer conhecer mais sobre esse recorte histórico, para quem quer um livro de não-ficção que trata de um momento histórico obscuro e pra quem acredita que livros como esse são um memorial da tragédia proposital que ceifou muitas vidas e que lendo esse volume estaremos, realmente, prestando uma homenagem às vítimas, pois  Última Parada: Auschwitz faz com que essa parte histórica jamais seja esquecida e o principal: ajuda a ficarmos vigilantes para que não permitamos que algo assim possa voltar a acontecer.

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