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Sol e Tormenta (Trilogia Grisha, vol.2) - Leigh Bardugo (resenha)

terça-feira, 24 de agosto de 2021

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Depois de uma estreia de tirar o fôlego, sua continuação, SOL E TORMENTA, foi um livro cheio de altos e baixos, de modo que, o que nos motiva a continuar a leitura é somente o universo incrível criado por Leigh Bardugo.

Saudações Leitores!

SOL E TORMENTA (Siege and Storm, 2012), trata-se do segundo volume da Trilogia Grisha que tem como primeiro volume: Sombra e Ossos. A trilogia faz parte do GrishaVerso criado pela norte americana Leigh Bardugo.

Antes de começar a tecer comentários sobre esse volume quero deixar claro que esta review pode ter spoiler do volume anterior, afinal de contas, esta é uma continuação.

Depois do final bombástico de Sombra e Ossos a continuação da série inicia-se basicamente de onde o volume anterior terminou e, devo admitir, o começo de SOL E TORMENTA é de tirar o fôlego, pois após a fuga de Alina e Maly pela Dobra das Sombras o casal vem fugindo de Darkling e seus aliados.

"Então me dei conta da realidade. Então era assim que terminava? Sem nem mesmo alguém disparar um tiro ou levantar a voz? Um soluço de pura raiva e frustração interrompeu livre da minha garganta."

Maly e Alina vem tentando passar despercebidos aos olhos de todos para que Darkling não descubra onde eles estão escondidos, ao passo que também tentam sobreviver (diga-se: conseguir trabalhar e comprar alimentos, etc.), no entanto, nesse meio tempo Alina, por não usar seus poderes de Conjuradora do Sol, acaba ficando cada vez mais fraca e frágil.

Mesmo tentando se manter "invisíveis" os dois acabam sendo descobertos por Darkling que os aprisiona e os leva para o alto mar. Toda essa viagem é feita no navio de um dos mais famosos "piratas" de Ravka: Sturmhond, que, juntamente com um grupo de trabalhadores e também de Grishas, conduz suas empreitadas perigosas.

"Eu havia considerado a possibilidade de Shurmhond ser ganancioso ou burro, mas não me ocorreu que ele pudesse ser realmente um patriota. Ele era ravkano, no fim das contas, e, mesmo que seus feitos e tivessem enchido os bolsos, eles provavelmente ajudado mas seu país do que todos os que estavam na fraca marinha ravkana."

Dessa vez, Darkling, cada vez mais ambicioso por poder, leva Alina e Maly em busca de outro amplificador mítico: o Dragão de Gelo, ou Rusalye. Com a ajuda de Sturmhond, Tolya, Tamar para guiar o navio; e as habilidades de Maly para rastrear o dragão, eles encontram o novo amplificador e Darkling obriga Alina a matá-lo.

Até este momento o livro é a mais pura adrenalina, pois cada página traz uma surpresa que deixa o leitor chocado, sem dúvida, Leigh Bardugo, soube surpreender seus leitores. No entanto, o que acontece em seguida faz SOL E TORMENTA descer por uma ladeira.

Deixem-me explicar: após matar o dragão, Alina e Maly acabam sendo "sequestrados" por Sturmhond, Tamar e Tolya e embarcam para outra aventura que, além do Mar Real, vai seguir para o Não Mar - essa parte é uma verdadeira reviravolta, principalmente a sucessão de ações e as revelações bombásticas que acontecem, porém, depois de tudo isso o livro ganha contornos mais políticos, dramáticos e até românticos.

"A Dobra parecia diferente. Disse a mim mesma que era apenas a minha imaginação, mas parecia que a escuridão tinha uma textura. Quase podia senti-la movendo-se sobre a minha pele. As bordas da ferida no meu ombro começaram a coçar e pulsar, como se a carne estivesse inquieta."

Alina acaba recendo uma proposta do príncipe Nikolai para dirigir o exercito Grisha, ela também acaba se deixando levar por seu novo desejo por poder e a suspeita de que há um terceiro amplificador (um pássaro) e isso a deixa excitada para garantir esse novo amplificador, então, ela e toda a trupe de novos amigos vão para Os Altas, para ficarem no palácio e decidirem como agir.

Essa parte em  SOL E TORMENTA se torna extremamente maçante e cansativa, foi uma quebra brusca entre toda a ação inicial e isso me deixou bem frustrada, mas OK, o universo Grisha é algo fenomenal e a sede por conhecê-lo ainda mais nos prende a narrativa que fica bem mais descritiva e não parece levar a lugar algum. Basicamente é Alina tentando se mostrar poderosa e querendo que todo mundo se apaixone por ela.

"Os Grishas só podem usar e alterar o que já existe. A criação de verdade é um tipo diferente de poder. Baghra chamava isso de "criação no coração do mundo"."

Todavia, esse volume apresenta coisas que me incomodaram muito, uma delas é a Alina ter mudado tanto e se tornado de certa forma uma mulher fria, calculista e até interesseira, sua indecisão pelos sentimentos e a ansiedade por ser amada é algo que me incomodou: ela fica o tempo todo se derretendo por Darkling, por Maly e agora pelo príncipe Nikolai, é triste ver isso. Resultado: decepção, mágoa, entre outras coisas.

Sinceramente, fiquei muito chateada não só com algumas atitudes de Alina, mas também com a de outros personagens que não sabem respeitar as opiniões, falas e decisões da protagonista. Esse, inclusive, foi um dos pontos que me incomodou no livro anterior e eu pensei que nesse volume não encontraria isso aqui, mas temos, SIM, e até em um grau mais elevado.

Como se não bastasse, na minha interpretação dos acontecimentos iniciais de SOL E TORMENTA e a forma eletrizante e surpreendente como começou esse segundo volume, fiquei na expectativa de que além do amplificador do Dragão de Gelo eles iriam atrás do pássaro de fogo, isto é, do terceiro amplificador, mas o enredo se desviou para os exércitos Grisha, a ambição, e as estratégias de como "derrotar" e se preparar para lutar com Darkling e, honestamente, não aconteceu muita coisa. Essa parte do livro foi toda um grande promessa e poucas realizações.

Salvo os acontecimentos eletrizantes no início de SOL E TORMENTA o volume só foi ficar empolgante novamente bem no finalzinho e isso quer dizer que o meio do livro foi basicamente uma enrolação cansativa e até certo ponto muito desnecessária, porém, espero encontrar motivação para tudo isso no próximo volume.

"Cicatrizes eram bons lembretes."

Leigh Bardugo escreve bem, criou um universo fabuloso, mas esse segundo volume não chegou nem perto de me passar as emoções e a paixão que Sombra e Ossos me passou. Contudo, o livro é muito melhor escrito que o primeiro, é perceptível a evolução da narrativa da autora, sua escrita melhorou muito! Também vamos combinar que o final de SOL E TORMENTA foi de tirar e sugar todo o nosso fôlego - que final estarrecedor e sangrento! - e agora estou super ansiosa para ler o próximo volume. Vou preparar meu coraçãozinho para essa leitura porque acho que será bem Foda.

Será que depois de todas essas considerações sobre SOL E TORMENTA eu indico o volume? A resposta é SIM! Esse universo Grisha é mágico e incrível, a narrativa da autora melhorou muito e o próprio enredo aparenta nos levar para um final bem épico, então, estou totalmente empolgada para a continuação, então, vale a pena conferir!

"Isso não era a Pequena Ciência. Isso era magia, alguma coisa anciã, a criação no coração do mundo. Era aterrorizante, ilimitada. Não era à toa que o Darkling desejava mais."

FICHA TÉCNICA
Sol e Tormenta (Trilogia Grisha, vol. 2)
Autor: Leigh Bardugo
Tradução: Eric Novelo
São Paulo: Planeta/Minotauro
2021 | 352 págs.

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