Chocolate Quente às Quintas-Feiras é o suprassumo das ficções de cura e cozy books!
Saudações, Leitores!
Sabe aquele tipo de leitura que parece um abraço apertado em um dia de chuva? É exatamente assim que me senti lendo Chocolate Quente às Quintas-Feiras (Mokuyouhi Ni Ha Cocoa Wo - 木曜日にはココアを), da autora japonesa Michiko Aoyama. Se você, assim como eu, está apaixonado por essa nova tendência da literatura asiática focada em sentimentos e cotidiano, prepare o seu café (ou chocolate quente!) e deixe eu te convencer a ler esse livro.
Michiko Aoyama nasceu na província de Aichi e é uma mestre em transformar o banal em algo extraordinário. Ela trabalhou como repórter e editora antes de se dedicar à literatura, e essa experiência transparece na forma como ela observa os detalhes da vida urbana.
Aoyama é mundialmente conhecida por outro sucesso absoluto que também segue essa linha: A Biblioteca dos Sonhos Secretos e Matcha às Segundas-Feiras. Seus livros são considerados Healing Fiction (Ficção de Cura) ou mesmo Cozy Books, obras que buscam trazer conforto, esperança e reflexão sobre a bondade humana através de interações simples e gentis.
A estrutura de Chocolate Quente às Quintas-Feiras é o que torna a leitura tão encantadora. O livro é composto por doze contos "individuais", cada capítulo é um conto curtos que funciona como pequenos recortes de vida. O ponto central é o Café Marble, um lugar charmoso às margens de um rio, onde as árvores de cerejeira florescem, um cenário tão aconchegante, não é mesmo?
A história começa com o gerente do café, que observa uma cliente fiel: uma mulher que sempre aparece às quintas-feiras, senta-se na mesma mesa, pede um chocolate quente e escreve cartas para a Austrália. Mas o toque genial da autora está na conexão corrente: cada capítulo foca em um personagem diferente que apareceu brevemente na história anterior, as histórias se passando tanto em Tóquio quanto em Sydney e tudo volta a se conectar àquela xícara de chocolate quente servida no Café Marble. É de uma delicadeza e sutiliza ímpar!
Eu não tenho outra palavra para descrever esse livro além de perfeito. Ele é extremamente fluido e fácil de ler justamente por essa estrutura de contos curtos. Você sente que está conhecendo vizinhos ou amigos que não sabia que tinha.
O que mais me tocou foi como Michiko Aoyama aborda a gentileza. Muitas vezes, um gesto pequeno que fazemos para um estranho pode mudar completamente o dia, ou a vida, dessa pessoa, e nós nem ficamos sabendo. É um livro que celebra a interconectividade humana de uma maneira muito poética e leve.
Como mencionei, este é o suprassumo da Ficção de Cura. É uma leitura que não tem vilões, não tem grandes dramas pesados ou reviravoltas mirabolantes. O conflito aqui é a vida, com suas inseguranças, saudades e pequenos triunfos. Eu favoritei com toda a certeza do mundo, pois ele me trouxe uma paz que poucas leituras conseguiram este ano.
Se você está procurando um livro para acalmar a mente, para ler entre obras mais densas ou simplesmente para voltar a acreditar na doçura do mundo, Chocolate Quente às Quintas-Feiras é a escolha ideal. É rápido, emocionante e deixa um gosto bom na boca, exatamente como a bebida que dá título à obra.
Recomendo demais e já estou ansiosa para ler outros livro da Michiko Aoyama!
Obrigada por lerem até aqui e até o próximo post!
| FICHA TÉCNICA |
| Título Original: Mokuyouhi Ni Ha Cocoa Wo (木曜日にはココアを) Autor: Michiko Aoyama Tradutor: Jefferson José Teixeira Gênero: Ficção de Cura. Cozy Book. Healing Fiction. Editora: Arqueiro Ano: 2017-2024 | 160 págs. País de Origem: Japão. Classificação: +13 Aviso de Conteúdo: - Minha avaliação:⭐⭐⭐⭐⭐❤️(5/5) |
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