Saudações Leitores!
Quando, no clube do livro, houve a votação para o livro do mês e a maioria dos votos foi para o livro Sob a Redoma, fiquei feliz, pois já queria lê-lo, mas também fiquei receosa por conta do preço: e se eu o comprasse e ele não fosse bom? Mas durante e após a leitura comprovei que meus receios não tinham fundamento e, cada centavo investido na compra desse livro, valeu a pena. Saiba mais sobre minha primeira experiência em ler Stephen King:
Sob
A Redoma, Stephen King, Rio de Janeiro: Suma de Letras
(Objetiva), 2012, 960 pág.
Traduzido por Maria Beatriz de Medina
Under the dome (título original) foi publicado em 2009, pelo
escritor americano Stephen King, que descarta qualquer apresentação, mas para
quem não o conhece ele tem fama de ser o maior escritor de horror fantástico e
ficção de sua geração. Stephen King tem vários livros de ficção, não ficção,
contos e séries publicadas (destaque para a série A Torre Negra). Além disso,
várias de suas obras já foram adaptadas para o cinema ou se tornaram séries e
minisséries. Inclusive, em 2013, o livro Sob a Redoma tornou-se uma
série com o mesmo nome.
Sob a Redoma foi a experiência mais fantástica que já vivi nos
últimos tempos, para ser mais clara, Stephen King, teve o poder de me
transportar para a cidade de Chester’s Mill. Definitivamente, através da
narrativa de King, conseguimos viver o que os personagens vivem.
O enredo em si é extremamente
fabuloso e muito complicado de tentar colocar em palavras: misteriosamente a cidade de Chester’s Mill é envolta com muros
invisíveis, chamado de Redoma, não se sabe o motivo, mas é perceptível – ao longo
da semana – as terríveis consequências da redoma. Além da redoma, que é uma verdadeira catástrofe,
há pessoas em Mill que se aproveitam da situação para manipularem a população.
Acidentes verdadeiros, acidentes forjados, mentiras, acusações e um poder
político e religioso despótico tomam conta da cidade. A população se torna
marionete e, indefesa, tenta se apegar a algo palpável, mas que nem sempre é
verdadeiro. Resultado: escassez de mantimentos, energia, catástrofes,
assassinatos, mal uso do poder, drogas, tudo isso leva Chester’s Mill ao caos,
que irá culminar num final de tirar o fôlego, literalmente.
Os personagens são complexos
e bem estruturados, são tão reais e cheios de conflitos como qualquer pessoa. Temos
o mocinho Dale Barbara que traz toda uma complexa história do passado. Temos Julia
Shumway a jornalista que também tem um passado bem interessante, mas que
principalmente quer ajudar Mill enxergar as verdades por traz do poder
político. Ainda temos dois personagens intrigantes em excesso: Jim Rennie,
segundo vereador local, e Junior, filho do vereador; acredito que estes dois
personagens são muito peculiares e psicologicamente perturbados.
Sob a Redoma, faz uma crítica muito grande a sociedade
capitalista de hoje, a ambição pelo poder e consequentemente dinheiro, critica
fervorosamente o fanatismo religioso e ao próprio ser humano: o que ele é capaz
ou não de fazer na hora de uma verdadeira calamidade. Stephen King mostra em Sob
a Redoma o melhor e o pior do ser humano, o melhor e o pior da sociedade. Mostra a humanidade com uma propensão para ações desumanas.
Após a leitura desse livro,
que foi minha primeira experiência com Stephen King, só tenho a dizer que me
despertou o interesse de conhecer outros livros do autor, pois sua forma de
escrever é fabulosa, suas descrições são fascinantes e tão concretas que nos
sentimos dentro do livro.
Para finalizar, Sob a Redoma, para quem tem
dúvida, não se trata de uma história de terror, apesar de muita coisa ruim
acontecer durante a narrativa, mas é um livro de muita ficção e envolve o leitor
desde a primeira página à última. Depois de concluir essa magnífica leitura só
me fica o desejo de tentar fazer com que muitas outras pessoas leiam esse
livro: Sob a Redoma é um livro necessário a todo amante de literatura.
Vocês precisam ler!
Camila Márcia