Saudações Leitores!
Desde que eu soube do lançamento de O céu está em todo lugar e li a sinopse e olhei para a capa foi paixão a primeira vista e o desejo descontrolado de ter e ler esse livro se apossou de todos os centímetros de meu corpo (sou exageradamente exagerada #fato), o certo é que ganhei o exemplar numa promoção \õ/ e finalmente o li! Confiram a resenha:
O Céu está em todo lugar, Jandy Nelson, São Paulo: Novo Conceito, 2011, 423 pág. (traduzido por Marsely de Marco Dantas)
Lançado originalmente 2010 com o título The sky is everywhere, é o livro de estreia de Jandy Nelson, autora e agente literária.
O Céu está em todo lugar, é narrado em primeira pessoa, pela personagem Lennie Walker, uma adolescente que acaba de perder a irmã, Bailey, e ainda sente a perda por todos os lados, está inconformada e não sabe lidar com esse sentimento.
Mas o tempo não pausa para Lennie juntar os cacos de seu coração e colá-lo, então ela se obriga a voltar para a rotina da escola e lá acaba conhecendo um garoto novo, Joe Fontaine, que entra em sua vida magistralmente e ela acaba se apaixonando pelo rapaz mais feliz do mundo, pois ele não carrega a tristeza da perda. Entretanto, Lennie e Toby, (ex) namorado de sua falecida irmã, se aproximam consideravelmente já que ambos se entendem, ambos sentem falta da pessoa que amaram. Eis que está formado um “triângulo amoroso”.
“As coisas estão confusas: o garoto que devia me beijar age como um irmão, e o garoto que devia agir como um irmão não para de me beijar. Caramba!”. (p. 130)
A história é meio clichê, mas ser clichê não é ruim, nesse caso é muito bom! A narrativa se desenvolve fluentemente e de forma cativante, com uma sonoridade de música, afinal Lennie e Joe são músicos e a música é uma constante no livro, bem como a poesia, já que Lennie é apaixonada por literatura.
“Sempre imaginei a música presa dentro do clarinete, não dentro de mim. Mas e se a música for o que escapa de um coração partido?”. (p.143)
Apesar de ter gostado muito da história, confesso que Lennie é absurdamente egocêntrica e isso é perceptível em todos os momentos do livro, quando ela coloca a dor da perda da irmã acima da dor que a avó e o Tio Big também sentem, quando ela se afasta de todos os amigos numa reclusão justificada pelo fato de que ninguém entende o que ela sente, sendo que Sarah sua “melhor amiga” tenta entender e gostaria de estar ao lado dela o tempo todo.
Entretanto esse egoísmo é compreensível, pois Lennie perdeu a irmã e sua mãe a havia abandonado, ela de certa forma, por não ter a mãe perto, se espelhava em Bailey, sua irmã mais velha, e com a morte dela Lennie fica sem chão e tem que se descobrir, criar sua própria identidade sem espelho algum, apenas com seus próprios sonhos e desejos. Lennie tem que aprender a viver!
“Como vou sobreviver a esta saudade? [...] Não acredito que o tempo cura. Não quero. Se curar, não significa que aceitei o mundo sem ela”. (p.258)
Com essa perda de identidade Lennie vai fazendo algumas besteiras e, simplesmente, me chateei com o que ela fez com Toby e Joe, sendo que na situação em que ela se encontrava é difícil julgar. Uma coisa que posso dizer, com certeza, é que de tanto Lennie falar em Bailey (que ela era cheia de vida, atitude, etc, etc, etc...) fiquei com uma vontade louca de ter conhecido Bailey.
O céu está em todo lugar, é um livro belíssimo, e que mostra que é impossível esquecermos as pessoas que partiram se elas foram realmente importantes para a gente, mas que devemos aprender a lidar com a ausência.
Acerca da diagramação não me recordo de ter pegado em um livro mais bonito que O céu está em todo lugar em toda a minha vida! O livro é lindo e não há nem palavras para descrever sua beleza, só vendo e tocando. O diferencial já começa pela capa que tem uma textura diferente, as letras do livro são azuis e a divisão de cada capítulo é feita por uma página com a ilustração de um céu completamente azul e lindo, em alguns capítulos há folhas de papéis escritas por Lennie. Fabuloso!
Então, eu não sei como lhes explicar a beleza do livro e da história, portanto, fica a dica: adquiram um exemplar, respirem fundo e o leiam: fortes emoções estão guardadas em cada uma das 423 páginas do livro! Mais que indicado!
Camila Márcia
"A tristeza é uma casa em que as cadeiras se esqueceram de como nos segurar, os espelhos de como nos refletir, as paredes de como nos conter. A tristeza é uma casa que desaparece cada vez que alguém bate à porta, uma casa que se vai com o vento à menor rajada, que se enterra no solo enquanto todos estão dormindo. A tristeza é uma casa em que ninguém pode proteger você, em que a irmã mais nova vai envelhecer mais que a mais velha, em que as portas não deixam mais você entrar nem sair." (p.115)