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O Céu está em Todo Lugar (Filme)

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Saudações Leitores!

Quando descobri que existia esse filme é claro que senti a necessidade de assistir, pois é a adaptação de um livro que amo muito. Na primeira vez que li O Céu está em Todo Lugar e fiquei muito comovida com a história, apesar de ter encontrado pontos que me incomodaram. Enfim, o fato é que antes de assistir ao filme resolvi fazer uma releitura do volume e agora, depois de reler e assistir a película, venho contar o que achei da adaptação.

O Céu está em Todo Lugar
Título Original: The Sky Is Everywhere
Ano: 2022
Direção: Josephine Decker
Duração: 103 min.
Classificação indicativa: +13 anos
Gênero: Drama. Romance.
País de Origem: Estados Unidos
Sinopse: Lennie é uma a adolescente de 17 anos, nerd estudiosa que vive na sombra da sua irmã extrovertida, Bailey. Quando Bailey morre em um acidente, Lennie passa a ser o centro das atenções e precisa se dividir entre dois garotos: o namorado em luto da irmã e o estudante de intercâmbio francês, e ainda precisa lidar com a dor da perda da irmã.

A ADAPTAÇÃO É FOFÍSSIMA!

Após a releitura do livro sinto-me preparada para falar um pouco (de maneira comparativa) entre a adaptação e o livro.  Uma coisa que me encantou no livro e isso reverbera na adaptação é a "narrativa" poética, a sensação de lirismo, mesmo abordando temas tão pesados e complexos, porque além do tema, temos as nuances que eles geram em relação ao comportamento da protagonista Lennie (interpretada por Grace Kaufman) que faz escolhas péssimas e tem atitudes um tanto irresponsáveis, porém passiveis de acontecer por ela ser adolescente.

Na verdade, o livro e o filme tem um apelo maior ao público jovem/adolescente e isso é retumbante por conta de haver identificação com algumas coisas. Se eu analisar bem a fundo, apesar de ter amado a releitura, percebo que a primeira vez que o li foi mais envolvente, mesmo trazendo Lennie como uma personagem complicada (do tipo: ama e odeia, ao mesmo tempo)

Tal como no livro tempos uma Lennie destroçada pela perda da irmã, Bailey (interpretada por Havana Rose Liu) e que vai descobrindo que mesmo sendo bem próximas elas não não conheciam todas as partes uma da outra e isso é intrigante e acaba revoltando Lennie, que terá que lidar com o luto, com o processo de conhecer a irmã e de se autoconhecer e saber o que quer.

Detalhe que merece destaque: a fotografia, o cenário, os efeitos especiais e o figurino estão em total harmonia. Fofo demais, acolhedor.

A PEGADA MEIO HIPPIE

O livro dá para transparecer essa pegada meio hippie, sobretudo por conta do tio de Lennie, mas o filme essa pegada é muito mais real, quando vemos a casa que ela mora, a avó que foi super incrível na adaptação, as roupas e a sensação que toda a série passa, numa aura meio artística, mística, sonho.

Mesmo com essa ambientação legal, os personagens foram interpretados com uma camada um tanto quanto superficial, porque dá para perceber a dor, a angustia, mas não parece real, de fato. Só consegui ver Lennie mais uma vez vacilando com todos que estão ao seu redor e sendo sua rede de apoio, achando que só ela quem está sofrendo, sendo que todos ali  estão de luto por Bailey também e Lennie é insensível à isso.

O FOCO É O ROMANCE E PONTO FINAL

Vale ressaltar que na adaptação de O Céu está em Todo Lugar fiquei com a sensação de que focou bem mais no triangulo amoroso em si do que no luto, nas decisões, no sentimento de perda e autoconhecimento de Lennie, que considero terem sido o foco do livro, isto é, quando ela se toca que está sendo egoísta e decide olhar pra longe de seu umbigo.

Todas essas questões voltadas ao luto da personagem ficaram confusas e pareceu romantizar o tema, fazendo com que a personagem Lennie se entregasse a isso e achasse que suas ações eram normais, sendo que é evidente que cada um lida de forma peculiar com a dor, mas aqui foi romantizado demais, ela achava que estava certa e que todos tinha que aturar ela dessa maneira. Essa parte merecia ter sido representada no filme de maneira mais responsável, diferentes, para que fosse possível ver que é possível lidar com o luto de forma a não machucar os outros e nem ter atitudes escrotas (ou tão escrotas).

Apesar desses ponto o elenco entrega ótimas performances, com destaque para Havana Rose Liu (bailey), cuja química convincente com Grace Kaufman (Lennie) eleva cada cena compartilhada. As relações interconectadas entre os personagens são exploradas com profundidade e autenticidade, adicionando camadas de complexidade emocional à narrativa.

Além do mais a atuação de Grace Kaufman com os seus interesses amorosos interpretados por Jacques Colimon e Pico Alexander (como Joe e Toby, respectivamente) são bem desenvolvidos, sobretudo na dicotomia de quando a personagem está com Joe consegue se sentir viva e pronta para viver outras experiências, mas quando está com Toby, vive uma intensa confusão por parecer estar a sombra da irmã morta e achar que deve ter sua vida pautada no passado.

MAS TAL COMO NO LIVRO, O FILME NÃO É PERFEITO

Apesar de conter muitas qualidades no livro e no filme, nenhuma das duas esferas estão 100%, mas as duas pode agradar o público que é fã do livro ou do filme (depende de qual conheceu primeiro), por exemplo alguns personagens secundários ficam bem à margem e não são desenvolvidos como deveriam ser, inclusive alguns que nos cativam, mas faltou um desenvolvimento maior (como a avó e o tio).

Além do mais o filme, trouxe algumas modificações em relação ao livro e, não me desagradaram, mas tornaram tudo e inclusive o desfecho mais clichê e cara de adaptação de filme de romance juvenil.

Acredito que se você curte histórias de romance fofas e quer um filme para passar o tempo - estilo sessão da tarde, O Céu está em Todo Lugar, é uma boa pedida.

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