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Resenha: A Bússola de Ouro (Trilogia Fronteiras do Universo, vol.1) - Philip Pullman

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

A Bússola de Ouro - Fronteiras do Universo vol.1, Philip Pullman, 
Rio de Janeiro: Objetiva, 2007, 368 pág.
Traduzido por Eliana Sabino

Saudações Leitores!
Northern Lights (1995) que seria algo em sua tradução literal como Luzes do Norte, no Brasil foi intitulado como A Bússola de Ouro e se trata do primeiro volume da Trilogia Fronteiras do Universo (His Dark Materials, no original), composta por: A Bússola de Ouro, A Faca Sutil e A Luneta Âmbar. Essa trilogia, ganhadora de diversos prêmios literários, foi escrita pelo britânico Philip Pullman.

Devo começar essa review afirmando que esse livro já se tornou um favorito meu, porque fiquei encantada com o universo fantástico criado por Pullman. Nesse primeiro volume da Trilogia Fronteiras do UniversoA Bússola de Ouro, vamos acompanhar Lyra, uma órfã de 12 anos, que vive em um mundo bastante diferente do que vivemos, mas em que em vários momentos a ficção criada por Pullman se assemelha a nossa realidade.
Lyra é uma personagem fabulosa que embora seja uma criança e menina é bem "moleca" para sua idade e não tem frescurinhas de menininha, ou seja, ela está disposta a qualquer coisa, e essa sua disposição para aventuras a colocará em uma situação nunca antes imaginada por ela, onde tudo começa a partir do desaparecimento de várias crianças e seus dimons (seres que agem como se fosse almas, materiais das pessoas, como se fossem bichinhos de estimação, mas que estão conectados aos seus humanos) misteriosamente, então, quando seu melhor amigo, Roger Parslow, da Faculdade Jordan some, ela decide ir em busca dele.
"Um ser humano sem dimon era como uma pessoa sem rosto, ou com as costelas à mostra e o coração arrancado: uma coisa antinatural e estranha, que pertencia ao mundo dos pesadelos noturnos, não ao mundo desperto e racional." (p.201)
A partir daí ela embarca numa aventura bastante perigosa, indo contra os mistérios das entidades mais poderosas do mundo criado por Pullman, um grupo chamado Magisterium, que é formado pela igreja - eis o motivo de tanta polêmica acerca dos livros de Pullman, pois ele faz uma crítica severa a instituição, trazendo à tona reflexões teológicas e filosóficas bastante pesadas e inquietantes - e nessa aventura que envolve vários elementos tecnológicos, sobrenaturais e fantasiosos, além de física quântica, Lyra irá conhecer diversas pessoas e bichos que serão seus aliados para conseguir salvar (ou não) seu amigo e, também descobrir os mistérios das luzes do norte e de outros mundos que existem e que são absolutamente escondidos e negados pelo Magisterium/igreja. Também Lyra irá conhecer pessoas perigosas e assustadoras.
"Os poderes deste mundo são muito grandes. Homens e mulheres são movidos por ondas muito mais violentas do que você pode imaginar que nos arrastam a todos na correnteza." (p.75)
Nessa trajetória Lyra irá conhecer um pouco de sua história e de si mesma, entrará em contato com o mágico e não mágico. O leitor se verá imerso nas aventuras e perigos de Lyra e seu dimon, Pantalaimon - Pan, além disso sofrerá com os personagens. É absolutamente incrível!

A Bússola de Ouro poderá parecer, de início, um livro até infantil, mas ao se desenrolar a narrativa e os acontecimentos o leitor perceberá que de infantil não tem nada e que Philip Pullman criou uma obra capaz de fazer o leitor mergulhar num universo fabuloso. 
Ao contrário do que muitas pessoas podem sugerir que Pullman criou um livro de ficção que nada tem a ver com a realidade, assim, refutando as críticas religiosas, eu, particularmente, não creio em uma obra literária que não seja questionadora e não seja crítica. É toda essas características polêmicas que tornam uma obra perene. Eis o que Pullman criou. E vale a pena ler. 

Sinto-me ansiosa para a leitura dos próximos volumes (que já tenho em mãos) e que certamente serão ainda melhores, pois geralmente os primeiros livros de séries e trilogias são apenas introduções que serão desenvolvidas nos livros seguintes. Assim espero, porque A Bússola de Ouro tem uma proposta fascinante e é impossível não criar expectativas para os livros seguintes. 

É interessante lembrar que esse livro foi adaptado ao cinema em 2007 pela New Line Cinema e o título é The Golden Compass, no bom português: A Bússola de Ouro. Ainda não assisti, mas tenho bastante vontade. Assim que o fizer, conto pra vocês como foi.
"Mas não se pode mudar o que a gente é, só o que a gente faz." (290)

8 comentários :

  1. O livro se chama Nothern Lights na edição inglesa e The Golden Compass nos EUA (foi um engano da editora americana, que depois se recusou a corrigir). E a tradução mais adequada é A Bússola Dourada, a primeira edição brasileira da objetiva tem esse nome, mas depois q o filme saiu com o título A bússola de ouro as editoras passaram a usar esse título.

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    1. Olá Jairo,

      Obrigada pelas informações. De qualquer forma, acho que ambos os títulos caem bem para o conteúdo do livro, não é mesmo? Então não tenho nenhum incomodo com o título, até gosto.

      xoxo
      Mila F.

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  2. Oi Mila, conheço essa história, fazia tanto tempo que não ouvia ninguém falando sobre ela que simplesmente apagou da minha mente. Eu não sabia da existência das continuações, e agora vou procurar ler as obras o mais rápido possível.
    Beijos
    Quanto Mais Livros Melhor

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    1. Oi Priscila,

      Fazia milênios que eu desejava ler essa trilogia, agora estou ansiosa pelos próximos volume, queria retomar em janeiro, espero consegui, na verdade, queria ler este mês, mas já estou com um projeto de livros temáticos, então acho que não vai mais dar para encaixar o segundo livro dessa trilogia.

      xoxo
      Mila F.

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  3. Esse trilogia marcou muito minha infância! Tenho ainda os mesmos exemplares que li e reli tantas vezes e, de fato, o enredo que Pullman apresenta é fascinante e mágico: dá vontade d mergulhar naquele universo - e ficar lá por um bom tempo, se possível.
    Gislaine | Paraíso da Leitura

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    1. Aiiii Gislaine,

      que comentário mais fofo! Tão bom saber que um livro marcou a infância...
      Eu também tenho livros que deixaram marcas na minha infância de tal forma que hoje sou essa leitora compulsiva... É amor, que se pode fazer?

      Obrigada por ter vindo aqui deixar essa lindeza de comentário, encanta-me!

      xoxo
      Mila F.

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  4. Mila, esse livro é bastante polêmico, embora eu não tenha lido, mas já ouvi falar muito em como ele quer negar a igreja católica e o quanto de polêmicas filosóficas e teológicas esse livro traz.

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    1. Ju, eu amei tanto esse livro. Se tornou um dos meus favoritos. Estou ansiosa para ler a continuação.

      xoxo
      Mila F.

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Muito obrigada pelo Comentário!!!!

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