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Resenha: Toda luz que não podemos ver - Anthony Doerr

sábado, 10 de março de 2018

Toda luz que não podemos ver, Anthony Doerr, Rio de Janeiro: Intrínseca, 2015, 528 pág.
Tradução: Maria Carmelita Dias
COMPRAR: Amazon

Saudações Leitores?
All the light we cannot see (2014) no Brasil Toda luz que não podemos ver foi escrito pelo americano, aliás esse livro foi o ganhador do Pulitzer de Ficção em 2015, outro livro do escritor foi publicado no Brasil: Quatro Estações em Roma, mas este se trata de um livro de memórias e não ficção.

Toda a narrativa desse livro acontece durante a Segunda Guerra Mundial e de forma bem peculiar vamos acompanhar a história de Marie-Laure, uma garota cega, e Werner,um aspirante a engenheiro, ambos tem a mesma idade mas vivem em países diferentes: Um na França e outro na Alemanha. Lados opostos na Guerra.
"O que é a cegueira? Onde deveria haver uma parede, as mãos nada encontram. Onde não deveria haver nada, uma perna de mesa arranha a sua canela. Roncos de carros nas ruas; murmúrio de folhas pelo céu; o sussurro do sangue em seus ouvidos. Na escada, na cozinha, mesmo ao lado da sua cama, vozes de adultos falam sobre desespero."
Essas duas histórias entremeiam muitas outras, pois vamos acompanhando os personagens principais e cada um tem seus personagens secundários. Marie-Laure tem seu pai e seu tio Etienne. Werner tem sua irmã Jutta, Frau Elena, entre outros.

O fato é que o início da leitura de Toda luz que não podemos ver eu me senti meio perdida e por não estar entendendo muita coisa, estava achando o livro bem mais ou menos, contudo, à medida em que fui lendo e entendo, sobretudo o ritmo e a estrutura do livro fui ficando mais e mais encantando por ele.
"Sabe a maior lição da história? A história é aquilo que os vitoriosos determinam. Eis a lição. Seja qual for o vencedor, ele é quem decide a história. Agimos em nosso próprio interesse. Claro que sim. Me dê o nome de uma pessoa ou de um país que não faça isso. O truque é perceber onde estão os seus interesses."
Posso dizer, com toda certeza que acompanhar esta história foi uma experiência incrível, pois ver lados diferentes de uma mesma época, ver estes lados aos olhos de crianças e adolescentes me fez entender e pensar que nem todos que viveram durante a Segunda Guerra Mundial estavam entendendo o que estava acontecendo e que muito estavam apenas querendo sobreviver a todo custo, mesmo que com cicatrizes.
Não posso afirmar que Toda luz que não podemos ver é um tipo de livro viciante, pois não é, aliás, não chega nem a ser um livro de fácil leitura, no entanto o valor impresso nas páginas e nas entrelinhas é impressionante e tem mais parece uma fotografia feita sob outro ângulo, outra visão. Isso se torna ainda mais pujante quando percebemos o tom melancólico presente em cada uma das páginas.
"_A senhora nunca fica cansada de acreditar, madame? A senhora nunca quer uma prova?_Você nunca pode deixar de acreditar. Essa é a coisa mais importante."
Apesar de Toda luz que não podemos ver ter começando de um jeito monótono e confuso, pois a história não foi contada de forma linear e cronológica, ou seja, exige muito que o leitor monte o quebra cabeça exposto com cada recorte e encontre as conexões, e também pela junção de uma narrativa que segue um ritmo próprio e do tom melancólico, que faz o leitor se teletransportar para dentro do livro; esta obra é incrivelmente profunda e nos mostra que em todos os lados dessa mesma história há vilões, mocinhos e vítimas.
Sem dúvida um dos pontos absolutamente incríveis desse livro foi a construção dos personagens e como vão crescendo na narrativa à medida em que suas idades vão aumentando também. Os personagens são incríveis! 
"O tempo é algo escorregadio: segure-o com firmeza, ou seu encadeamento pode escoar de suas mãos para sempre."
Como toda história passada durante o holocausto, Toda luz que não podemos ver  se tornou mais uma que me emocionou, pois embora não tenhamos tido um final completamente infeliz, também não foi possível dar um final feliz. Histórias de guerra nunca terminam com finais felizes, não é mesmo? Preparem os lencinhos.

4 comentários :

  1. Realmente não é um livro fácil mas vale muito a pena porque mais do que fatos, ele fala de sentimentos, de perda mas também de esperança.

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    1. Exatamente o que acho, é difícil pela linguagem e pelo próprio ritmo mais lento, mas é um livro que traz uma essência muito reflexiva... às vezes fico desejando que aqueles que tem o poder leiam livros assim, para poderem refletir mais sobre o peso de suas decisões, para que não promovam guerra e violência, pois muitos inocentes pagam por sua ganância...

      xoxo
      Mila F.

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  2. Faz muito tempo que estou com esse livro na estante para ler, mas sabe aquela vontade? Então, nunca bateu, mas sei que a hora vai chegar. Não parece ser um livro fácil, mas tem cara de que vai ser A leitura! Amei as fotos ♥
    Tudo que Motiva

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    1. Como eu te entendo, esse livro também passou algum tempo na estante antes de eu enfim decidir lê-lo, acho que o fiz num bom tempo, pude apreciar bastante a obra.

      Espero que contigo se passe o mesmo.

      xoxo
      Mila F.

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Muito obrigada pelo Comentário!!!!

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