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Resenha: Tudo que a gente sempre quis - Emily Giffin

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Tudo que a gente sempre quis, Emily Giffin, São Paulo: Arqueiro, 2019, 304 pág.
Tradução: Marcelo Mendes
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Saudações Leitores!
Tudo que a gente sempre quis (All we ever Wanted, 2018) escrito por Emily Giffin, é o terceiro livro dessa escritora que leio, o primeiro que li foi Presentes da Vida e o segundo foi Primeiro e Único. Creio que posso dizer com propriedade que todos os livros que li de Giffin me proporcionaram sentimentos bem diferentes e foram livros completamente diferentes um do outro, mostrando que a escritora é versátil e se reinventa constantemente.
"Eu só quero que você confie mais em mim. posso formar minhas próprias opiniões sobre as pessoas... que podem não ser iguais às suas.... E, claro, vou cometer erros... Mas é hora de confiar em mim. Se eu errar, errei. Mas eu quero... e preciso... que você acredite em mim."
Demorei a escrever essa resenha sobre Tudo que a gente sempre quis porque foi realmente difícil assentar minhas ideias e compreender minhas emoções. A verdade, é que o livro não saiu como eu esperava, foi menos do que esperei, mas nem por isso se caracteriza como uma leitura ruim.

É, talvez eu tenha criado algumas expectativas que eu nem sabia que tinha criado. Talvez eu tenha lido na época errada. Talvez o livro não tenha sido tão marcante como seus temas. Talvez eu tenha tido um problema com os personagens, seus pensamentos e atitudes. Talvez eu não tenha me conectado e encontrado uma forma de entrar dentro do livro.
Deixem-me falar um pouco sobre o que vamos encontrar em Tudo que a gente sempre quis: acompanharemos particularmente duas famílias: Tom e sua filha Lyla, Nina e Kirk e seu filho Finch.
"Criar filhos é difícil quando se tem alguém para dividir o trabalho árduo. Sozinho é difícil pra cacete."
A vida dessas duas famílias se cruzam porque Finch acaba publicando uma foto de Lyla desmaiada e seminua em seu perfil social e com uma legenda racista. Finch vem de uma família abastada e Lyla é de uma família humilde, e houve uma repercussão muito grande em torno dessa foto que se tornou um grande escândalo acabou envolvendo famílias e escola.

A partir desse momento as duas famílias começam a refletir sobre suas vidas, sobre a educação dos filhos e os parâmetros sociais tão diferentes e injustos. Em realidade, Tudo que a gente sempre quis, é um livro que é muito mais do que aparenta e trata de temas sensacionais e imprescindíveis e que mesmo sabendo da existência deles ainda são tabus.

Emily Giffin elabora todo um discurso persuasivo e reflexivo sobre: feminismo, violência domestica, exposição nas redes sociais, racismo, estupro, violência verbal, traição, criação de filhos, abandono de família, alcoolismo, valores, o poder do dinheiro. É um livro muito forte.
"Que importância tinha tudo isso agora? O que poderia ser mais importante do que arrumar tempo para conversar com meu filho sobre respeitar as mulheres e as diferentes culturas e etnias?"
Porém, a forma como a autora acoplou os temas em seu enredo, querendo falar sobre todos eles, acabou pecando em alguns e deixando de lado - ou dando menor destaque - outros que eram tão importantes quanto.
Por exemplo, o livro todo me incomodou bastante ter sido bastante frisado a questão do racismo e ter negligenciado a questão da exposição da jovem seminua e desmaiada na rede. Incomodou-me ainda mais o fato da própria Lyla querer deixar tudo para trás, até entendo ela querer esquecer o ocorrido, mas me pareceu que a atitude se dava por um motivo completamente errado.

Foram tantos pequenos detalhes em Tudo que a gente sempre quis que me incomodaram e me fizeram virar os olhos ou chamar palavrão que seria enorme essa review se eu fosse falar sobre tudo, então vou ficar só nos exemplos acima.
"Pior do que lamentar decisões do passado é sofrer com o que está por vir."
Contudo, posso dizer que Tudo que a gente sempre quis cumpre um pape fortíssimo ao fazer o leitor refletir sobre as situações que ocorrem lá e assim poderem pensar em sua própria visão e opinião a respeito, coisa que dificilmente faria se não houvesse essa leitura para motivar tais reflexões. Pelo menos foi isso que me ocorreu.

Em resumo, mesmo sendo um livro com temas tão fortes e importantes creio que faltou uma maturidade a mais em sua abordagem, de modo que para mim ficou aquém do que poderia ter sido, mas se tornou uma leitura extremamente vária e necessária, portanto, não posso deixar de recomendar, só não vão criar tantas expectativas.

Boas Leituras!

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