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Resenha: O Visconde que Me Amava (Os Bridgertons - vol. 2) - Julia Quinn

segunda-feira, 6 de julho de 2020

O Visconde que Me Amava (Os Bridgertons, vol. 2), Julia Quinn. São Paulo: Arqueiro, 2013, 304 págs.
Tradução: Ana Resende
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Saudações Leitores!
O Visconde que Me Amava  (The Viscount who Loved me, 2000) da escritora best-seller norte-americana, Julia Quinn, é o segundo volume da série (com 9 livros) Os Bridgertons, precedido por O Duque e Eu.

No livro anterior acompanhamos a história de Daphne Bridgerton, já em O Visconde que Me Amava, o Bridgerton que vamos conhecer é o mais velho e chefe da família: Anthony. Como já me apaixonei por todos os irmãos e inclusive pela mãe (lady Violet Bridgerton) estava bem curiosa e empolgada para ler este volume.

Julia Quinn não me decepcionou em O Visconde que Me Amava, porém vou ser honesta senti raiva é vários momentos e vou tentar explicar melhor, abaixo, aliás, creio que tal como em O Duque e Eu trouxe algumas polêmicas, esse livro também tem sua parcela, porém, durante todo esse livro busquei refletir e contextualizar ao século em que se passa a história.


Aqui em O Visconde que Me Amava, vamos acompanhar de perto Anthony Bridgerton e, para entendermos melhor esse personagem, Julia Quinn faz todo um apanhado de sua infância, adolescência e maturidade em m Prólogo, e é onde acabamos ficando a par do grande vínculo que ele tinha com o pai Edmund, que ao morrer em decorrência de uma picada de abelha fez com que o mundo de Anthony, com 19 anos na época, ruísse.

Anthony, como o filho mais velho acaba ficando a cargo das responsabilidades de cuidar da família, de ser o chefe da casa, de cuidar das finanças, mas não foram só responsabilidades que a morte de Edmund trouxe para Anthony, o jovem, ficou com o coração partido, pois tinha na imagem do pai um grande herói e quando o viu morrer, ficou com um trauma muito grande.

Em decorrência desse trauma, Anthony acaba se torando um libertino - o que já sabíamos que ele era, tendo em vista sua amizade com Simon, agora marido de Daphne -, claro que mesmo com um comportamento livre ele nunca descumpriu com suas obrigações familiares e sempre foi muito ligado a mãe e aos irmãos.

Porém, na nova temporada em Londres, agora no ano de 1814, segundo os folhetins de lady Whistledown, isto é um ano após os acontecimentos de O Duque e Eu, Anthony, decide que irá casar e, por ter um estilo de vida completamente devasso, jamais espera amar a esposa, mas quer casar e ter filhos.

Ele tinha consciência de que não combinava com a imagem de um homem que sossegaria. Passara a última década praticando o pior tipo de libertinagens, obtendo prazer como pudesse. Como ele sabia muito bem, a vida era curta e, sem dúvida, deveria ser aproveitada.


É nesse momento que Anthony Bridgerton procura saber qual a moça mais requisitada da temporada e descobre que é Edwina Sheffield, cuja irmã mais velha Kate Sheffield estão aproveitando a temporada para tentar encontrarem maridos. Diante da descoberta Anthony "decreta" que irá se casar com Edwina.

Porém, quando Kate percebe o interesse de Anthony pela irmã, fica completamente horrorizada e não aceita de bom grado que ele corteje-a, pois Kate tem acompanhado o folhetim de Lady Whistledown que fala horrores de Anthony, então é óbvio que ele não será um bom marido para sua irmã mais nova.

É nesse ínterim, que os dois, Kate e Anthony, se conhecem - graças a Collin Bridgerton, diga-se de passagem - e se antipatizam mutualmente. Portanto, é claro que vamos ter um romance com o famigerado e amado clichê cão e gato, o que, acreditem: rende cenas engraçadas (e outras nem tanto).

É obvio que essas briguinhas dariam em amor, certo? Mas tudo se complica porque nenhum dos dois quer dar o braço a torcer e ambos tem traumas que precisam ser superados para poderem abrir o coração para novas possibilidades e para o amor.

Não. Se ele se sentia desconfortável, frustrado, como se quisesse socar uma parede de tijolos, era porque estava usando Maria para tirar a maldita Kate Sheffield de sua mente. Ele não queria acordar com uma ereção e sofrendo mais uma vez. Pretendia mergulhar em outra mulher até a lembrança do sonho se dissolver e desaparecer de sua mente.


Além do mais é preciso superar alguns preconceitos, sobretudo por parte de Kate que ao ler os folhetins e escutar as fofocas da sociedade acabou pintando Anthony como o "diabo", de modo que desconstruir esse preconceito será bem complicado quando temos uma protagonista tão geniosa.

É interessante observar que neste livro Julia Quinn fez muitas referências e foi fortemente inspirada por Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, não é à toa que acabei amando O Visconde que Me Amava, já que amo Orgulho e Preconceito.

Como já disse, de modo geral amei O Visconde que Me Amava, porém teve duas ou três coisinhas que não gostei no decorrer do volume, mas relevei, porque a história se passa em pleno 1814 e aquela sociedade era machista, os homens podiam ter todas as liberdades e às mulheres tinham que se conformar com isso, portanto ter uma moça que não seguia esses padrões era um grande desafio e não poderia ligar para o "politicamente correto".

Ademais, temos aí dois personagens absolutamente fortes, opiniosos e orgulhosos. Anthony como chefe de família e visconde estava acostumado a ter todos obedecendo suas ordens. Kate como irmã mais velha e com um histórico familiar como o seu estava determinada a proteger aquilo que considerava mais importante em sua vida.

Alguns laços, ele começava a perceber, eram mais fortes que os de sangue. Não havia espaço para esse tipo de ligação em sua vida.


Mas vou ser honesta, tinha momentos que eu queria saltar para dentro do livro e dar uns tapas em Anthony por ele ser tão grosso, bruto e até mesmo violento (aqui é onde gera polêmica neste livro), coisa que não condiz com a criação que ele teve dos pais e tão pouco tendo tantas irmãs. Por outro lado, as vezes ficava difícil defender Kate que agia como uma lambisgoia preconceituosa, acreditando fielmente nas fofocas sem nem ao menos se dispor a conhecer o visconde realmente.

Contudo, o que fica claro, ao final de O Visconde que Me Amava é que tanto Anthony quanto Kate são muito parecidos e e só podiam ser almas gêmeas, e que tudo o que acontecia ali de bom ou ruim acontecia por ter sido provocado, sabe?

O fato é que depois de muita "água rolar", somos ainda presenteados com um Epílogo, acho que Julia Quinn vai trazer isso em todos os livros, que se passa em 1823, ou seja 9 anos depois dos acontecimentos do volume, o que faz todo sentido para a história e foi muito AMOR.

Significa que o amor não tem nada a ver com o medo de que tudo acabe, mas com encontrar alguém que o complete, que faça de você um ser humano melhor do que jamais sonhou ser. É olhar nos olhos de sua esposa e ter a certeza de que ela é a melhor pessoa que você já conheceu.

Ler Os Bridgertons e romances de época em geral é algo que realmente não podemos fazer pensando nas concepções de sociedade de hoje, no politicamente correto de hoje. É preciso se desprender de nossa contemporaneidade e mergulhar numa época que não conhecíamos e que apesar do romance ser fofo, mágico e nos fazer suspirar em vários momentos, a realidade da época provavelmente não chegava muito perto do que vemos exposto nas páginas, afinal o mundo era machista, o homem era o dono de suas mulheres, né? Não tinha como ser tudo tão bonito e dar tão certo assim, a não ser eras exceções.

Pra finalizar, é claro que minha empolgação só cresce para conhecer ainda mais os Bridgertons, portanto, estou ansiosa para o próximo volume. Aguardem!

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Livros da Série OS BRIDGERTONS:
2. O Visconde que me Amava
3. Um Perfeito Cavalheiro
4. Os Segredos de Colin Bridgerton
5. Para Sir Phillip, com Amor
6. O Conde Enfeitiçado
7. Um Beijo Inesquecível
8. A Caminho do Altar
9. E Viveram Felizes Para Sempre

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