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Resenha: Um Perfeito Cavalheiro (Os Bridgertons - vol. 3) - Julia Quinn

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Um Perfeito Cavalheiro (Os Bridgertons - vol. 3), Julia Quinn. São Paulo: Arqueiro, 2014, 304 págs.
Tradução: Cássia Zanon
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Saudações Leitores!
Um Perfeito Cavalheiro (An Offer from a Gentleman, 2001) é o terceiro volume da famosa série da escritora bestseller norte americana Julia Quinn: Os Bridgertons (composta por 9 livros) que este ano resolvi desbravar como um projeto pessoal de "ler mais romances de época" e MEU.DEUS.DO.CÉU! Estou encontrando nesta série uma leitura fluida, agradável e que me deixa com um sorriso bobo no rosto, tem coisa melhor?

Se você ainda não viu, aqui no blog já tem veredito de O Duque e Eu e de O Visconde que Me Amava, os dois primeiros volumes da séries, respectivamente e creio que vale a pena conferir.

Antes de começar a expor qualquer coisas sobre este livro, já quero adiantar para vocês que Um Perfeito Cavalheiro tem muitas chances de ser o melhor livro da série pra mim, pelo menos até agora, este foi o que mais gostei. Comecei com essa informação para deixá-los curiosos para ler o que vou escrever de agora em diante.

Ela sempre quis ter uma família. Na verdade não havia nada que desejasse mais na vida. Seu pai nunca a reconhecera como filha, nem mesmo em particular, e sua mãe havia morrido ao lhe dar à luz. Araminta a tratava como lixo, e Rosamund e Posy com certeza jamais tinham sido irmãs para ela

Em Um Perfeito Cavalheiro vamos nos aprofundar sobre o segundo irmão Bridgerton mais velho: o Benedict, um personagem que pouco apareceu, ou melhor, não temos muitas informações sobre a vida que levava, sua personalidade, etc., nos livros anteriores e por conta disso fiquei ainda mais curiosa por "conhecê-lo". Então já sabemos qual dos Bridgertons irá casar até o final da temporada de Londres, certo?


Mas a história de Benedict acabou tendo seus clichês, mas tudo isso acompanhado de partes e ações imprevisíveis, o que tornou o livro uma grande incógnita, digo isso porque enquanto lia e pensava que iria acontecer alguma coisa o livro vinha e me chacoalhava, mostrando um caminho bem diferente do que o que imaginei.

Uma das coisas que já me pegou de surpresa foi que assim que começamos a leitura de Um Perfeito Cavalheiro temos toda uma vibe de "Cinderela", só que com algumas adaptações. Logo no prólogo desse livro seremos apresentados a Sophie Becket a filha bastarda do Conde de Penwood que foi criada por ele como se fosse sua pupila.

Dizem que os olhos são a janela da alma. Se ele de fato havia encontrado a mulher de seus sonhos, aquela com quem poderia enfim se imaginar tendo uma família e um futuro, então, por Deus, precisava saber a cor de seus olhos.

Sophie tem uma educação boa é criada com privilégios até que o Conde de Penwood decide se casar e levar para casa a esposa Araminta e duas enteadas Rosamund e Posy que passam a ser tratadas como as filhas da casa, quando na verdade todos os empregados sabiam que era Sophie a filha do Conde e isso era tão inquestionável já que ela era a cara do pai.

Lamentavelmente o conde morre e de "pupila" do conde Sophie acaba se tornando a criada-faz-tudo de Araminta que sempre a humilha e a trata pior do que qualquer pessoa. É nesse cenário de Sophie cresce, se sentindo abandonada, inferior e com rancor pelo pai a ter negligenciado no testamento, deixando-a a mercê de Araminta.

Porém, na temporada de 1815 (e sabemos disso por conta do folhetim de Lady Whistledown) há um baile de máscaras oferecido pela matriarca Violet Bridgerton. Como é um baile de máscaras Sophie acaba sendo convencida pelos criados a ir disfarçada e é lá que ela conhece Benedict.

Benedict fez com que ela se sentisse linda, preciosa, inestimável. Tratou-a como uma mulher, não como uma criada qualquer, e, até aquele exato instante, ela não se dera conta de quanto sentia falta de ser tratada como uma pessoa. Os vem-nascidos e aristocratas não enxergavam seus criados, tentavam não ouvi-los, e, quando precisavam falar com eles, mantinham a conversa o mais curta e superficial possível.


É amor a primeira vista para ambos e o momento chega até a arrepiar, sabe? Porque a descrição de Julia Quinn consegue nos levar para aquele momento como se estivéssemos vivendo o que os personagens estão vivendo e sentindo. No entanto, tal como em Cinderela, em um determinado horário Sophie sai as pressas de seu encontro e apesar dela saber quem era Benedict ele desconhece completamente quem era a mulher por quem se apaixonou.

Eis que veio outra surpresa na narrativa de Um Perfeito Cavalheiro, pois temos um salto temporal de dois anos, estamos na temporada de 1817 e mesmo tendo procurado bastante a mulher por quem se apaixonou a primeira vista e que ainda sonha com ela, Benedict não conseguiu encontrá-la, porém, o destino resolveu uní-los de forma imprevisível e é óbvio que vai rolar muita química, momentos de romance, momentos engraçados, drama, raiva, medo, incertezas. Esse livro é um verdadeiro misto de emoções!

Sem dúvida Um Perfeito Cavalheiro foi extremamente surpreendente e teve partes inesperadas, porém, mesmo sem querer problematizar nada, acho importante mencionar algumas coisas que me incomodaram, porque mesmo tendo amado o livro, é do meu feitio fazer uma leitura crítica e refletir sobre o que estou lendo, mesmo quando faço uma leitura inteiramente para entretenimento.

Precisava dela ao seu lado, embaixo dele, em cima dele.Precisava dela nele, ao redor dele, como parte dele.Precisava dela como precisava de oxigênio.E,ele pensou naquele último instante racional antes de seus lábios encontrarem os dela, precisava dela imediatamente.

O primeiro ponto que quero mencionar é que quando Benedict se vê apaixonado por Sophie, e sabendo que ela não passa de uma criada e que ela é possivelmente a filha bastarda de alguém ele se vê no direito de propor para ela que seja sua amante e o problema que ele não faz isso apenas uma, mas várias vezes e persegue a garota.

Claro, Sophie é apaixonada por ele? SIM, mas ela tenta resistir a tentação porque não quer ter o mesmo destino da mãe e tão pouco colocar um filho bastardo no mundo para ser maltratado como ela foi. Benedict percebe esses conflitos em Sophie, percebe que ela teve uma boa educação, que tem princípios, mas continua fazendo a proposta para ela.


Só que o que mais me incomodou é que o tipo de proposta que ele estava fazendo para Sophie, em pleno 1817, como se fosse a solução para todos os problemas da jovem e como se a fosse fazer feliz (mesmo indo à contramão de seus princípios) a tornaria uma escória na sociedade londrina, o que ao meu ver seria pior do que ser uma criada, afinal criados poderiam casar e construir suas famílias sem se tornarem escórias.

Acredito que faltou empatia por parte de Benedict, porque ele queria matar seus desejos, ter Sophie como amante, mas não se colocou na posição de ver o quanto a sociedade a condenaria e o quanto ela poderia sofrer ainda mais por ter a posição de bastarda e amante.

No entanto, assim como sonhos de uma criada, seria difícil que os dela se transformassem em realidade. O que tornava o ato de sonhar ainda mais doloroso. E ela sabia _ toda vez que estivesse prestes a revelar seu segredo, Sophie tivera consciência & o que a consequência de contar a verdade a ele seria um coração partido

No entanto, entendo que ele estava ainda enfeitiçado pela mulher que ele conheceu no baile e que entendia que não poderia casar com uma criada, pois ele vinha de uma classe social privilegiada, mas quando ele percebeu que não poderia viver de uma fantasia e, principalmente, conceber uma vida sem Sophie ele se portou como um perfeito cavalheiro e foi contra as convenções sociais para ter a mulher que amava.

Além disso, algo que me fez amar Benedict foi a honestidade dele, em momento algum mentiu para Sophie e, para completar, ainda reconheceu sua preponderância de exigir e insistir em fazê-las sua amante, quando claramente isso feria os princípios dela. ELE PEDIU PERDÃO e eu fiquei caidinha por ele, principalmente pela honestidade que passou ao fazer isso.

Como mencionei, todo o enredo de Um Perfeito Cavalheiro foi uma grande surpresa para mim, mesmo as partes clichês ainda conseguiram ter desdobramentos inesperados, adorei também a forma como Julia Quinn, neste volume, nos introduziu ainda mais dentro da casa e da família Bridgerton, nos apresentou a personalidade dos outros componentes da família e de como essa família tem muito a oferecer uns para os outros.

Um homem só tinha uma chance de se declarar a seu verdadeiro amor, e ele não queria estragar tudo.


Ademais, outras temáticas foram abordadas no livro que correspondem aos cenários da época: filhos bastardos, amantes, sexo antes do casamento, a situação de assédio dos criados, as diferentes castas tão demarcadas da sociedade burguesa e plebeus.

Esse é um livro que posso chamar de "conto de fadas" para adultos e o mais interessante é que Julia Quiin ainda nos brinda com um epílogo amorzinho que acontece vários anos depois, em 1824, onde dá pra vislumbrar como vários integrantes da família Bridgerton está e quantos filhos e netos tem a prole.

Também não posso deixar de mencionar o quanto esse livro também foi intrigante no que consiste ao folhetim de  Lady Whistledown, de certo modo acabamos sabendo um pouco mais sobre essa enigmática escritora, acho que já dá até para fazermos algumas suposições, mas também, as próprias "matérias" são intrigantes, pois como o romance de Benedict e Sophie aconteciam entre "quatro paredes", acompanhamos muito mais sobre o que acontecia nos bailes da temporada e das tretas entre as socialites, o que foi extremamente divertido!

Acredito que nem preciso dizer que indico esse livro, afinal já comecei esse veredito dizendo que ele tem grandes chances de se tornar um dos meus favoritos da série, ok? Os Bridgertons é um amorzinho, então, caso tenham a oportunidade de ler, não a deixe passar e caso já tenham lido, coloquem nos comentários o que acharam do volume...

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Livros da Série OS BRIDGERTONS:
3. Um Perfeito Cavalheiro
4. Os Segredos de Colin Bridgerton
5. Para Sir Phillip, com Amor
6. O Conde Enfeitiçado
7. Um Beijo Inesquecível
8. A Caminho do Altar
9. E Viveram Felizes Para Sempre

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