O GAMBITO DA RAINHA superou minhas expectativas e pensar que foi um livro que iniciei achando que iria abandonar: acabou me ganhando por completo!
Saudações Leitores!
Ao contrário do que comumente faço (ler e depois assistir), primeiramente, assisti a série baseada no livro O GAMBITO DA RAINHA, do escritor e contista norte-americano Walter Tevis (1928-1984), que foi lançada pela Netflix em 2020. O livro tem data de publicação de 1983, um ano antes do ano da morte do escritor.
Confesso que, não conheço ninguém que seja enxadrista e nem sequer conheço as regras ou tinha interesse pelo jogo, porém a série teve chamou muito a atenção do público e, tamanho sucesso acabou me fazendo ter interesse em assistir. O primeiro episódio já me ganhou!
Após assistir a série, mesmo vendo que ela trazia vários termos técnicos e eu não entender muito, minha curiosidade para ver como Walter Tevis trabalhava tudo aquilo com palavras fez-me comprar o ebook e, apesar de não ser uma leitura fácil - por conta desses termos técnicos - a escrita desperta a curiosidade.
Em O GAMBITO DA RAINHA acompanhamos a história de Elizabeth Harmon (Beth) uma menina órfã que vai viver em um orfanato após a morte de sua mãe. É nesse orfanato que Beth terá contato com várias pessoas, situações, entre outras coisas, que marcarão sua vida para sempre: desde os calmantes dados para as crianças ficarem dóceis até o xadrez, ensinado pelo velho zelador no porão da instituição.
Acaba que Beth tem um talento natural para o jogo de xadrez e o mais interessante é que ela quer sempre aprender mais, ler sobre o assunto e estudar jogadas famosas, além disso, o xadrez acaba se tornando sua válvula de escape da solidão do orfanato e da rotina monótona e sem amigos que ela vive.
Nesse meio tempo, Beth acaba sendo adotada por uma família, porém seu padrasto, depois de um tempo vai embora, abandonando ela e sua madrasta. Beth acaba tendo um jogo de cintura e começa a participar de campeonatos de xadrez, ganhando renome e fama, tanto por ser jovem, quanto por ser mulher num mundo de enxadristas dominado por homens.
Durante todo o volume de O GAMBITO DA RAINHA vamos acompanhando Beth se apaixonando pelo jogo e pelo sentimento eletrizando que vem de suas vitórias, bem como tendo que lidar com as frustrações de quando perde uma partida. É por conta de não saber lidar bem com as frustrações que ela acaba cultivando alguns vícios ao longo de suas vida que podem acabar prejudicando aquilo que ela mais ama que é jogar xadrez.
A forma como Walter Tevis trabalhou essa questão de não saber lidar e ter que aprender a lidar com as frustrações foi uma sacada muito boa e envolve o leitor no drama de Beth, bem como o autor também sobre nos introduzir no universo dos enxadristas, fazendo-nos sentir uma certa adrenalina durante as narrações das partidas de xadrez.
É aqui que volto a tocar no ponto da linguagem mais técnica para as partidas de xadrez. Não é fácil entender - pelo menos não foi para mim -, contudo não é algo tão monótono quanto achei que seria, pelo contrário, achei que seria pior e que acabaria abandonando o volume, mas não tive nenhuma vontade de fazer isso.
No fim, foi incrível acompanhar Beth Harmon amadurecendo tanto como pessoa quando estrategicamente no jogo e nos seus sonhos profissionais e pessoais.
O GAMBITO DA RAINHA foi, sim, uma leitura que me surpreendeu e acabou superando completamente minhas expectativas e me ganhou por completo. É por conta disso que deixo minha indicação - talvez não seja um livro para todos os tipos de leitores, mas para aqueles que procuram algo diferente e queiram abraçar essas páginas, boa leitura e até o próximo post!
O Gambito da Rainha
Título Original: The Queen's Gambit (1983)
Autor: Walter Tevis
Tradutor: Ivanir Calado
São Paulo: Editora Arqueiro
Ano: 2021 | 304 págs.
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