Recentemente assisti ao filme É Assim que Acaba, baseado no livro homônimo da autora Colleen Hoover, que li em 2018 (tem resenha AQUI). O filme foi lançado neste mês de agosto, dia 8, e é dirigido por Justin Baldoni, porém o assisti dia 10 de agosto. Para quem já leu o livro, a adaptação cinematográfica era aguardada com grandes expectativas, e hoje vou compartilhar minhas impressões sobre como o filme se compara à obra original. Vamos ao veredito!
Título Original: It Ends With Us
Ano: 2024
Direção: Justin Baldoni
Duração: 123 min
Classificação: +14 anos
Gênero: Drama, Romance
País de Origem: Estados Unidos
Minha Avaliação: ⭐⭐⭐⭐
Sinopse: A história gira em torno de Lily, uma jovem que se muda para Boston e conhece o neurocirurgião Ryle. Ela acaba em um relacionamento turbulento, violento e abusivo, além de ter que lidar com o ressurgimento de um antigo amor.
FILME vs LIVRO
Colleen Hoover nos presenteou com uma narrativa profundamente emocional e complexa em É Assim que Acaba, um livro que muita gente julga problemático, e a adaptação de Justin Baldoni consegue captar a essência poderosa do livro, mesmo com algumas adaptações necessárias para o cinema. A trama principal, centrada em Lily e seus desafios pessoais, permanece fiel à obra original, porém, algumas subtramas e ordem dos fatos foram simplificadas para melhor se adequarem ao ritmo cinematográfico, afinal um filme tem pouco tempo para desenvolver todo um livro, certo? Óbvio que alguma coisa iria ficar de fora.
O roteiro, adaptado por Christy Hall, equilibra bem o drama e a emoção, embora, em alguns momentos, a profundidade dos sentimentos presentes no livro não tenha sido totalmente explorada na tela. No entanto, isso não diminui o impacto da história, que continua sendo poderosa e cativante. Para os fãs do livro, algumas cenas icônicas estão presentes, enquanto outras foram adaptadas ou omitidas, o que pode ser uma surpresa para quem conhece bem a obra original.
No entanto, confesso que estava preocupada em ver as cenas de violência, podia o filme abordar de maneira bem mais descritiva e pesada, mas achei que foi no tom certo e passa a ideia de que: isso é uma violência? Faz a gente refletir e se emocionar. Eu chorei no cinema! Fiquei realmente emotiva ali, me senti fragilizada, acreditam?
AMBIENTAÇÃO E DIREÇÃO
Apesar de toda a polêmica envolvida na direção do filme, não vou julgar isso, quero apenas frisar que Justin Baldoni, conhecido por seu trabalho em dramas, traz um toque sensível e cuidadoso para a adaptação. A direção é intimista, focando nos momentos de maior vulnerabilidade dos personagens, o que ajuda a criar uma conexão entre o espectador e a narrativa. As escolhas de locação e cinematografia ajudam a construir o mundo de Lily, com um visual que equilibra a beleza e a dureza da vida que ela enfrenta.
A trilha sonora, complementa bem o tom do filme, ajudando a elevar as cenas mais emotivas e a envolver o público na jornada de Lily. Cada escolha musical parece pensada para intensificar a experiência, fazendo com que cada momento chave tenha um peso emocional ainda maior. Muito das minhas lágrimas durante o filme são consequências dessa trilha sonora.
ATORES E ATUAÇÕES
Blake Lively, no papel de Lily Bloom, entrega uma atuação sincera e comovente. Ela capta com precisão a força e a vulnerabilidade da personagem, trazendo à vida as lutas internas de Lily com autenticidade. Sua interpretação é um dos pontos altos do filme, conseguindo transmitir as emoções complexas da protagonista de maneira convincente.
Justin Baldoni, além de dirigir, também assume o papel de Ryle Kincaid, o charmoso neurocirurgião que desempenha um papel central na história de Lily. Sua atuação é carismática e convincente, embora, em alguns momentos, o desenvolvimento do personagem tenha sido menos explorado do que no livro, o que pode deixar uma sensação de que faltou algo para capturar toda a complexidade de Ryle.
O elenco de apoio, incluindo Brandon Sklenar como Atlas Corrigan, também merece destaque. Sklenar traz uma sensibilidade ao papel que complementa bem a atuação de Lively, tornando as cenas entre Lily e Atlas particularmente tocantes, porém senti falta de maior desenvolvimento, no livro eu senti que a relação dos dois foi melhor trabalhada.
Além do mais senti que os demais personagens, como a irmã de Ryle ficou na obscuridade; no livro ela é muito mais presente, sabe? Senti falta dessa amizade, dela ser um apoio maior para a Lily.
VEREDITO: ADAPTAÇÃO EMOCIONANTE
É Assim que Acaba é uma adaptação que, embora faça algumas concessões em relação ao material original, consegue capturar a essência da história de Colleen Hoover. As performances, especialmente de Blake Lively, são envolventes e ajudam a transmitir o peso da narrativa. As mudanças feitas para a adaptação cinematográfica, em sua maioria, funcionam bem para o formato, mesmo que alguns detalhes do livro tenham sido simplificados, como já expliquei nesta postagem.
Em resumo, considero o filme uma experiência emocionalmente rica que faz justiça ao livro, enquanto se mantém acessível para aqueles que não conhecem a obra original. É uma história que continua a ressoar profundamente, seja nas páginas do livro ou na tela do cinema. Acho que a adaptação foi muito boa e correspondeu boa parte das minhas expectativas.
Pontos negativos mesmo são aqueles que falei de não ter explorado melhor algumas nuances de alguns personagens.
Espero que tenham gostado da crítica e até o próximo post!