Saudações Leitores!
Fazia anos
que eu queria ler Três Metros Acima do Céu, porque minha amiga sempre falou muito bem dele e
comecei uma procura ferrenha por um exemplar, mas não consegui porque não existem
mais e quem o tem não troca e nem, por um decreto, vende. Então o desejo de ler
Moccia era tão grande que – mesmo com tantos livros na minha estante para serem
lidos – que pedi o exemplar da minha amiga emprestado. Foi lindo!
No entanto, confesso que minha amiga exaltou tanto esse livro que fui ler morrendo de medo de não gostar, mas EU AMEI: 1 A história é team; 2 Foge aos clichês; 3 Os personagens são de tirar o fôlego; 4 Um romance lindo de fazer suspirar e desejar um igual; 5 Arrancou-me sorrisos e lágrimas. Com estes ingrediente não tinha como o livro ser ruim. Agora preciso ler TODOS os livros do Federico Moccia. Confiram minha resenha/desabafo:
Três Metros Acima do Céu, Federico Moccia, Rio de Janeiro: Rocco,
2005, 359 pág.
Tradução de Mario
Fondelli
Tre Metri
Sopra il Cielo (1992) foi escrito pelo italiano Federico Moccia que além de
escritor [fodástico] é roteirista e realizador [seja lá o que isso for]. Três Metros Acima do Céu (3MAC) foi
publicado no Brasil em 2004 pela Rocco, e a edição desse livro encontra-se
profundamente esgotada [infelizmente], detalhe esse livro tem duas adaptações
cinematográficas uma italiana (Tre Metri Sopra il Cielo – 2004) e uma espalhola
(Paixão sem Limites – 2010). Federico é autor de outros livros publicados pela
Planeta Brasil [obrigadaaaaa editora]: Sou
Louco Por Você (2006) (continuação de 3MAC), Desculpa se te chamo de amor (2007), Desculpa quero me casar contigo (2009) e Carolina se apaixona (2008).
Em Três Metros Acima do Céu somos
apresentados a Babi, uma adolescente, 16 anos, que vive uma vida agradável é
uma aluna exemplar, que tem uma família estruturada e muito doidinha, sua irmã
mais nova, Daniela, é uma graça e ao invés de se espelhar na mãe se espelha na
irmã como se ela fosse a heroína. Também conhecemos Pallina, melhor amiga de
Babi, que é uma graça, além de doida e aventureira sempre acha as piores coisas
naturais.
“O pãozinho se quebra em
suas mãos enquanto alguma outra coisa se quebra dentro dela. Lembranças,
emoções, momentos lindos, doces frases murmuradas começam a voltar à mente de
Babi num atropelo de ilusão.
Uma lágrima ingênua escorre
pelo seu rosto. Pára um momento no queixo, indecisa. Então, empurrada pela dor,
dá um pulo no vazio.” (p.129)
A vida de
Babi vai correndo como o normal, até ela cruzar com Step (Stefano) e Pollo.
Babi tenta resistir a paixão que começa a nascer por Step. Step é o bad boy
gostoso e gato e tesudo e maravilhosamente lindo, literalmente: se envolve em
brigas, corridas de motos perigosas, inconsequente e perdeu a noção do certo e
errado. Não existe um casal mais improvável do que Step e Babi.
Durante
toda a leitura ficamos numa dicotomia em relação a Step: é uma relação de amor
e ódio – literalmente – é impossível não se apaixonar por Step, e entender seus
muitos motivos de rebeldia, mas é impossível não perceber o quando ele quebra o
nosso paradigma de certo e errado e o quanto ele pode ser inconsequente e
irresponsável.
"_Por quê? Não se
divertiu?
_Muito! Eu dou uma de
cinturada todos os dias. Sempre sou perseguida pela polícia, pulo de motos em
movimento bem no meio do nada, fujo de cães raivosos e, como toque final,
mergulho no estrume, fico um tempinho aproveitando o banho de beleza e depois
volto para casa de calcinha e sutiã." (p.174)
Um dos
pontos altos desse romance é que Moccia soube criar muito bem seus personagens
Babi é irritante, mas é exatamente o que se espera de uma menina que sempre
teve tudo na vida e que quer se rebelar, suas atitudes são especialmente
peculiares a de qualquer adolescente frente a seu primeiro amor. Step, sem
palavras para descrever que esse personagem é construindo através de todo um
processo psicológico que o tornou como ele é e mesmo assim parece não perder a
essência.
É terrível
esse sentimento de impotência porque eu ficava desejando que o amor de Babi e
Step se concretizasse e ficava dizendo “Cai fora Babi, esse cara é a maior
roubada”, eu fiquei torcendo para que Step mudasse, mas ao contrário dos livros
clichês em que duas pessoas se apaixonam e mudam da água para o vinho por causa
desse amor, isso não acontece. No plano real isso não acontece, é muito difícil
alguém mudar outra pessoa, principalmente quando a pessoa não está aberta a
mudanças, por isso o dilema e drama de Babi também foram os meus: continuar apaixonada
por Step ou deixá-lo?
“Desiludida, sozinha, da
mesma forma como sozinha se iludiu. Fica com um copo vazio entre as mãos e com
algo mais difícil de preencher por dentro. Ela, um mero adubo daquela planta
que, aos poucos, floresce sobre um túmulo de um amor que murchou. Aquela planta
rara à qual damos o nome de felicidade." (p.221)
Não
duvidei por nenhum segundo que Step se apaixonou perdidamente por Babi, não
duvidei do amor de Babi por Step, mas desde o começo do livro vi a
incompatibilidade e sofri até a última página que foi uma surpresa porque um
leitor não perde as esperanças até chegar a última página e por isso agora eu
preciso da continuação Sou Louco Por
Você.
Sinceramente,
eu não faço a menor ideia de como vocês podem conseguir esse livro, mas de uma
coisa eu sei: precisam ler. No começo ele pode não ser o que você espera porque
Moccia escreve de uma forma intensa e cheia de fragmentos e entrelinhas, mas ao
se adaptar com a escrita a leitura se torna viciante, a não ser que você faça
como eu: leia página a página e fique poupando para não ver o livro acabar e
ficar órfã. Só sei que saí lendo as páginas e deixando partes do meu coração
nesse livro junto com algumas lágrimas que se precipitaram de meus olhos
Ai meu
Deus eu preciso mais e mais e mais do Step... meninos maus e irresponsáveis não
são boas opções, mas são tão sexys e sedutores que me vejo a suspirar... tô
aqui tentando imaginar a gostosura de ver Stefano na minha frente, acho que até infartava.
"E, lá em cima,
inalcançável, onde só os amantes podem chegar, está escrito: "Eu e você...
três metros acima do céu."" (p.329)
Sabe, não entendo porque tudo o que é lindo tem
que trazer um pouquinho de tristeza junto. Esse livro é simplesmente perfeito:
doce, lírico, trágico e é no fim a gente explode de felicidade e de tristeza. Como
pode alguém chegar a três metros acima do céu e, de repente, cair e perder aquilo
que te mantêm de pé? Sério, estou sofrendo, chorando e sinto que queria poder
ajudar, mas nem todos os personagens de livros podem ser ajudados, né, Step?