Saudações Leitores!
Poder* é o terceiro livro da Saga Encantadas que acompanho desde o ano passado e tinha muita vontade de ler. Gosto da Saga, mas confesso que ela não é a melhor Saga do mundo, digo mais: acho até que ela facilmente encanta os leitores pela capa, porque são realmente belas, mas se o leitor não tiver os pés firmes no chão pode se decepcionar com as histórias. Após ler Veneno e Feitiço, é claro que eu gostaria de dar continuidade a saga e ler Poder, mas este livro me surpreendeu muito por não ser o que eu esperava. Saiba mais lendo a resenha:
Poder, Sarah Pinborough, São Paulo: Única Editora, 2014, 224 pág.
Traduzido por Edmundo Barreiros
Beauty (2013) no Brasil: Poder é o terceiro
livro da Saga Encantadas escrita pela inglesa Sarah Pinborough, a autora
é romancista e roteirista de sucesso, a referida saga é composta pelos Veneno
e Feitiço
antecessores de Poder.
Esse livro trata-se de uma
releitura dos contos de fadas e o que, aparentemente, começa com o conto da Bela
Adormecida delineia-se paulatinamente para o conto de a Bela e a Fera. Ainda no
livro somos apresentados a história de Chapeuzinho Vermelho e o Lobo ‘mau’, no entanto, como Sarah Pinborough sempre faz, ela desmistificou essa história
também e a Chapeuzinho Vermelho chama-se Petra e o Lobo mau não é mau, ele é
bom e é um Lobisomem chamado Toby. Também temos o caçador, a vovozinha,
Rapunzel, Rumpelstiltskin e não poderia faltar de maneira alguma um Príncipe.
O fato é que os pais do
Príncipe por o verem tão irresponsável acabam incentivando-o para que saia em
uma aventura e contratam um caçador para acompanhá-lo ao Monte Ermo aonde dizem
que há cem anos um reino sofreu uma maldição. O Príncipe parte nessa empreitada
e acaba encontrando Bela que está adormecida e a desperta com um beijo. Entretanto, Bela não
é uma princesa comum, nos dias escuros elas transforma-se numa fera, Bela sofre
de uma maldição que a impulsiona para ser o pior.
Em Poder ficamos frente a frente com a descaracterização dos
contos de fadas como uma coisa meiga, nos livros de Sarah ela apresenta
princesas eróticas e malignas, são releituras sensuais e sombrias dos contos de
fadas, contos nada inocentes e puros.
Embora nos livros
antecessores de Poder eu tenha percebido uma forte referencia a série Once Upon a Time (que de certa forma inspirou a autora), neste livro essa
referencia é bem mais forte em especial por ter trazido um personagem da série
que não está presente nem nos livros anteriores e nem nos contos de fadas: Rumpelstiltskin,
e além do nome ele tem características bem similares àquelas encontradas na
série: as negociações e trocas de favores.
Once Upon a Time é uma série que deu certo, e que tudo vem interligado de forma magistral
e percebi que a autora de Poder tentou interligar os romances, mas este
último é o que menos tem a ver com os outros dois - pelo menos do meu ponto de vista. Mesmo sendo histórias
separadas, ou seja, os livros poderem ser lidos separadamente já que são independentes,
em Feitiço temos o encontro de alguns personagens que já tinham
aparecido em Veneno, mas agora em Poder simplesmente não consegui
ver nada que o ligasse aos outros livro da Saga
Encantadas.
Dos três livros, para mim,
este apesar de ser o melhor escrito – porque percebi uma diferença muito grande
entre esse e os outros dois livros, quase como se fosse um amadurecimento da
escritora –, ter mais suspense e ser um romance mais sombrio foi o mais parado
e menos envolvente, contudo eu já esperava algo do tipo por já conhecer a
escritora e a Saga.
Acerca do final de Poder,
este livro deixou uma cratera enorme para uma possível continuação, até porque
quando lidamos com contos de fadas – mesmo que releituras – não há como fechar
uma história já que não se pode colocar e nem colaria mais o jargão ‘felizes
para sempre’. De qualquer maneira, havendo ou não uma continuação o
interessante dessa saga é que os livros podem ser lidos separadamente e na
ordem que bem entender que não influenciará em nada, pois são histórias
independentes, por esta característica, se houver alguma continuação fica a
critério do leitor escolher se quer ler ou não.
Vale a pena frisar um ponto
fantástico em Poder, no final do livro temos uma entrevista com a autora
onde ela conta como surgiu a ideia de escrever a Saga Encantadas, a fonte
de inspiração e o processo criativo, a entrevista é verdadeiramente fabulosa e
esclarecedora. Para finalizar, só tenho a dizer uma coisa: se você curte
releituras de contos de fadas esta Saga é uma boa indicação, mas é sempre bom
ter os pés no chão e não ir com muita sede ao pote, apesar da Saga ser boa ela
não chega a ser fantástica e viciante.
Camila Márcia
*Este livro foi cortesia da Única Editora