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Resenha: Melancia - Marian Keyes

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Saudações Leitores!
Em dezembro faria um ano que ganhei um box com três livros da Marian Keyes e Melancia* era um dos livros que compunham esse box. Não entendo porque demorei tanto para lê-lo já que sempre tive vontade, afinal os livros de Marian Keyes são referência de chick lit. Na resenha, abaixo, vocês ficam a par do que achei da leitura, que apesar de não ser um lançamento, certamente muita gente ainda não leu e quem leu pode opinar nos comentários, vou ficar muito feliz em ler e responder a todos.


Melancia, Marian Keyes, Rio de Janeiro: BestBolso, 2012, 22ª edição, 490 pág. 
Traduzido por Sônia Coutinho

Watermelon (1996) publicado no Brasil com o título de Melancia foi escrito pela irlandesa Marian Keyes, autora best-seller e referência mundial quando o assunto é Chick lit. São também de Marian Keyes os títulos: Férias (1997), Sushi (2000) e outros já publicados no Brasil.
O que falar de Melancia? É, sem dúvida, um livro divertido cuja personagem e narradora, chamada Claire, é completamente doida [característica principal das personagens de chick lit] e está passando pela maior situação vexatória de sua vida: ela acaba de dar a luz a sua pequena bebê Kate e no dia seguinte seu amado e perfeito marido diz que tem uma amante e que a deixará para viver com a outra.
Claire fica destroçada e sua única solução é deixar seu apartamento – onde vivia com James (seu marido traidor) – e ir para Dublin morar com os pais [Uma pequena observação: esse é o segundo chick lit que leio que o cara safado que trai a mocinha doida se chama James, então se isso é premonição ou coincidência, não sei. Só sei disso: vou ficar longe de caras chamados James].
Na casa dos pais, que são tudo menos normais – na verdade a família Walsh é a família mais doida que se pode imaginar – Claire cai num torpor terrível e descuida-se completamente, além de todos terem que conviver com seu constante mau-humor e suas crises de lágrimas, chantagens e alcoolismo, as únicas coisas que ela consegue fazer é beber e cuidar negligentemente de sua recém-nascida Kate.

"Todos os sentimentos são relativos, decidira eu. Estava errada em me sentir gorda. Não estava gorda demais. Não havia nada de errado comigo. O resto do mundo é que era pequeno demais. Eu não precisava mudar. O que precisava mudar era o mundo ao meu redor. Simplesmente tornar tudo em torno de 15% maior do que era agora roupas, móveis, pessoas, prédios, países e,de repente, eu estaria novamente do tamanho certo!
Digamos, 20%. Assim, poderia sentir-me verdadeiramente frágil." (p.62)
Em Melancia é claro que não poderia faltar aquelas doses de clichês: Claire conhece Adam – que apesar de ser  mais novo é aparentemente muito maduro – nutre uma paixonite por ele e acaba por sair da fossa, nesse ínterim, claro, James ressurge das cinzas com um papo furado e com a atitude mais repulsiva que um homem pode ter. Claire se vê entre a cruz e a espada e, de acordo com a situação que ela viveu é completamente aceitável. Todo mundo tem surtos de loucura, de coragem, infantilidade e medo. Normal. Normal, aqui, não tem um sentido muito amplo, estou me referindo a uma atitude normal para a família Walsh, o que é completamente anormal para todo o resto da população.

"Às vezes você conhece uma pessoa maravilhosa, mas apenas por um rápido instante. Talvez em férias, num trem ou até numa fila de ônibus. E essa pessoa toca sua vida por um instante mas de uma maneira especial. E, em vez de lamentar o fato dela não poder ficar com você por mais tempo ou por você não ter a oportunidade de conhecê-la melhor, não é mais sensato ficar satisfeito por ter chegado a conhecê-la um dia?" (p.458)
Apesar de Melancia ter uma linguagem divertida e fluída, ter partes engraçadas e corriqueiras de uma forma inusitadas, não me vi tentando conter nem risos e nem lágrimas porque nenhum dos dois vieram, na verdade, demorei mais tempo do que eu supunha que demoraria ao ler este livro. A culpa em momento nenhum foi da história, pois se trata de algo que pode ser real e, para mim, algumas cenas podem levar o leitor a auto identificação, além do mais, acredito que Marian Keyes foi um pouco autobiográfica neste livro. Quem ler ou já leu entenderá ou entende o motivo de minha afirmação.
O fato que mais me incomodou foi os constantes devaneios e lamúrias de Claire, que se tornavam demasiadamente repetitivos – sei que isso é bem real, sempre que estamos passando por uma situação ficamos repetindo ela constantemente, mas é meio cansativo para quem escuta – no caso lê –, não é? Nisso temos que concordar. Ou seja, eram páginas e mais páginas de lamentações e narrações/descrições/repetições desnecessárias e nenhum desenvolvimento do enredo. Tão cansativo que tive vontade de pular várias páginas – o que não fiz, em consideração a autora que é muito aclamada, então, senti-me na obrigação de ler todas as páginas.
Uma coisa que gostei demais é que os personagens são muito divertidos, inclusive os que ficam em segundo plano, achei a família Walsh e suas loucuras tão divertidas que me encantei. Os pais de Claire são completamente insanos e tão liberais. As irmãs dela – quatro – são muito doidas, as que fizeram parte desse livro: Anna e Helen tem suas peculiaridades tão bizarras que é impossível não ficarmos curiosas e desejar que elas fossem mais ativas em Melancia.

"Quando a felicidade faz uma aparição como convidada especial na vida da pessoa, é importante aproveitá-la ao máximo. Pode não ficar por perto muito tempo e, quando for embora, não será terrível pensar que todo o período no qual se poderia ser feliz foi desperdiçado com preocupações sobre quando isso aconteceria?" (p.485)
De fato a família Walsh fez tanto sucesso com o público que para cada uma das irmãs há um livro – inclusive para aquelas que não aparecem no primeiro livro: Margaret (Maggie) e Rachel.
Enquanto Melancia conta a história de Claire; Férias conta a história de Rachel; Los Angeles a de Maggie; Tem alguém aí? conta a de Anna e Chá de Sumiço conta a história de Helen. A Bertrand Brasil anunciou que no Natal deste ano (2014) lançará o livro Mamãe Walsh, que conta a história da mãe dessas meninas tão loucas.
Daí você pode me perguntar se indico o livro? Não tenho motivos para não indicá-lo, tem alguns pontos negativos e que me incomodaram, sim, mas não tive vontade de abandonar a leitura e pelo contrário, estou com muita vontade de conhecer os outros livros da Marian Keyes, sobretudo os que contam as histórias das outras integrantes da família.


*Poly, minha flor, muito obrigada pelo presente e me desculpa a demora em lê-lo, mas é uma fofura. Amei o mimo e sua atenciosidade. Obrigada por ter me apresentado Marian Keyes!

10 comentários :

  1. Oi, Mila! Li esse livro há algum tempo, então não lembro de detalhes. Mas tinha a maior expectativa em relação a ele, por sempre ouvir coisas boas a respeito da autora. E terminei com a mesma sensação que você, achando o livro chato em vários momentos...

    Beijos, Entre Aspas

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    1. Olá Carla,

      Pois eh, claro que tem partes muito boas, mas no geral é tão parado que é cansativo. Só ao mesmo tempo você fica muito curiosa para saber mais sobre essa família de doidos.

      xoxo
      Mila F.

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  2. Oi Mila,

    No auge desse livro, na época em que todo mundo colocou esse livro num pedestal eu fiquei com um pé atrás.... Eu sempre fico com um pé atrás com livro muito falados, muitas vezes é infundado essa minha atitude, mas é bom não criar expectativas tão altas... Acho que deve ter sido por isso que eu realmente gostei de Melancia... logo ele não é um chick-lit de ação, mas é mais uma história psicológica, nos vemos diante dos devaneios e pensamentos Claire o que é verdadeiramente muito engraçado e triste porque está claro que ela está passando por uma depressão pós-parto e uma vida conturbada... a autoestima dela despencou a níveis baixíssimos e tudo o que acompanhamos é a tentativa de se colocar nos eixos. Achei genial isso.

    Abraços da Ju.

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    1. Ju,

      Acho que meu problema foi não refrear minhas expectativas, todo mundo falou tão bem que meio que esperava mais... Mas vendo pelo lado psicológico que você salientou faz bem mais sentido. E não é que eu não tenha gostado do livro, eu gostei, mas pensava que seria diferente. Tô morrendo de vontade de ler os demais livro da Marian Keyes.

      xoxo
      Mila F.

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  3. Gosto de Chick-lit e eu gostei de Melancia, acho que o fato de conseguir entender o que a Claire sentiu me fez apreciar a leitura.... tem que entrar na cabeça da personagem é um livro que é 95% psicológico.

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    1. Obrigada, Adélia, amei o comentário...
      Outro dia estive conversando com outras pessoas que leram Melancia e consegui ver várias coisa que durante minha leitura passou despercebido e essas conversas são ótimas para acrescentaremos informações... simplesmente consigo entender Claire, mas algumas de suas atitudes são meio insanas, mas é divertido e após discutir com minhas amigas, consigo ver o livro com outros olhos, mas ainda acho que muitas coisas poderiam ter sido diferentes e menos exageradas....

      xoxo
      Mila F.

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  4. Oie,
    Eu sempre tive a maior vontade de ler este livro. E olha, a minha decepção foi enorme. Achei o livro chato e a personagem principal mais chata ainda.
    Gostei da sua resenha, vc escreve bem.
    Bjs

    www.como1onda.blogspot.com.br

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    1. Olá Angela,

      então minha curiosidade foi despertada porque muita gente falava bem desse livro, acho que acabei gerando muitas expectativas que não foram supridas. Andei me decepcionando também.

      xoxo
      MIla F.

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  5. Sua resenha é maravilhosa e muito divertida. Estava com dúvida se ia gostar do livro dessa autora.mas,vou tentar se não gostar realmente posso matar minhas frustrações com um bom brigadeiro😅😉.

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    1. O livro tem suas partes engraçadas e essa família é muito atrapalhada... até tenho que ler os demais livros.

      Obrigada por ter vindo aqui e comentado. Seja sempre bem-vinda.

      xoxo
      Mila F.

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Muito obrigada pelo Comentário!!!!

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