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Resenha: Filha da Profecia - Trilogia Sevenwaters (Livro 3) - Juliet Marillier

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Filha da Profecia - Trilogia Sevenwaters (Livro 3), Juliet Marillier, 
São Paulo: Butterfly Editora, 2014, 640 pág.
Tradução: Yma Vick
COMPRAR: Amazon

Saudações Leitores!
Child of the Prophecy (2001) no Brasil intitulado por Filha da Profecia, é o terceiro livro da Trilogia Sevenwaters escrita pela neozelandesa Juliet Marillier antecedidos pelos livros Filha da Floresta e Filho das Sombras, no entanto, apesar de ser conhecida por ser uma trilogia, acabou se tornando uma série, pois conta ainda com outros livros um deles já publicado no Brasil: Herdeiro de Sevenwaters (Heir to Sevenwaters), já os outros dois: A Vidente de Sevenwaters (Seer of Sevenwaters) e A Chama de Sevenwaters (Flame of Sevenwaters) ainda não foram publicados em nosso país. Lembrando que por ser o terceiro livro da série, aqui se encontram spoillers dos livros anteriores.

Para quem acompanha o De Livro em Livro, deve ter conferido o quanto eu me apaixonei por essa série desde a primeira página de Filha da Floresta e esse amor só vem crescendo após Filho das Sombras e agora com Filha da Profecia, pois novamente, Marillier me prende com sua narrativa envolvente e digna de um conto de fadas, além disso é um enredo muito bem construído, é um daqueles livros que dá gosto de ler, pois estamos diante de algo bem escrito, com um enredo envolvente, com uma vasta pesquisa bibliográfica, com uma gama de informações culturais enormes sobre a  cultura e religião celta.

"Mas o que aprendi mais rápido foi que a grande magia não se encontra em livros ou em pergaminhos a serem decifrados. Os feitiços mais poderosos não são feitos com um gesto das mãos, com misturas de poções e ervas ou recitando palavras em idiomas antigos. [...] A maior magia é a da mente; aquela que não se encontra registrada em lugar algum, nem em escritos, em troncos de arvores ou em paredes de cavernas."
Em Filha da Profecia vamos acompanhar a heroína Fainne, que criada por seu pai Ciarán, na distante Kerry, longe da Floresta, de Sevenwaters, não sabe muito sobre os Seres do Outro muito e tão pouco sobre Os Seres da Floresta, apenas o que o pai lhe diz vagamente, mas foi criada com os paradigmas dos druidas, já que Ciará era um druida. Praticamente isolada e no silêncio, vivendo uma vida pacata e aprendendo a utilizar seus poderes mágicos, chega em sua adolescência e sua avó, a terrível Lady Oonagh aparece para fazer com que a neta se vingue de Sevenwaters e dos Seres da Floresta por terem-na banido.
Você vai terminar o que eu comecei. Vai conquistar tudo que nosso povo perdeu. Vai mostrar aos Seres da Floresta que os amaldiçoados têm força e que não vão mais se curvar aos desejos deles. Vai mudar nosso destino. Eles serão vencidos , o povo de Sevenwaters e o povo do Outro Mundo. Essa é a sua tarefa."
Em outra palavras, Lady Oonagh chantageia Fainne - que em sua ignorância quase total sobre sua história materna se deixa levar pela crueldade de sua avó paterna - para que se infiltre em Sevenwaters e tente atrapalhar seu Tio Sean e os aliados dele na grade batalha na tentativa de retomarem as ilhas dominadas pelos bretões. 

Segundo a profecia há muito tempo essa batalha vinha sendo prevista e que esta é a oportunidade única para se vencê-la e continuar protegendo a magia e o poder dos Seres da Floresta, pois há gerações que os governantes de Sevenwaters vem lutando por isso.
"Naquela noite, enquanto voava pelos dois acampamentos, percebi que bretões irlandeses tinham as mesmas feridas, o mesmo sangue, e que sofriam da mesma maneira. No dia havia me mostrado que escolhas impossíveis e batalhas como aquela despertavam o que havia de mais corajoso e humano nas pessoas. Aqueles homens deixavam que sua coragem os guiasse. Em momentos de conflito, o homem mais simples pode se tornar um herói. Mas em cada batalha há algum o perdendo, e o perdedor também pode ser um homem forte e corajoso, de bom coração. As histórias não falam do sangue do sacrifício nem da dor e das perdas."
Filha da Profecia é o livro que junta todos os fios de algo que começou a se delinear no primeiro volume e vai desembocar nessa conclusão que veremos, além disso é aqui que todas as histórias das várias gerações de Sevenwaters se encontram e são esclarecidos os papeis que cada geração teve para a efetiva batalha.

No entanto, ao começarmos a ler este terceiro volume percebemos logo de início que o livro tem um rítmo diferente dos outros e foca muito mais nos conflitos internos e na luta entre o bem e o mal de Fainne, tornando-a a personagem mais indecisa de todos os livros da série até o momento, pois nos antecessores somos apresentados a Sorcha e Liadan, personagens guiadas pelo amor, devoção e coração, mas Fainne encontra-se perdida e tentando que se descobrir totalmente, pois pouco ela conhece sobre sua própria história, já que seu pai não lhe contava tanto assim sobre sua origem, talvez por isso ela se deixou influenciar tanto pela Lady Oonagh e assim toda a trajetória da grande batalha vai acabar caindo nas mãos de Fainne que terá um papel decisivo: segue seu coração ou a chantagem de sua avó?
"Não se pode comandar a vida e os sentimentos das pessoas só para satisfazer suas vontades."
Sou suspeita para falar dessa série tão querida minha, mas mesmo reconhecendo a qualidade exorbitante do livro, também percebi que o ritmo diferente é uma quebra que pode incomodar para quem se viu no meio das grandes ações dos dois primeiros volumes, além disso esse título do livro - Filha da Profecia - foi um verdadeiro spoiller de cara e tão desnecessário, pois poderiam ter guardado essa informação e ter deixado uma atmosfera de mistério e revelação mais no final do livro. Ao meu ver, teria sido muito mais surpreendente do que "rebolar" logo de cara essa informação, pois obviamente, para quem leu os primeiros livros ficava claro que o filho da profecia era o primo de Fainne e não... enfim. Vamos relevar esse deslize que ao meu ver foi de tradução do título.

"Profecias são mais ou menos como o dom da visão. Mostram coisas distorcidas ou modificadas. É preciso saber interpretar os detalhes. [...] Detalhes fazem toda a diferença quando se trata de decifrar um mistério."

Sobre a questão do romance, sempre tão presente e com bastante força nos dois primeiros livros, este terceiro deixou um pouco a desejar: foi delineado logo no começo das primeiras páginas e de uma forma ingênua, doce e infantil que o tornou fofo, mas não marcou presença e algumas partes em que o casal se encontrava e conversava tudo parecia muito generalizado, frio, calculista e maçante. Não tinha sensualidade e química. Fiquei triste com isso, mas... enfim.

Não tenho dúvidas sobre o quanto gostei desse livro, embora o meu favorito ainda seja o primeiro volume, tenho muita curiosidade em continuar lendo a série, pois seu seu potencial e gente eu me apeguei a Sevenwaters com tanta força que não tenho coragem de largar, apesar de que Filha da Profecia  teve um excelente desfecho e o leitor, pode sim, optar em parar as leituras por aqui, mas obviamente, quem leu até aqui é porque gostou e não vai deixar de querer continuar... 

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