Lá em 2019 eu li Moxie, da Jennifer Mathieu (estava numa vibe bem feminista), e lembro que adorei o frescor da narrativa, mas confesso que, com o passar dos anos, os detalhes da história foram se perdendo na minha memória. Eis que, em 2021, a Netflix lançou Moxie: Quando as Garotas Vão à Luta, adaptação desse livro, e agora estava de bobeira zapeando pela plataforma e decidi assistir para ver se reacendia minhas lembranças. Resultado? Gostei bastante! A adaptação conseguiu captar o espírito feminista e rebelde da obra, e ainda trouxe um clima contemporâneo e acessível que me ganhou. Bora comentar?
Ano: 2021Direção: Amy Poehler
Duração: 111 min
Classificação: +14
Gênero: Comédia. Drama. Adolescente. Feminista.
País de Origem: EUA
Avaliação: ⭐⭐⭐⭐
Sinopse: Vivian, uma adolescente aparentemente comum, decide se inspirar no passado feminista da mãe e criar um zine anônimo chamado Moxie, denunciando o machismo, os privilégios e as injustiças dentro de sua escola. O que começa como um desabafo se transforma em um movimento coletivo que dá voz a outras garotas cansadas de se calarem diante do sexismo.
Enredo: revolução no ensino médio
O livro da Jennifer Mathieu já era direto, empoderador e necessário. Acompanhar Vivian percebendo as estruturas machistas da escola e, aos poucos, criando coragem para enfrentá-las era muito inspirador.
O filme conseguiu manter essa mesma essência, mas com uma maior visibilidade, afinal falamos de um filme! A narrativa está cheia de energia, diálogos modernos, referências culturais recentes e um humor sutil que torna a mensagem ainda mais acessível. Se o livro tinha o impacto do papel sendo rabiscado em forma de zine, o filme dá vida a esse rabisco com música, cores e uma coletividade que vibra em cena.
Atuações: carisma e representatividade
Hadley Robinson (Vivian) entrega uma protagonista que cresce diante de nossos olhos, do conformismo tímido à voz firme de quem não aceita mais calar. Mas o brilho do filme é o elenco coletivo: as amigas, os colegas que se unem, os pequenos gestos que mostram que o feminismo não é uma jornada solitária.
E claro, Amy Poehler (no papel de mãe da Vivian) dá aquele toque de leveza e cumplicidade que aquece o coração.
Temas: feminismo, sororidade e juventude
Assim como no livro, o filme trata de sexismo estrutural, privilégio masculino, assédio escolar, mas também fala sobre amizade, apoio feminino e coragem de enfrentar o status quo. A diferença é que o longa dá bem mais visibilidade na forma de expor esses temas, menos explicativo, mais visual, mais coletivo.
No livro, tudo parecia mais íntimo, como um diário. No filme, é como estar em um protesto real, com cartazes, vozes e música gritando junto com você.
No entanto, vamos falar do ponto realista, a gente percebe as adolescentes fazendo uma revolução de forma acalorada e rebelde, do tipo 8 e 80, e a gente sabe que a vida real, os filtros não permite esses extremos, o sexismo existe e lutar para transformar essa estrutura é válido, mas às vezes as lutas e vitórias se encontram no equilíbrio, no diálogo, e as atitudes de Viv nem sempre são dialógicas, às vezes ela parte para a depredação da escola e isso é bem adolescente, mas não deixa de ser errado, entende?Lutar por algo não nos dá o direito de atropelar tudo e todos, destruir, vandalizar, etc. É preciso buscar alternativas, certo? Nesse ponto extremista do feminismo o filme peca, porque pode estar passando a mensagem errada para nossas jovens revolucionárias pelo mundo a fora...
Livro vs Filme: quem levanta o punho mais alto?
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No livro: a narrativa é mais silenciosa, mas profundamente reflexiva. É como folhear um diário que, pouco a pouco, se transforma em um manifesto.
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No filme: a mensagem é clara, direta, e vem em forma de movimento. É como se a chama do livro virasse um incêndio coletivo na tela.
Ambos funcionam bem nos seus formatos, mas o filme ganhou pontos comigo pela energia e pelo jeito divertido de transmitir algo tão sério, com as ressalvas que elenquei, ok?
Resumo da treta:
O livro é um sussurro de inconformismo que vai crescendo até virar grito. O filme já chega com cartaz na mão e megafone ligado. Os dois têm força, mas em intensidades diferentes e se complementam.
Conclusão:
Gostei muito da adaptação! Mesmo sem lembrar de todos os detalhes do livro, consegui sentir que o filme manteve a alma da história e ainda a deixou mais vibrante. Para quem leu Moxie, vale revisitar essa revolução em versão audiovisual. Para quem não leu, é a chance de se apaixonar pelo movimento e, quem sabe, depois correr atrás das páginas originais.
Espero que tenham gostado desse veredito, obrigada por terem lido e até a próxima postagem!
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