Saudações Leitores!
Sabe aquele livro de um dia? Uma Garrafa no Mar de Gaza* é uma história breve que dá para ler em poucas horas, mas em momento algum é uma história vazia, pelo contrario ela é cheia de sentimentos que afloram para a pele do leitor e o fazem sentir o que está escrito em cada uma das páginas, o fazem sentir cada palavra. É um livro triste, mas ao mesmo tempo tão delicado que jamais conseguiria escrever o que senti ao lê-lo, sei e já confesso que minha resenha é bem inferior ao que senti, mas foi o melhor que pude escrever. Confiram.
Uma Garrafa no Mar de Gaza, Valérie Zenatti, São Paulo: Seguinte,
2012, 128 pág.
Tradução de Julia da
Rosa Simões
Une bouteille dans la mer de Gaza foi
lançado no ano de 2005, pela escritora francesa Valérie Zenatti, que é mais
conhecida por seus livros destinados ao público infantil, no entanto, com Uma Garrafa no Mar de Gaza ela
conquistou um publico bem mais amplo e seu livro foi publicado em 15 idiomas e
ainda foi adaptado cinematograficamente (no Brasil o filme tem o mesmo título
do livro).
Como falar
de Uma Garrafa no Mar de Gaza sem me
emocionar? A história se passa num contexto histórico real dos conflitos entre
Jerusalém, Palestina e Israel (Faixa de Gaza). Além desse fato devastador, a
história é contada a partir da perspectiva de dois adolescentes que
constantemente se veem sob os bombardeios, a iminência da morte, perigos,
tirania, preconceitos e injustiças.
"Nos últimos três anos, tivemos um número incalculável de atentados em Jerusalém. Às vezes todos os dias, e mesmo duas vezes por dia. Não conseguíamos mais seguir os enterros pela tevê e chorar com as famílias, eram muitos." (p.16)
Um dos
pontos interessantes dessa história é que ela é contada através de cartas e
e-mails, o que dá um dinamismo e facilita a leitura. No principio, Tal Lavine
(Jerusalém) decide enviar através de seu irmão Eytan uma carta numa garrafa
para que ele a jogue no mar de Gaza, afim de que quem a encontrasse pudesse se
comunicar com ela través de um e-mail e desabafar a trágica situação em que
viviam: medo, conflito, guerra, bombardeio, estar face-a-face com a morte.
Gazaman
(apelido) encontra a garrafa e decide de forma irônica se comunicar com Tal,
através dos e-mails, vamos descortinando cada um dos personagens, seus amigos,
familiares, sua vida e percebemos o quanto são jovens e cheios de sonhos, que
almejam paz e liberdade, que não entendem os motivos de haver guerra se parece
que todos desejam paz, posteriormente descobrimos que Gazaman se chama Naim um
rapaz que reside na Faixa de Gaza e que tem sonhos, mas vive tão
desesperançado.
"Algumas pessoas veem o mal em toda parte, você vê esperança em toda parte: na tevê, numa garrafa, até numa lixeira, talvez. Alguém aponta para o céu escuro e você diz: "Oh, como é bonito, esse céu cor-de-rosa!". Alguém aponta para um campo de espinhos, você começa a procurar uma flor. "Oh! Veja, uma florzinha! Um sinal de esperança!" Tenho certeza de que até um filme japonês legendado em coreano você seria capaz de reconhecer a palavra "esperança"." (p.50)
Uma Garrafa no Mar de Gaza parece ser
um livro simples, mas em sua essência os e-mails trocados nos fazem refletir o
terror vivenciado pela população e o quanto se sentem de mãos atadas para
viverem seus sonhos, porque a qualquer momento uma bomba pode lhe acertar em
cheio. É tão intenso esse sentimento de estar na eminência da morte que quando Naim
ou Tal deixam de escrever um para o outro ambos pensam o pior e nós, leitores,
ficamos com o coração na boca por não saber como será o próximo e-mail ou mesmo
se haverá resposta.
"Você não sabe como faz bem chorar, soluçar, depois que as lágrimas ficaram trancadas pesando no rosto, num nó que me impedia de falar, que me impedia de manter os olhos abertos, que me impedia de fechá-los, que me torturava." (p.79)
O final de
Uma Garrafa no Mar de Gaza é em uma
palavra: inquietante. Confesso que fiquei em choque porque não podia definir
meus sentimentos sobre o que aconteceu e eu fiquei tentando ligar os fatos, os
e-mails trocados com a revelação e ao mesmo tempo com o ‘não dito’. Foi intenso
demais esse final e me deixou com gosto de quero mais: passei dias querendo ter
com quem desabafar, esse livro levou um pedaço do meu coração em suas páginas.
Lindo!
* Esse livro foi cortesia da Editora Seguinte, para saber mais sobre ele clique AQUI.
Aiiii eu quero ler esse livro!!! *-*
ResponderExcluirOlá querida,
ExcluirPrimeiramente obrigada por ter visitado e comentado no DLL, é um prazer tê-la aqui.
Você gostou da resenha? Então, certamente irá amar o livro, espero que você consiga lê-lo em breve.
xoxo
Mila F.
Pode me explicar o final. Por favor?
ResponderExcluirÉ um final um tanto subjetivo e dá para imaginar várias coisas, além de que dá até uma certa margem para uma continuação, sabe?
Excluirxoxo
Mila F.