Com Armas Sonolentas: um romance de formação, Carola Saavedra, São Paulo: Companhia das Letras, 2018, 272 pág
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Saudações Leitores!
Com Armas Sonolentas: um romance de formação é o mais novo lançamento da escritora chilena radicada no Brasil: Carola Saavedra, dela já li e resenhei Paisagem com Dromedário. Carola também escreveu Toda Terça (2007), Flores Azuis (2008) e O Inventário das Coisas Ausentes (2014), livros que tenho muita vontade de ler também.
Em Com Armas Sonolentas vamos acompanhar a história de três mulheres (Anna, Maike e uma mulher que não sabemos o nome) que aparentemente são independentes, mas quanto mais o leitor vai lendo, mas vai percebendo as conexões entre estas personagens, aliás mesmo o leitor sacando a conexão entre as três, há sempre um mistério que nos deixa presos a narrativa para tentarmos descobrir e descortinar o que está sendo contato.
Maike é uma jovem alemã que desde criança não se sente parte de sua família, não se encontra pessoalmente e se deixa levar sempre pelas ideias e comandos dos pais, seu desconhecimento sobre si mesmo é tão grande que nem mesmo sabia qual sua real sexualidade. Ela sente que tem que se buscar.
O livro é realmente impressionante e, é interessante se levarmos em conta a atual temática sobre o feminino, além disso, realmente cumpre o objetivo que é mostrar as situações e pensamentos das mulheres durante seu amadurecimento, suas experiências, medos, anseios, além de mostrar relações intrínsecas da maternidade e o sentimento de preenchimento ou não que ela causa. Fala sobre cotidiano, sobre escolhas, sobre violência doméstica, sobre assédio sexual.
Enfim, não encontro palavras para expressar minha experiência de leitura, apenas quero deixar claro o fato de que devorei o volume e que estou encantada com o que encontrei em suas páginas, como Mulher, este livro tocou-me profundamente, pois muitas reflexões que surgiram durante a leitura me fizeram refletir muito sobre mim mesma e minha condição pessoal diante de nossa atual sociedade. Já prevejo que ficarei indicando Com Armas Sonolentas por muito tempo aos meus amigos, aos meus seguidores, etc.
Com Armas Sonolentas: um romance de formação é o mais novo lançamento da escritora chilena radicada no Brasil: Carola Saavedra, dela já li e resenhei Paisagem com Dromedário. Carola também escreveu Toda Terça (2007), Flores Azuis (2008) e O Inventário das Coisas Ausentes (2014), livros que tenho muita vontade de ler também.
Em Com Armas Sonolentas vamos acompanhar a história de três mulheres (Anna, Maike e uma mulher que não sabemos o nome) que aparentemente são independentes, mas quanto mais o leitor vai lendo, mas vai percebendo as conexões entre estas personagens, aliás mesmo o leitor sacando a conexão entre as três, há sempre um mistério que nos deixa presos a narrativa para tentarmos descobrir e descortinar o que está sendo contato.
"Sempre teve uma grande facilidade em ir embora, como se o passado, tão tênue, rapidamente se dissipasse. Não que algumas vezes isso não tenha lhe causado certa tristeza, mas, mesmo assim, era algo que a impulsionava, e uma alegria que vinha logo depois. Ir embora era como uma segunda chance."
"Para minha mãe a felicidade era esforço, repetição, e se nos esforçássemos em ser felizes, de tanto fingir, em algum momento nos pegaríamos sendo realmente felizes, assim, desavisados, por puro hábito."Anna é uma atriz, não muito conhecida, mas que tenta a todo custo esquecer sua origem, ser famosa e admirada, sua vontade de escrever uma nova história para si mesma é tão grande que sai do Brasil casada com um Alemão que não ama, apenas para poder fugir em busca de uma vida melhor e sem passado, mas tudo se torna um pesadelo quando se vê num país estranho, incapaz de se comunicar em alemão, abandonada por semanas dentro de casa quando o marido está viajando a trabalho. Sozinha ela começa a ver seu sonho se tornar pesadelo.
Maike é uma jovem alemã que desde criança não se sente parte de sua família, não se encontra pessoalmente e se deixa levar sempre pelas ideias e comandos dos pais, seu desconhecimento sobre si mesmo é tão grande que nem mesmo sabia qual sua real sexualidade. Ela sente que tem que se buscar.
"A verdade era que eu não tinha o menor interesse naquele mundo, eu apenas me deixava levar pela inércia, era tão fácil se deixar acariciar pelos meandros de um caminho já traçado..."A avó, uma mulher sem nome, tem uma história muito comum no Brasil: é entregue por sua mãe para uma família de condições para se tornar uma empregada, lá ela é abusada pelo filho do casal é subjugada e humilhada e na sua inocência e inexperiência se deixa levar pelas ordens dos patrões achando que eles sabem o que é melhor para ela. Desse modo, tem uma vida de sombras e solidão.
O livro é realmente impressionante e, é interessante se levarmos em conta a atual temática sobre o feminino, além disso, realmente cumpre o objetivo que é mostrar as situações e pensamentos das mulheres durante seu amadurecimento, suas experiências, medos, anseios, além de mostrar relações intrínsecas da maternidade e o sentimento de preenchimento ou não que ela causa. Fala sobre cotidiano, sobre escolhas, sobre violência doméstica, sobre assédio sexual.
"Eu peguei minhas coisas e fui embora, simples assim. Porque há esses momentos, depois das violências mais terríveis, quando olhamos em volta e percebemos, cheios de horror, que o mundo continua existindo."Ademais, também acompanhamos as três mulheres não apenas no processo de viver e amadurecer, deixar a infância e a adolescência de lado, acompanhamos a busca do autoconhecimento, a vontade de se sentirem parte de algo, de descobrirem sua própria história, país, família. Com Armas Sonolentas é uma história não só de maternidade, mas da luta feminina, para ter direito a liberdade, aos sonhos, às próprias escolhas e ao arrependimento.
"_Não. Eu não quero voltar a ser a pessoa que eu era, porque a pessoa que eu era não sou eu, e o que restou de mim eu desconheço, você entende?"Este volume nos apresenta ao conceito de que para sabermos quem realmente somos é necessário conhecermos de onde viemos, nossas origens, nossos laços familiares, pois sem eles nunca estaremos completos e sempre sentiremos um vazio inexplicável, como se faltasse uma peça do quebra-cabeça. Amadurecer, pode ser, sim, autoconhecer-se, descobrir e escrever a própria história.
Enfim, não encontro palavras para expressar minha experiência de leitura, apenas quero deixar claro o fato de que devorei o volume e que estou encantada com o que encontrei em suas páginas, como Mulher, este livro tocou-me profundamente, pois muitas reflexões que surgiram durante a leitura me fizeram refletir muito sobre mim mesma e minha condição pessoal diante de nossa atual sociedade. Já prevejo que ficarei indicando Com Armas Sonolentas por muito tempo aos meus amigos, aos meus seguidores, etc.
"Eu fiz tudo isso: gestei e pari e vesti e alimentei um pedaço de carne chamado também de "outro ser humano", e limpei suas secreções e excrementos e o coloquei num berço a salvo de intempéries e predadores, eu fiz tudo isso que minha mãe e minha avó e minha bisavó e minha tataravó e minha tataratataravó haviam feito, mas nem por isso tornei-me mãe."
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