Os Elefantes Não Esquecem, Agatha Christie, Rio de Janeiro: HarperCollins Brasil, 2016, 168 págs.
Tradução: Newton Goldman
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Os Elefantes Não Esquecem (Elephants Can Remember, 1972) é mais um dos famosos romances policiais da escritora inglesa Agatha Christie que leio para o #PJLendoAgathaChristie2020 que estou realizando no meu Canal do Youtube, portanto, já saiu resenha lá, caso queiram conferir CLIQUE AQUI.
A autora, como devem saber, escreveu mais de 80 livros e em vários deles traz personagens memoráveis como Miss. Marple e o detetive Hercule Poirot. Nesse volume específico, temos um caso de Poirot, porém temos uma peculiaridade: o detetive irá desvendar uma tragédia que aconteceu há 12 anos atrás.
Os pecados antigos deixam marcas profundas. Portanto, a causa da morte seria algum pecado, alguma sombra do passado? Não é fácil descobrir, pois, quando se investiga a vida de um sujeito, geralmente os pequenos detalhes são obtidos pelos amigos e pelos fichários.
Logo nas primeiras páginas de Os Elefantes Não Esquecem somos apresentados a Sra. Oliver, uma famosa escritora de romances policiais da Inglaterra que, ao ser convidada para um evento em sua homenagem, contrariando o costume (
O evento começa de maneira agradável e a Sra. Ariadne Olive está se divertindo até o momento em que uma mulher desconhecida, que se apresenta como Sra. Burton-Cox, faz um questionamento bastante indiscreto e deselegante a respeito de uma tragédia que aconteceu há 12 anos atrás com a família Ravenscroft, onde o casal, aparentemente, se matou (um pacto de morte?) deixando dois filhos órfãos.
Pela vida deparamos com coisas bem estranhas que acontecem com nossos amigos ou conhecidos. Com os amigos... a gente sempre tem uma ideia das causas... seja lá qual for o incidente. Mas, quando acontece algo com pessoas com quem você perdeu o contato, a gente fica sem entender nada. O pior é que não se tem nem a quem perguntar...
A verdade é que a Sra. Burton-Cox atreve-se a fazer esse questionamento por saber que a Sra. Oliver era madrinha de Célia Ravenscroft, filha do casal morto, que está preste a se casar com Desmond Burton-Cox, seu filho. A Sra. Burton-Cox crê que, por ser madrinha da jovem, a escritora possa ter alguma informação a mais por ter conhecido intimamente o casal.
Entretanto, este questionamento provoca um verdadeiro desconforto e constrangimento na Sra. Oliver ao passo que, também, atiça a curiosidade da escritora. Ariadne Oliver fica tão instigada que acaba procurando seu amigo e famoso detetive Monsieur Poirot.
O problema é que nem sempre a gente se lembra das coisas como elas realmente aconteceram. [...] As pessoas se lembra de coisas que não aconteceram, mas que desejavam que tivessem acontecido.
Ambos acabam "firmando" uma parceria para tentar descobrir o que aconteceu no passado e o que levou o casal Ravenscroft a aparecer morto em uma colina. Para desvendar esse mistério Poirot terá que ir em busca dos arquivos legais do caso, ao passo que a Sra. Oliver terá que visitar "elefantes", ou seja, pessoas que eram amigos íntimos do casal e que possam saber de algo sobre a tragédia.
Quando se vive tanto quanto eu,acaba se descobrindo que as pessoas tem mais interesse pela vida dos outros do que pela própria.
Sem dúvida, Os Elefantes Não Esquecem, é um romance viciante e bastante interessante, de modo que ao iniciar a leitura dificilmente é possível parar, além disso, é um livro de leitura rápida (talvez em um ou dois dias seja possível lê-lo).
A parceria entre a Sra. Oliver (uma espécie de alter ego de Agatha Christie) com Poirot é fenomenal e interessantíssima e torna a leitura ainda mais prazerosa, no entanto, devo confessar que Poirot já teve "investigações" mais memoráveis, esta gira muito em torno de algumas suposições e é possível depreender o que realmente aconteceu muito cedo, ou seja, faltando várias páginas para finalizar a leitura.
Essencial tomar conhecimento de certos fatos que ficaram gravados na memória das pessoas, embora nem elas mesmas saibam porquê, nem que fatos são esses. Acontece que elas podem saber de alguma coisa que nós desconhecemos e não temos meios para descobrir. Por isso essas lembranças podem nos levar a teoria sobre infidelidade, doenças, pacto de morte, ciúme, enfim,todos esses sentimentos que lhe foram sugeridos pelos entrevistados. Nossa tarefa, agora, quero saber qual dessas teorias é a verdadeira.
Um ponto que gostei e sempre gosto quando ocorre nos livros de Agatha Christie são as referências a outros casos (livros) de Hercule Poirot, em Os Elefantes Não Esquecem foram citados "Os cinco porquinhos" e "A noite das bruxas", casos em que o detetive também teve que desvendar tragédias/crimes do passado.
Os elefantes não esquecem, mas nós somos seres humanos e temos a capacidade de poder esquecer.
Não posso dizer que Os Elefantes Não Esquecemi foi um livro perfeito, porque não o considerei assim, mas foi uma leitura surpreendente em vários graus, pois conheci a Sra. Oliver, adorei a parceria entre ela e Poirot, gostei também por ter sido - talvez - o primeiro livro que li de Poirot solucionando um mistério do passado e outras especificidades da obra também me agradaram, porém, Os Elefantes Não Esquecem, não se tornou um favorito, mas sim uma leitura super agradável. Espero que vocês também se interessem por conhecê-lo.
Ler Agatha Christie é sempre interessante, é uma leitura atemporal e bem criativa. Grato por compartilhar as resenhas..
ResponderExcluirÉ exatamente isso: atemporal. Agatha Christie consegue surpreender bastante a cada livro que leio, mesmo aqueles que nem gosto tanto acabam me surpreendendo bastante.
ExcluirObrigada por seu comentário e visita, Seja muito bem-vindo.
xoxo
Mila F.