Quem acompanha o blog sabe que sou fã da J.K. Rowling e de sua famosa série Harry Potter e fiquei muito emocionada ao saber do novo livro da Diva e, como fã, fiquei contando os dias para o lançamento. Obviamente não pensava em comprar o livro tão cedo por conta do preço, que estava muito caro, entretanto, tive que comprá-lo quando o destino o colocou como leitura do mês do Clube do Livro Floreios e Borrões, do qual faço parte, então, apesar do preço [caro] o comprei, li e quem acompanha minhas outras redes sociais [o twitter, principalmente] já sabe mais ou menos como foi essa leitura. Lembrando que eu fiz essa leitura em fevereiro e somente agora estou conseguindo postar a resenha, dá para acreditar? õ.Õ
Morte
Súbita, J.K. Rowling, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012, 501
pág.
Tradução: Izabel Aleixo e Maria Helena
Rouanet
Morte Súbita cujo título original é The Casual Vacancy foi publicado em 2012, livro escrito por J.K.
Rowling, autora da tão aclamada série Harry Potter (7 livros, há resenhas de todos aqui no blog) que deu origem a
oito adaptações cinematográficas. Na mídia saiu algumas notas referentes a adaptação em série de The Casual Vacancy.
Morte Súbita é um romance adulto que acontece em uma pequena
cidade chamada Pagford e gira em torno das consequências geradas pela súbita
morte de Barry Fairbrother, um dos representantes do conselho de Pagford e um
dos homens mais honrados que existiam na cidade, pelo menos tem aquele lance de
que depois de morto todo mundo é santo, caso ele tivesse algum ‘podre’
ficou escondido no passado e não foi mostrado no livro. Com a morte de
Fairbrother surge uma vacância no conselho e terá uma eleição para decidir quem
irá ocupar o lugar.
O novo livro de J.K. Rowling gira em torno de
conflitos políticos e também sociais, ou seja traz à tona temas como ganância,
egoísmo, política, sexo, estupros, masoquismo/automutilação, drogas, enfim, as
múltiplas faces de patologias sociais o que, claro, tornará a obra perene. Um dos pontos mais abordados no conselho
são brigas territoriais entre Pagford e Yarvil sobre Fields, no conselho há os
anti-Fields e os são a favor de continuarem custeando Fields, que é um lugar
onde vivem pessoas pobres e drogadas.
Descrever Morte
Súbita não é tão complicado assim, dizer que se trata de uma história que
mostra o pior do ser humano e que tira toda e qualquer esperança que o leitor
possa ter já resume tudo. Todos os inumeráveis
personagens [sim, existem milhares de personagem e a cada folha que
passamos aparecem novos, impossível lembrar o nome deles, sinto muito, isso me
incomodou bastante] carregam sua cota extragrande de crueldade e nenhum tem a
delicadeza que também é peculiar do ser humano.
Resultado: não consegui gostar de nenhum dos
personagens da trama. São personagens reais, sem dúvida, mas a realidade é
muito mais que isso. Todos temos um lado negro, mas também temos um lado bom e
em Pagford [uma cidade abominável] ninguém tem um lado bom. Suas vidinhas numa
bolha não me chamou atenção de modo algum e, embora seja um livro bem realista
para mostrar os conflitos e interesses que pesam sobre uma eleição e uma cidade
cheia de problemas sociais, não chamou minha atenção.
Obviamente J.K. Rowling continua escrevendo muito bem
e isso é um ponto forte e que me fez não desistir do livro apesar dos, também
incontáveis, usos de um vocabulário de baixo calão e sem papas na língua.
Simplesmente não concordo com o fato de só por serem livros para adultos deva
haver incontáveis palavrões, mas isso eu também relevei bastante. Aprecei isso
na tradução.
Não sei se foi só eu, mas quando realizava a leitura
tive a impressão de estar lendo um livro escrito por homem e não por uma
mulher, no melhor estilo Harold Robbins [quem já leu o autor sabe o que
estou falando, eram tantos: trepar, transar e foder que eu só vi mesmo nos
livros deste autor].
É triste ter que admitir, mas passei quase um mês
empacada nessa leitura, não tinha ânimo e nem vontade de ler, ademais, na maior
parte do livro eu fiquei me perguntando: qual objetivo desse livro? Claro, como já disse anteriormente, há temáticas muito profundas, mas eu realmente não estava esperando por isso. Em alguns
momentos J.K. Rowling até conseguiu prender minha atenção [principalmente
nas partes finais], mas durante toda a leitura achei-o maçante e o final
apesar de não ter sido como eu esperava, devo admitir combinou com toda a
tragicidade do livro.
Por último quero dizer da minha frustração em relação
ao título: o título brasileiro ficou meio tosco e com promessa de um belo
romance policial à la Agatha Christie,
mas quem espera por um suspense ou detetives geniais vai se frustrar ainda mais
do que eu, que apesar de não ter criado nenhuma expectativa em relação a Morte Súbita a não ser a de voltar a
ler J.K. Rowling, fiquei frustrada com o rumo e o tema que a autora escolheu para tratar em seu novo
livro.
Pra finalizar, obrigada editora Nova Fronteira por ter
deixado a capa estilo a original, mas infelizmente: que capa feia!
Camila Márcia