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Resenha: O Trem dos Órfãos - Christina Baker Kline

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Saudações Leitores!
Hoje tem resenha de O Trem dos Órfãos (para mais informações Clique AQUI) um livro que me deixou envolvida e surpresa com o que encontrei em suas páginas, pois nunca conseguiria imaginar um "sistema de adoção" como o encontrado no trem, venham conferir minha opinião: 


O Trem dos Órfãos, Christina Baker Kline, São Paulo: Planeta, 2014, 304 pág.
Traduzido por Júlio de Andrade Filho

Orphan Train (2013), cujo título brasileiro é O Trem do Órfãos foi escrito pela norte americana Christina Baker Kline, que é autora best-seller além de já ter escrito outros livros de ficção e não-ficção.

Confesso que "cai de paraquedas" nessa leitura, de fato, não sabia muito do que se tratava e nem o que esperar da história. Achei a sinopse bem interessante, mas, confesso que esperei outra coisa: para ser mais direta, esperava algo mais dramático, tenso e emocionante.

"Acredito em fantasmas. São eles que nos assombram, aqueles que nos deixaram para trás. Em muitas ocasiões na vida eu os senti ao meu redor, observando, testemunhando, quando ninguém no mundo dos vivos sabia ou se importava com o que estava acontecendo. " (p.9)


O Trem dos Órfãos mistura ficção com fatos reais - este é um ponto que adorei - pois tem um bom peso e serve para mostrar o passado, o presente e o futuro. Aqui vamos acompanhar a história de duas personagens com diferentes idades, mas que tem bem mais pontos incomuns do que imaginam: Vivian Daly, uma senhora de 91 anos que, em sua velhice, vive uma vida tranquila e rotineira em Spruce Harbor, no estado do Maine (EUA); e Molly Ayer, de 17 anos, uma jovem que se encontra com problemas emocionais grandes.

As duas personagens são órfãs e acabam se cruzando após Molly ter que fazer trabalho comunitário e ir ajudar Vivian a arrumar objetos antigos em sua casa. A partir dessa tarefa ficamos conhecendo a vida de sofrimento das personagens, o quanto Molly tenta se encontrar mesmo tendo que ir morar com diversas pessoas desconhecidas até completar a maior idade. No momento em que ajuda Vivian e que faz uma tarefa escolar, acaba por descobrir que Vivian era uma das passageiras do trem dos órfãos. É interessante ressaltar que a narrativa é alternada entre as partes do passado (1929) contadas através do relato de Vivia para Molly, e o tempo "presente" (2011) contados pela perspectiva de Molly.
"Que infância mais miserável é essa, saber que ninguém a ama ou está tomando conta de você... Estar sempre do lado de fora, olhando para dentro. Eu me sinto uma década mais velha do que a idade que tenho. Sei demais; tenho visto pessoas no seu pior estado, no seu momento mais desesperado e egoísta, e esse conhecimento me faz desconfiar de tudo. Então, estou aprendendo a fingir, a sorrir e assentir, para mostrar uma empatia que não sinto. Estou aprendendo a deixar passar, para me parecer com todos os outros, mesmo que me sinta partida por dentro." (p.126)


Como falei, O Trem dos Órfãos apesar de ser ficção, mistura fatos reais pouco conhecidos na historia americana, pois o trem, de fato, existiu e transportou mais de cem mil crianças entre os anos de 1854 a 1929 de cidade em cidade onde eles eram escolhidos por pessoas que decidiam cuidar delas, ou apropriar-se de sua mão de obra. Claro que algumas das crianças tiveram finais felizes, mas boa parte delas se submeteram a tratamentos negligentes e sofridos.

Fiquei bastante surpresa com o desenrolar e as explicações dos fatos reais por Christina Baker Kline que se mostrou, para mim, uma escritora pesquisadora, algo que aprecio bastante nas obras: um autor que procura dar respaldo, verossimilhança a seus livros merece reconhecimentos, pois isso não é algo fácil. Acredito que O Trem dos Órfãos conseguiu repassar o que propôs expondo uma história real e dando vida a personagens que evoluem com o passar do tempo e com o conhecimento e experiências que adquirem.


"Aprendi há muito tempo que a perda não é apenas provável, mas inevitável. Sei o que significa perder tudo, sei o que é abrir mão de uma vida e encontrar outra. E agora sinto, com uma estranha e profunda certeza, que deve ser o meu destino na vida aprender essa lição vezes e vezes sem conta." (p.261)

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