A Casa reforça como a saga Blackwater é capaz de equilibrar drama familiar com aura sobrenatural, e esse equilíbrio é o que torna a leitura tão envolvente.
Saudações, Leitores!
A Casa (The House, Blackwater, v.3) foi escrito pelo norte-americano Michael McDowell, autor que deixou sua marca na literatura de terror e suspense com histórias que misturam o cotidiano familiar e o sobrenatural de forma intrigante. Além de sua vasta produção literária, McDowell também ficou conhecido por roteiros de cinema e televisão, como Os Fantasmas se Divertem e Histórias de Terror. Ou seja, ele sabia muito bem como criar atmosferas carregadas de mistério e personagens que ficam na memória, portanto é o que encontramos na série Blackwater, cujos dois primeiros livro já devorei: A Enchente e O Dique.
Nesse terceiro volume da saga Blackwater, acompanhamos os desdobramentos da vida da família Caskey e a influência cada vez maior de Elinor, a enigmática figura que continua a moldar e perturbar a dinâmica daquela casa imponente em Perdido, no Alabama. O título, A Casa, não é à toa: aqui, as paredes familiares parecem respirar segredos, enquanto alianças e rivalidades se intensificam, trazendo novos dramas, intrigas e aquela presença quase palpável de algo oculto, que Michael McDowell sabe tão bem insinuar sem nunca entregar de bandeja.
Ademais, A Casa, sobretudo a que Elinor, Oskar e sua filha Frances vivem tem toda uma história desde sua construção e o que se passou por lá que guarda um mistério e algo sobrenatural pode estar em suas paredes. Uma presença constante sobre como coisas inexplicáveis acontecem ali. Para piorar, a história aborda todos os membros da família Caskey e muitas outras temáticas vão perpassar a família ao longo dos anos: o crescimento e inimizade entre Miriam e Frances, a crueldade, frieza e tentativa de controle da matriarca Mary-Love que poderá se virá contra ela e muito mais nuances e camadas essa história nos desenrola.
Se eu já tinha gostado dos dois primeiros volumes, esse eu devorei em pouquíssimo tempo também. A escrita é fluída, intrigante e viciante, de forma que é impossível não querer ler “só mais um capítulo” até perceber que já está no fim. A cada página, McDowell mistura habilmente o clima gótico, o suspense e a vida cotidiana, criando um enredo que nos prende tanto pelos mistérios quanto pelas relações humanas repletas de tensões e ambiguidades, ademais o autor sabe mesclar com perfeição elementos históricos reais da época em que a história se passa com a ficção e o mistério e suspense absurdamente sobrenatural.
Definitivamente, A Casa reforça como a saga Blackwater é capaz de equilibrar drama familiar com aura sobrenatural, e esse equilíbrio é o que torna a leitura tão envolvente. Se no começo tudo parecia apenas um drama sulista, agora é impossível negar que algo maior, sombrio e poderoso está se desenhando nos bastidores e isso só aumenta a curiosidade para os próximos volumes.
Michael McDowell consegue transformar a saga em uma verdadeira experiência literária, daquelas que a gente não lê apenas: a gente vive junto com os personagens, sente o peso do ambiente e desconfia de cada olhar atravessado. Por isso, A Casa foi mais um volume que li de forma rápida, prazerosa e que só deixou a minha ansiedade ainda maior para continuar mergulhando nesse universo cheio de segredos, porém, ainda não tenho os últimos três volumes, mas em breve espero comprá-los e vir comentar com vocês o que achei.
Espero que tenham gostado e até a próxima postagem!
| FICHA TÉCNICA |
| Título Original: The House (Blackwater, v.3) Autor: Michael McDowell Tradutor: Fabiano Morais Gênero: Ficção. Suspense. Mistério. Editora: Arqueiro Ano: 1983-2025 | 256 págs. País de Origem: Estados Unidos. Classificação: +14 Aviso de Conteúdo: Sobrenatural. Tiroteio. Doença. Assassinato. Envenenamento. Luto. Violência contra mulher. Minha avaliação:⭐⭐⭐⭐(4/5) |
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